Em evento promovido pelo Banco BTG Pactual, ontem, dia 22/2, o ministro da Economia, Paulo Guedes prometeu reduzir em 25%, o IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados, para, segundo ele, a "reindustrialização" do país. Disse, ainda, que o governo estuda a liberação dos recursos do FGTS, como já a fizera, anteriormente, no auge da pandemia Covid-19, em 2020. A iniciativa é derradeira tentativa de melhorar o índice de aprovação do candidato Jair Bolsonaro, segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para eleição presidencial deste ano.
A primeira medida, a de redução do IPI em 25%, é uma reedição de medida tomada pelo governo Lula para enfrentamento da crise financeira que se alastrou pelo mundo devido ao caso Lehman Brothers em 2008. À época, a inciativa deu resultado exitoso. Embora, a iniciativa seja eleitoreira, na falta de aprovação de uma reforma tributária mais estruturante, vai na direção correta sob ponto de vista macroeconômico ou seja diminuir a carga tributária. Sob o ponto de vista da receita do governo federal, uma eventual "perda" de arrecadação será compensada com o "ganho" pelo aumento de consumo dos produtos desonerados. A população será beneficiada com a baixa dos preços de produtos onerados com IPI, como veículos automotores.
A segunda medida anunciada é a nova rodada de saques do FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviços, que é um recurso do trabalhador. A medida ainda está em estudos no Ministério da Economia, para ser liberado entre R$ 500 a R$ 1.000 por cada trabalhador, obviamente, para quem tem o saldo no Fundo. A medida vai beneficiar cerca de 40 milhões de trabalhadores, sendo assim, vai injetar no mercado de consumo, entre R$ 20 bilhões a R$ 40 bilhões.
O presidente do Banco Central, Campos Neto, é contra as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, porque elas vão na contra mão da medida de combate à inflação, que está em curso, via aumento da taxa básica de juros Selic. No meu entender, o Banco Central, em querendo tem um outro instrumento para conter a inflação, a do depósito compulsório dos bancos, que o Campos Neto, insiste em não lançar mão para conter a inflação. Justifica-se, ele foi diretor de um grande banco.
Vocês que acompanham os meus comentários sobre a falta de iniciativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, devem estar estranhando com o "rasgado" elogio à iniciativa do ministro, nesta oportunidade. Digamos que o Paulo Guedes acertou a mão com as iniciativas anunciadas. Antes tarde do que nunca! Com as medidas anunciadas, o Brasil vai crescer 5% neste ano, contrariando a expectativa dos analistas econômicas do mercado financeiro.
Ossami Sakamori
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Vamos aguardar
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