Explico, o motivo porque insisto em tratar sobre o perigo da inflação de dois dígitos (acima de 10%). A inflação, normalmente, é produzida pela demanda em excesso, o que parece não ser o caso do Brasil, pois que o País deverá terminar o ano tão somente para cobrir a recessão de 4,1% de 2020, produzida pela pandemia Covid-19. O mercado financeiro e governo preveem crescimento para 2021, abaixo de 5%. E para completar, o País vem de baixo crescimento desde crise financeira de 2014, caindo de 8ª economia do mundo para 12ª, atrás da Coreia do Sul.
O Banco Central do Brasil e o Ministério da Economia terão que entrar em sintonia para combater a inflação em primeiro lugar. Sem estabilidade da moeda (inflação baixa), não há plano de crescimento econômico que termine em sucesso. A história do Brasil mostrou repetidas vezes, o desastre no plano econômico irresponsável como o Plano Cruzado, que terminou em triste hiperinflação. E o Plano de estabilização do governo Collor, foi pior ainda, com bloqueio de poupança e outros ativos.
Não estou a falar que a conjuntura econômica atual é semelhante aos dos governos anteriores, mas afirmo que foge aos princípios do Plano Real, em vigor desde 1994. No entanto, não custa lembrar que brincar com inflação de dois dígitos (acima de 10%) é como brincar de fogo. É necessário que o Banco Central, que é guardião da moeda do País, tome medidas ousadas, além do aumento gradual da taxa Selic. Taxa Selic é apenas, um instrumento da política monetária. Há que implementar demais mecanismos disponíveis da política monetária.
O Banco Central tem mais um instrumento eficiente para conter a inflação de demanda, que é o depósito compulsório das instituições financeiras, restringindo o crédito. Além de ter um terceiro pé, que é administração do câmbio. Todos que entendem da macroeconomia sabe que o dólar está "um tom" apreciado, encarecendo os insumos importados das indústrias brasileiras. A conjuntura é piorada com a inflação nos países do primeiro mundo, puxado com inflação dos Estados Unidos que indicam, neste final deste ano, algo acima de 6%. O dólar americano está desvalorizando muito acima do normal.
O próximo ano, 2022, é de ano de eleições. No ano de eleições, a tendência dos governos de plantões é exacerbar em gastos públicos e afrouxar o crédito bancário. Os dois ingredientes citados postos em prática é como colocar "gasolina na fogueira", a inflação voltará com toda força. Com hiperinflação não há plano econômico que resista (vide governo Sarney). Com hiperinflação, prevejo que o atual presidente da República não se reelege e certamente vai aparecer um candidato "oportunista" que vai propor uma saída milagrosa (vide Collor) e repetir a história que o País não quer de volta, nunca mais.
Hiperinflação nunca mais!
Ossami Sakamori
Um comentário:
Dois são os grandes concorrentes do Presidente: As urnas eletrônicas e a inflação.
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