No meio de notícia ruim, enfim, uma notícia boa na área econômica, do governo federal. No mês de janeiro deste ano, 2022, o governo da União ou a administração federal, registrou superávit primário de R$76,5 bilhões, maior saldo já registrado em um mês, na série histórica do governo, com início em 1997. O número foi divulgado pelo Tesouro Nacional, no último dia 24/2. Comparado com o superávit de R$ 43,5 bilhões do mesmo mês de janeiro de 2021, o número foi acima da expectativa do mercado financeiro, que apontava o número ligeiramente acima de R$ 60 bilhões.
O País vem apresentando déficit primário ou "rombo fiscal", desde 1984, em consequência da pior crise financeira que o Brasil experimentou nos últimos 100 anos, o que acabou culminando com o impeachment da presidente Dilma. A sequência de déficit primário, fez com que o ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, propusesse e o Congresso Nacional aprovou a Emenda 95, que veio cobrir o "furo" na Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000, que já estabelecia que o governo da União "não poderia gastar mais do que arrecada". A regra da responsabilidade fiscal já existia antes mesmo do governo do Lula e o governo do PT não soube cumpri-la.
O déficit primário, o contrário do superávit primário, é exatamente o dinheiro que falta para cobrir as despesas do governo federal, incluído a da previdência social. No entanto, o superávit primário não inclui o pagamento de juros da dívida pública, leia-se, dívida do Tesouro Nacional. O resultado da conta do governo da União, o superávit da conta, deveria ser o suficiente, também para cobrir o déficit nominal, que engloba pagamento de juros da dívida pública do governo federal. Enquanto o superávit primário não cobrir pelo menos os juros da dívida pública, a situação das contas do governo, ainda, não é motivo para comemoração. Mas, é um bom começo, sem a menor dúvida.
Seja como for, o resultado da conta do governo federal indica que a economia está no caminho de crescimento econômico, apesar da projeção do crescimento econômico indicar número pífio em 2021. No sentido contrário ao da expansão da economia, o Banco Central está projetando elevar a taxa de juros Selic nas próximas reuniões, para tentar conter a inflação. O Banco Central está num dilema: ou contém a inflação, mediante taxa básica de juros Selic em dois dígitos (acima de 10%) ou afrouxa um pouco a política monetária para permitir o crescimento econômico, que geraria o "superávit primário" como está a indicar no resultado do mês de janeiro.
Diante do exposto, continuo com a projeção para o ano de 2022, um crescimento econômico de 5% e inflação no final do ano terminando ao redor de 7%. No entanto, não se sabe ainda as consequência da guerra Ucrânia/Rússia na economia global e em especial na economia brasileira.
Ossami Sakamori
2 comentários:
Ótima notícia
Ótimo artigo.
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