sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Brasil está quebrado!

 


Dá desespero, uma sensação de coisa mal resolvida, quando escrevo sobre o endividamento do setor  público no Brasil.  A dívida pública dos governos no Brasil alcançou R$ 6,53 trilhões em setembro.  Em relação ao PIB de 2019, cerca de R$ 7,3 trilhões, a relação dívida pública/PIB alcançou espantoso número de 90,6%.  Isto significa que seria necessário a totalidade da produção do País, incluindo serviços, agronegócio, indústrias , comércio e o próprio setor público para pagar a dívida pública.

Só o Orçamento da Guerra, apartado do Orçamento Fiscal de 2020, aumentou o endividamento público em cerca de R$ 800 bilhões.  E o governo federal discute em "furar" o teto dos gastos públicos para o Orçamento Fiscal de 2021.  O déficit primário ou o dinheiro que falta para pagar as despesas do governo federal, exceto o pagamento de serviços da dívida pública, vem crescendo a cada ano, desde 2015.  Vamos lembrar que a presidente Dilma sofreu o impeachment por conta da contabilidade criativa que tentava esconder o déficit primário ou o dinheiro que falta para cobrir as despesas do próprio governo.  

O governo prevê a queda do PIB - Produto Interno Bruto em 4% a 5%, agravando ainda mais a situação do déficit primário, a origem do aumento do endividamento público.  O governo do Presidente Bolsonaro enfrenta situação delicada no momento.  Precisa de investimento público vultoso para fazer o País crescer, mas não há espaço fiscal para tanto, engessado pela Emenda do teto dos gastos públicos, que limita os gastos, incluído investimentos, em valor que não pode ultrapassar os gastos públicos de 2016, corrigido tão somente pela inflação do período.  

A briga entre o ministro Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, além de outros atores como o ministro Rogério Marinho e o ministro Tarcísio de Freitas, da turma da ala desenvolvimentista, resume nesta situação esdrúxula de briga pela fatia do Orçamento Fiscal de 2021, limitado que está  pela Emenda do teto dos gastos públicos.  É uma briga insana!  É uma briga de espaço no Orçamento que já está limitado ao Orçamento fiscal de 2016, corrigido pela inflação do período.  

Não há saída, sem a Emenda Constitucional que altere o teto dos gastos públicos ou estender o Orçamento de Guerra para os próximos dois anos.  Sem as Emendas Constitucionais, o presidente Bolsonaro não poderá atender o seu eleitorado com um novo programa Renda Brasil ou investimento público em Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura.  Novamente, o Brasil se encontra naquela posição:  "se correr bicho pega, se parar o bicho come!"

Enquanto não há consenso, há briga entre os diversos atores do governo, de um lado quem autoriza as despesas e do outro lado quem faz as despesas.  É uma baixaria geral que dá impressão de Brasil viver como Burundi, um país centro-africano.

Ossami Sakamori

  





 

 


2 comentários:

Unknown disse...

Concordo plenamente contigo, mais uma vez, estamos jogando no lixo mais um mandato de presidente que veio querendo concertar e por causa dos bandidinhos ladrões de galinha dos filhos, teve que jogar tudo para a lata do lixo . Mais uma vez os brasileiros se foderam, que tristeza

Rogério Luiz disse...

Penso eu, não como eleitor desse ou daquele, que o país está há muito tempo quebrado, o q ocorre é q em outros governos havia uma falsa impressão ou até mesmo uma maquiagem nas contas do governo e que era sustentada pelos conchavos políticos, de que as contas estavam em dia, porém vejo q hoje esses mesmo conchavos já derrotados nos permitiu olhar através da janela.