quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Hiperinflação poderá voltar no Brasil

 


A inflação oficial do mês de outubro medido pelo IBGE, o IPCA-15, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, ficou em 1,20%, e o índice acumulado em 12 meses, passou para 10,34%.  O índice da inflação oficial é o maior desde outubro de 1995, que foi de 1,34% e também a maior variação mensal desde fevereiro de 2016, no auge da crise econômica financeira, ainda no período do governo Dilma.  

          O vilão da inflação, desta vez, foi o aumento da energia elétrica, 3,91% e habitação com 1,87%.  Ainda, segundo IBGE, a alta do item decorreu em grande parte pela vigência da bandeira tarifária proveniente da escassez hídrica.   O gráfico abaixo mostra a trajetória da inflação desde a crise financeira, a pior dos últimos 100 anos, iniciada no governo Dilma.  Há uma sinalização de que o dragão da inflação está cuspindo o fogo.  


           O Banco Central do Brasil tem adotado medidas que inibem o crescimento da inflação, acelerando o ajuste da taxa básica de juros Selic, hoje, em 7,75% com viés de alta.  Há sinalização do Banco Central de que na próxima reunião do COPOM - Conselho de Política Monetária, promova um ajuste acima de 1,5%.  Na minha opinião, devido a último indicador anunciado pelo IBGE, o ajuste deveria ser mais expressivo, passando taxa Selic para 9,50% ou 9,75%.   

          A inflação depende não só de ajuste da taxa Selic, mas sobretudo pela disponibilização da moeda, o "real", em circulação.  Na minha opinião, o Banco Central deveria ajustar o depósito compulsório das instituições financeiras, deixando a moeda "real" com menor circulação.  Em outras palavras, o Banco Central, deveria adotar medidas restritivas de crédito, também, simultaneamente ao aumento da taxa Selic, urgentemente.

            A inflação é como fogueira e a moeda (dinheiro) em circulação é como "gasolina" na fogueira.  A fórmula é clássica na macroeconomia.  Maior dinheiro em circulação, maior é a possibilidade de haver inflação.  Na minha opinião, o Banco Central está demorando para tomar atitude "preventiva".  Quanto mais tarde atitude tomar, por parte do Banco Central, a volta da "hiperinflação" é um cenário possível.   É premissa básica de uma teoria macroeconômica.  

          Ossami Sakamori