quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A falência do Estado

Crédito da imagem: A Razão

Assistimos, impotentes, os saques em comércios no estado do Espírito Santo e um caos social que se implantou naquele estado da federação, com morte de dezenas de inocentes. No dia 27 de janeiro escrevi matéria sobre a possibilidade de haver saques em supermercados devido a atual conjuntura social, que reproduzo na íntegra abaixo. Mais do que simples impotência do Estado em manter controle sobre a segurança pública, o caos instalado no Espírito Santo pode se alastrar nos demais estados da federação, os mais pobres, como se alastra o fogo num matagal castigado pela seca. 

A matéria: Você é um otário!

Somente o governo Temer acredita no início da recuperação econômica, ainda neste ano. Os organismos internacionais de fomento, como FMI, aponta crescimento "zero" para este ano. Já estamos no final do mês de janeiro e os empresários, sobretudo os pequenos, querem ter ideia de como a economia vai andar neste ano para fazerem o planejamento. E o povo anda apreensivo com a sua própria situação. Ninguém mais acredita nas promessas da retomada de crescimento do País prometido pelo governo para o final do ano.

O governo propõe para discussão no primeiro semestre, a reforma da previdência e a reforma trabalhista. As reformas estruturantes, embora necessárias, não serão aprovadas sem uma discussão profunda pelo Congresso Nacional. Isto leva tempo, além de produzir desgastes ao governo e ao Congresso Nacional. O índice de desaprovação do governo Temer que está baixo, vai acentuar ainda mais com as reformas propostas.

As delações premiadas das empreiteiras envolvidas em Operação Lava Jato vão causar enorme desgaste ao Congresso Nacional, já que centenas de parlamentares estão na lista referida. O efeito delação deve repercutir não só no Legislativo, mas sobretudo no Executivo. Podemos definir, desde já que o País vai passar por período de grande incerteza política. O presidente Temer faz parte da lista de delações. 

Para piorar  a situação, a permanência ou não do Michel Temer à frente da presidência da República ainda é uma incógnita. As investigações feito pela Polícia Federal à pedido do TSE em torno da campanha eleitoral da chapa Dilma/ Temer está a aprontar graves irregularidades no uso dos recursos da campanha eleitoral.  Enquanto o TSE não der veredicto final, o País viverá momentos de instabilidade política.

Na economia, apesar de inflação apontar para uma trajetória de queda, até por conta da recessão, a taxa básica de juros Selic continua muito alta. O Brasil nunca pagou juros reais tão altos como agora, apesar de presidente do Banco Central ter afirmado que a tendência da taxa Selic é de queda acentuada nas próximas reuniões do Copom. Ainda assim, o Brasil paga os juros reais a mais alta dentre 40 maiores economias do mundo! A credibilidade do País nunca esteve tão baixa!

A pior consequência da instabilidade política e econômica é o aumento do número de desempregados e desalentados (sub-empregados). Estima-se que o número deste contingente da força de trabalho no País será de 26 milhões até o final do ano. O número é impressionante, se considerar que a forma de trabalho total do Brasil é estimado em 102 milhões, segundo IBGE. Grosso modo, de cada 4 trabalhadores, 1 deles está desempregado ou está no sub-emprego. 

Um outro número impressionante é o número de pessoas inadimplente no sistema de crédito no País. Dados divulgados pela Serasa Experian aponta o número de inadimplentes em aproximadamente 59 milhões de pessoas. O número mostra que 1 em cada 3 pessoas adultas está inadimplentes. Inclui neste número, também, as pessoas inadimplentes do programa Minha Casa Minha Vida.

O quadro descrito acima, cria um "efeito dominó" na economia. O aumento de desempregados aumenta o número de inadimplentes. O aumento de número de inadimplentes diminui o volume de negócios nos setores de serviços e comércio. O encolhimento nos volumes de venda no comércio e no serviço, diminui encomendas no setor industrial. O menor volume de encomendas retrai a produção industrial. Retraindo a produção industrial há demissões em massa. E assim, começa tudo de novo como um "círculo vicioso".

A nefasta consequência desta situação (efeito dominó) é a instabilidade no campo social.  A atual crise no sistema penitenciária é apenas uma das consequências do "efeito dominó". Tenho visto reportagens sobre "saques" de caminhões com cargas de alimentos, nos últimos dias. Creio, não vai demorar muito para assistirmos cenas de "saques" em supermercados, como aquelas que assistimos na vizinha Venezuela.  A fome faz as pessoas perderem a vergonha. 

Ainda assim, a classe política continua brincando com a situação do povo brasileiro. A renda da classe política estão garantidos com todos os benefícios e benesses dos cargos que ocupam. Os políticos estão mais é preocupados em "marcar" seus territórios, não importando a que custo, afinal quem paga a conta, sempre, é o povo. 

Você é um otário!

Ossami Sakamori



5 comentários:

slaresende disse...

O que mais me incomoda nesta questão toda é o distanciamento que a classe política tem do sentimento do povo.
Há muito tempo venho falando que a teia da nossa sociedade está por um fio.
Eu achava que os confrontos se dariam entre os sindicatos e o MST contra a polícia, mas na verdade a degradação da sociedade é muito maior.
Anos a fio que os governantes usam e abusam saqueiam o Brasil sem que a lei os puna, fazem com que o resto da sociedade ache que este é o caminho certo.
Por isto o caos no ES.
Com o país falido não há como se acertar as bases e reivindicações da tropa.
Esta estratégia do caos interessa à esquerda raivosa que vai tentar colocar lenha na fogueira
É esperar para ver o circo pegar fogo.

daniel camilo disse...

No Brasil, a esquerda comunista está infiltrada em todos os Partidos Políticos por isso é dificil combatê-la. Quem está por tras disso é essa ideologia nefasta de esquerda que teve FHC, Lula, Dilma e agora Michel Temer como protagonistas. Eles faliram o Estado com a intenção de ver esse caos que agora começa a se instalar no Brasil. Nem as Forças Armadas e nem a força de Segurança Nacional pode fazer alguma coisa pois como combater seus próprios comcidadãos? Afinal, os bandidos não são quem saqueia mas os políticos que permitiram que o Presidente da República tomasse decisões claramente contra a economia do povo que no momento está desempregado e com fome. Lula e centenas de políticos e empresários roubaram o erário e nem sinal de punição aos transgressores. Michel Temer ainda joga nas costas da população o pagamento dessa conta? A coisa tende a piorar se Temer continuar com as mesmas ideias populistas.

Anônimo disse...


Saka San,
comentário retirado de um blog que confirma o risco. Será que São Paulo?



Anônimo disse...
Caros colegas,

Espero do fundo do coração que esta situação que vivenciamos aqui no Espírito Santo não se alastre Brasil adentro. A sensação de insegurança é tão grande que palavras não retratam a realidade. Nem o que a imprensa mostra consegue espelhar sem distorções o que estamos passando.
Hoje, por extrema necessidade fui ao supermercado pela manhã (pois os que abrem, fecham a tarde). Minha esposa suplicou para não ir, mas precisamos de alimentos. As pessoas se olham desconfiadas e o medo é nítido nas feições.
Sempre fui um pacifista. Acho que continuo sendo, mas assim como nos Estados Unidos, percebo agora que todo cidadão deve ter o direito de possuir uma arma de fogo dentro de sua residência. Se compararmos os índices de homicídios com arma de fogo de lá com os daqui cairá por terra a tese que onde tem mais armas tem mais violência. Aqui as leis servem para amarrar o cidadão de bem, porque para bandidos de nada valem.
Esse modelo de Estado Brasileiro ruiu. Se não for criado mecanismos de controle para impedir que os crimes sejam cometidos o caos será instalado definitivamente. Quando a cúpula está sob suspeição o que esperar do restante do povo?
Fica o desabafo de um morador do ES que saiu de outra unidade da Federação em busca de tranquilidade.

*ps Essa disputa PM X governo do Estado pode se transformar no estopim para uma guerra civil - e a saída para os roubadores do povo é aeroporto com passagem só de ida

08/02/2017 13:37

Anônimo disse...

K rai

Anônimo disse...

Eu e meus amigos Paula Tejando, Jajá Botelho Pinto, H Romeu Pinto, Jacinto Leite Aquino Rego iríamos tomar um banho de mar em Vitória. Acontece que ganhamos uma graninha a mais e pensando na segurança preferimos ir para o exterior. Estamos em dúvida entre Kosovo, Alepo ou Faixa da Gaza