sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Os gastos públicos sem controle


O Presidente Lula está reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desde o início da semana, para tentar zerar o "déficit primário" das contas do Governo federal, mas as conversas não avançam por dificuldades técnicas em diminuir as despesas, que em grande parte, as despesas são constitucionais causado em boa parte devido ao "inchaço" da estrutura do Governo federal, na atual gestão, a do Governo Lula. 

          As contas fechadas em setembro, apresentou queda na receita líquida de 8,5%, descontada a inflação do período, somando R$ 162,7 bilhões e na outra ponta, as despesas somaram R$  168 bilhões.  No acumulado do ano, fechado em setembro, as receitas cresceram 6,4%, correspondendo a R$ 1,546 trilhão e as despesas em 6,5%, correspondendo a R$ 1,651 trilhão, apresentando um déficit primário, o dinheiro que falta para cobrir as despesas, em R$ 105 bilhões.  É aqui é que mora o perigo!  O anos de 2024 deve fechar, novamente com contas no vermelho.        

            No resultado primário não se computa o pagamento dos juros da dívida pública ou do Tesouro Nacional, nas rolagens de títulos.  Quando se computa os juros da dívida pública, vincendos no período, denomina-se déficit nominal.  O último superávit primário que o País presenciou foi no ano de 2022, ainda no Governo Bolsonaro, com superávit de R$ 54,9 bilhões.   No primeiro ano do Governo Lula, apresentou déficit primário de R$ 230,5 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. 

          Os ministros da área econômica e o Presidente Lula tentam ao menos "zerar" o déficit primário, mas, o inchaço do Governo federal com 38 ministérios, antes 25 do Governo anterior, o corte das despesas não são fáceis de se materializar.  A saída para a situação seria "corte de gastos públicos" ou "aumento de arrecadação", via aumento da carga tributária.  Na minha opinião, não vai acontecer nem uma situação e nem outra.  O Brasil vai fechar o ano de 2024, com mais um "rombo fiscal" ou o famigerado "déficit primário", que faz com que o Banco Central tente segurar a "expansão monetária", via taxa básica de juros Selic, que já está em 11,25% ao ano.   Com o resultado das contas públicas e com inflação acima do teto da meta, de 4,5%, é provável que haja mais um aumento da taxa Selic, em 0,5%, na próxima reunião do COPOM, previsto para ocorrer entre dia 10 e 11 de dezembro.   A taxa de juros Selic passaria, se confirmar o meu prognóstico, para 11,75% no fechamento do ano de 2024.

          A reunião convocado pelo Presidente Lula para corte de gastos públicos  e ou aumento de carga tributária, vai sair como entrou, sem "corte de gastos públicos" e sem aumento de "carga tributária".   O Governo Lula vai apresentar no final de 2024, mais um nefasto "déficit primário" no final do exercício.  

            Ossami Sakamori

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