quarta-feira, 18 de março de 2020

É esperada atitude conservadora do Banco Central, hoje


A expectativa do mercado financeiro, hoje, é sobre as medidas que o Copom - Conselho de Política Monetária do Banco Central do Brasil venha tomar, para balizar o mercado financeiro, diante da crise econômica que o "coronavírus" vem provocando na economia mundial.  Campos Neto, presidente do Banco Central, está numa saia justa.  Se corre para um lado o bicho pega, se correr para o outro lado o bicho come.  No meu entender, Campos Neto vai orientar o Copom a tomar medidas conservadoras, como é do seu estilo.  Ainda, bem...

O Federal Reserve, o Banco Central americano, que é uma entidade privada, tomou 3 medidas de impacto:  a primeira medida foi o anúncio da recompra de títulos do Tesouro americano em US$ 1,5 trilhão; a segunda medida foi baixar os juros do títulos do Tesouro entre 0% a 0,25%, bem abaixo da inflação corrente ao redor de 2% ao ano.  Ontem, o Tesouro americano anunciou distribuição de "bonus" de US$ 1 mil para cada trabalhador, cujo impacto monetário é cerca de US$ 200 bilhões.  

O Banco Central do Brasil, não tem muita margem de manobra como tem o Tesouro americano, diante da própria dificuldade do governo brasileiro em administrar o seu Orçamento Fiscal.  Desde 2015, o Brasil vem apresentando o "déficit primário", que é o dinheiro que falta para pagar as despesas do governo.  Para este ano, 2020, estava previsto o "rombo fiscal" de R$ 139 bilhões, já contando com a venda do controle da Eletrobras.  Diante da crise, o "rombo fiscal" deverá ser maior do que o projetado.

Campos Neto, seguindo a tendência das economias do primeiro mundo, deve reduzir a taxa de juros básicos Selic entre 3,75% ao ano a 3,5% ao ano.  Deve anunciar também uma nova liberação do depósito compulsório das instituições financeiras em cerca de R$ 40 bilhões para o próximo mês. Vamos lembrar que o Banco Central liberou R$ 39 bilhões do depósito compulsório no último dia 15.  

A reação tímida do Banco Central decorre de necessidades de novas intervenções para enfrentar a crise do coronavírus, que é esperado não terminar no horizonte tão próximo.  

Ossami Sakamori

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