A noticia de ontem, 25/11, o IPCA 15, divulgada pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a prévia da inflação ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, a prévia da inflação oficial do País, ficou em 1,17% em novembro, após ter registrado 1,20% em outubro. A variação para um mês de novembro é a maior desde 2002, quando o índice registrou 2,08%, segundo IBGE.
Com o resultado divulgado, o IPCA-15 acumula alta nos últimos 12 meses em 10,73%, de novembro a novembro. Segundo IBGE, a inflação para um intervalo de 1 ano é a maior desde 2016, que registrou 10,84%. Vamos lembrar que 2016 foi o ano que marcou o fim da pior depressão registrada nos últimos 100 anos. O País amarga o reflexo negativo da crise, até os dias de hoje.
A causa principal da inflação é excesso de liquidez no mercado financeiro, apesar da pandemia Covid-19. O Banco Central, para tirar o País da recessão de 4,1% em 2020, grande parte devido a pandemia, deixou frouxo o controle da disponibilidade da moeda, iniciando o ano de 2021 com taxa Selic em 2%, propositadamente, para estimular a economia. O Banco Central não tomou nenhuma medida restritiva de crédito neste ano, 2021. Pelo contrário, fez aumento gradual da taxa básica de juros Selic, hoje, em 7,75%, tímida em relação à inflação corrente. Na próxima reunião do COPOM - Comitê de Política Monetária do BC, deve estabelecer taxa Selic em 9,75%, ainda inferior à projeção da inflação de 2021. É uma política equivocada, no meu entender.
Por outro lado, é certo que a inflação nos países desenvolvidos, anda ao redor de 5% ao ano, grande parte devido ao estímulo econômico implementado pós pandemia Covid-19. Para atrair capital especulativo estrangeiro, o Banco Central, deverá continuar pagando a taxa de juros básicos Selic, no mínimo, corrigido pela inflação. Também, é certo, que o Brasil tem reserva cambial confortável para acomodar uma eventual saída de capital estrangeiro especulativo.
No entanto, a inflação de dois dígitos (acima de 10%) traz desconforto para o Banco Central e insegurança para setor produtivo brasileiro. O Brasil está na sinuca do bico, em matéria de política econômica.
Ossami Sakamori
Um comentário:
O mundo anda mal após a pandemia. No Brasil falta competencia.
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