segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Brasil e COP26

 

Depois de duas semanas de intensas negociações, os países presentes à COP26, uma conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, assinaram um acordo "de fachada", para tentar garantir o cumprimento da meta em limitar o aquecimento global a 1,5° C.  De toda forma, o texto estabelece a necessidade de redução global das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em comparação com 2010.  

          No entanto, os países como a Índia e China, não concordaram com um dos principais trechos do texto, que falava em abandono gradual do uso  de carvão e subsídio a combustíveis fósseis.  Os Estados Unidos e China, também, assinaram um acordo paralelo à COP26, que comprometem a acelerar a "diminuição" das fontes de energia proveniente de carvão e combustíveis fósseis ao invés de "eliminação", como queriam os demais países.  Paralelamente à COP26, o Reino Unido, Canadá e Polônia, assinaram acordo para eliminar o uso de carvão mineral da sua matriz energética entre 2030 e 2040.  Ao que parece para "inglês" ver.

         A pressão dos países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, não foi considerada na reinvindicação de financiamento de US$ 600 bilhões até 2025, pelos países desenvolvidos.  O texto do acordo, no entanto, prevê que até 2024, os países desenvolvidos vão estudar o pagamento de US$ 100 bilhões que deveriam ter sido pagos entre 2020 e 2025, inadimplentes até hoje.  Repetindo: "vão estudar até 2024".

           O Brasil, através do seu ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, cobrou que os países ricos contribuam com o dinheiro para prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia, imediatamente.  O País tem preocupação de receber contribuição de US$ 100 bilhões pelos países desenvolvidos sob forma de "crédito de carbono", antes do prazo, conforme resolução, que está definido como até 2024.  Comento sobre o tema no final desta matéria. 

             O Brasil deveria se preocupar, entendo eu, em manter o bioma Amazônia, que envolve quase 2/3 do território brasileiro, com política própria de sequestro de carbono, destinando recursos necessários para preservação da nossa biodiversidade, sem que tenhamos se submeter à vontade de países do primeiro mundo.  Certamente, o custo de manutenção de 2/3 do território não é e nem será barato.  No entanto, o Brasil só será respeitado pelos países desenvolvidos se o País tiver a sua própria política de preservação do território que é muito maior do que maioria dos países desenvolvidos.  

           Algumas iniciativas empresariais na floresta Amazônica tem prosperado, sem danos ao meio ambiente.  O primeiro projeto é exploração de petróleo da bacia do Urucu pela Petrobras, há 30 anos, com preocupação em manter boa prática ambiental.  O mais recente é o projeto de extração de ouro denominado de Belo Sun, de uma empresa canadense, próximo a Altamira, no Pará.  Segundo cientistas da área, há enorme reserva de fosfato, no bioma Amazonas, que poderá deixar o País independente de importações.  Todos investimentos feitos no bioma Amazônia são de iniciativa privada.  O que se sabe é que tem Fundo norueguês, de US$ 2 bilhões para preservação da Amazônia, já depositado no BNDES, mas não utilizado devido a séries condicionantes.     

        O comportamento subserviente em relação aos países desenvolvidos, mendigando sempre os recursos para manter a "nossa Amazônia", é uma atitude típica de País que sofre do síndrome do "cachorro magro".   Tal atitude deverá ser abandonado, urgentemente, se queremos ser respeitado como uma potência econômica e objetivamente, aplicar os recursos orçamentários, no mínimo, na ordem de R$ 20 bilhões (como comparação, o Fundo Partidário vai gastar R$ 6 bilhões em 2022), para que possamos dizer que a "Amazônia é nossa!"  

         Condições para tal, o Brasil tem de sobra, só falta mesmo ter visão e vontade política ou ter a "vergonha na cara" para manter o 2/3 do território brasileiro, independe e autônomo das vontades políticas de grandes potências.  Chega de ouvir os países desenvolvidos dizerem que a Amazônia é deles.   Que cada país cuide do seu quintal !

              Ossami Sakamori



Um comentário:

ronaldo mourao disse...

No Brasil a frouxidão abunda.