Este blog já tinha manifestado de que a crise econômica que poderia advir da epidemia da gripe conhecida como "coronavírus", poderia ser igual ou pior do que a crise financeira mundial de 2008. Poucos leitores tenham dada a importância sobre a alerta, apesar de evidências visíveis para qualquer articulista econômico e para os próprios responsáveis pela política econômica e financeira do País. Pois, os primeiros sinais da economia demonstram que a crise econômica decorrente da pandemia coronavírus será muito maior do que aquela vivida em 2008.
Infelizmente, o País não está preparado. Repito, o Brasil não está preparado para enfrentar um verdadeiro "tsunami" que vem pela frente. A consequência primeira é que as maiores economias do mundo estão para entrar em "recessão" ou mesmo em "depressão". As economias que representam mais de 50% do PIB do mundo, estão esperando "recessão" para próximos 6 meses. Tecnicamente, é considerado "recessão" quando o PIB apresenta "negativo" nos dois trimestres consecutivos. Pois, o quadro já está desenhado pelos maiores economias do mundo, Estados Unidos, Japão e Alemanha, não só de "recessão", mas de "depressão" para 2020 ou seja PIB "negativo".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou ontem, as medidas tímidas, muitas delas já anunciadas na véspera, um pacote de R$ 140 bilhões. Algumas dessas medidas, são apenas antecipação de desembolso das despesas do governo, como o pagamento de 13º para aposentados. A única novidade foi o pagamento de R$ 200 mensais durante 3 meses para população vulneráveis num montante de R$ 15 bilhões. As medidas anunciadas tem pouco ou quase nenhum impacto fiscal e nem tão pouco solução para crise que se avizinha.
Por outro lado, o presidente do Banco Central anunciou a redução da taxa básica de juros Selic em 0,5%. A nova taxa Selic, que nada mais é do que os juros da dívida do Tesouro Nacional, será de 3,75% ao ano. Uma outra medida anunciada é liberação do depósito compulsório dos bancos, como objetivo de "socorrer" as instituições financeiras em dificuldade por conta das inadimplências dos tomadores de crédito, mais do que dar liquidez ao sistema financeiro como um todo.
Nestas horas difíceis, o que desponta é a falta de um Ministério de Planejamento, incorporado que foi ao Ministério da Economia. O Brasil já teve um bom ministro de Planejamento, como o Roberto Campos no governo militar. Por coincidência ou não, o presidente do Banco Central é neto do ex-ministro do Planejamento, o melhor que o País já teve. Sob a batuta do Roberto Campos e seus seguidores, o Brasil experimentou crescimento acelerado como nunca dantes tinha visto no País.
A política econômica do Paulo Guedes e Campos Neto, ambos competentes, seguem o receituário "feijão com arroz" da política econômica. Nenhuma novidade! No entanto, penso eu, que para uma situação atípica como a de hoje, exigiria medidas "não convencionais". Os países desenvolvidos estão a aplicar medidas heterodoxas para situação que eles entendem atípicas. Espero que a minha opinião não seja interpretada como contrário aos interesses da Nação.
Pelo contrário, para mim, Brasil está acima de tudo!
Ossami Sakamori
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