Depois de duas semanas de intensas negociações, os países presentes à COP26, uma conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, assinaram um acordo "de fachada", para tentar garantir o cumprimento da meta em limitar o aquecimento global a 1,5° C. De toda forma, o texto estabelece a necessidade de redução global das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em comparação com 2010.
No entanto, os países como a Índia e China, não concordaram com um dos principais trechos do texto, que falava em abandono gradual do uso de carvão e subsídio a combustíveis fósseis. Os Estados Unidos e China, também, assinaram um acordo paralelo à COP26, que comprometem a acelerar a "diminuição" das fontes de energia proveniente de carvão e combustíveis fósseis ao invés de "eliminação", como queriam os demais países. Paralelamente à COP26, o Reino Unido, Canadá e Polônia, assinaram acordo para eliminar o uso de carvão mineral da sua matriz energética entre 2030 e 2040. Ao que parece para "inglês" ver.
A pressão dos países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, não foi considerada na reinvindicação de financiamento de US$ 600 bilhões até 2025, pelos países desenvolvidos. O texto do acordo, no entanto, prevê que até 2024, os países desenvolvidos vão estudar o pagamento de US$ 100 bilhões que deveriam ter sido pagos entre 2020 e 2025, inadimplentes até hoje. Repetindo: "vão estudar até 2024".
O Brasil, através do seu ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, cobrou que os países ricos contribuam com o dinheiro para prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia, imediatamente. O País tem preocupação de receber contribuição de US$ 100 bilhões pelos países desenvolvidos sob forma de "crédito de carbono", antes do prazo, conforme resolução, que está definido como até 2024. Comento sobre o tema no final desta matéria.
O Brasil deveria se preocupar, entendo eu, em manter o bioma Amazônia, que envolve quase 2/3 do território brasileiro, com política própria de sequestro de carbono, destinando recursos necessários para preservação da nossa biodiversidade, sem que tenhamos se submeter à vontade de países do primeiro mundo. Certamente, o custo de manutenção de 2/3 do território não é e nem será barato. No entanto, o Brasil só será respeitado pelos países desenvolvidos se o País tiver a sua própria política de preservação do território que é muito maior do que maioria dos países desenvolvidos.
Algumas iniciativas empresariais na floresta Amazônica tem prosperado, sem danos ao meio ambiente. O primeiro projeto é exploração de petróleo da bacia do Urucu pela Petrobras, há 30 anos, com preocupação em manter boa prática ambiental. O mais recente é o projeto de extração de ouro denominado de Belo Sun, de uma empresa canadense, próximo a Altamira, no Pará. Segundo cientistas da área, há enorme reserva de fosfato, no bioma Amazonas, que poderá deixar o País independente de importações. Todos investimentos feitos no bioma Amazônia são de iniciativa privada. O que se sabe é que tem Fundo norueguês, de US$ 2 bilhões para preservação da Amazônia, já depositado no BNDES, mas não utilizado devido a séries condicionantes.
O comportamento subserviente em relação aos países desenvolvidos, mendigando sempre os recursos para manter a "nossa Amazônia", é uma atitude típica de País que sofre do síndrome do "cachorro magro". Tal atitude deverá ser abandonado, urgentemente, se queremos ser respeitado como uma potência econômica e objetivamente, aplicar os recursos orçamentários, no mínimo, na ordem de R$ 20 bilhões (como comparação, o Fundo Partidário vai gastar R$ 6 bilhões em 2022), para que possamos dizer que a "Amazônia é nossa!"
Condições para tal, o Brasil tem de sobra, só falta mesmo ter visão e vontade política ou ter a "vergonha na cara" para manter o 2/3 do território brasileiro, independe e autônomo das vontades políticas de grandes potências. Chega de ouvir os países desenvolvidos dizerem que a Amazônia é deles. Que cada país cuide do seu quintal !
Ossami Sakamori
Um comentário:
No Brasil a frouxidão abunda.
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