sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O "v" do Guedes é uma verdadeira "ficção".


O que estamos a ver na grande imprensa e é corroborado com frases de efeitos do ministro da Economia, Paulo Guedes, é um verdadeiro desserviço que presta ao cidadão comum e em especial aos pequenos e médios empresários.  As manchetes de jornais é sobre o percentual de crescimento espantoso, de dois dígitos, mas se referindo ao pior trimestre do ano, o segundo.  Os menos avisados, já sai dando diapasão às falas do Paulo Guedes, ministro de Economia "fanfarrão", ao se referir o atual momento como o fundo do "v", como se de daqui adiante, o  País crescer vertiginosamente.  É pura "retórica" do "fanfarrão" Paulo Guedes.  Os próximo ano será um ano de muita luta. 

Já vi muitas histórias parecidas no passado recente.  Não por acaso, me refiro ao período do governo desastrado da Dilma e do governo medíocre do governo Temer.  Não por acaso, o Brasil viveu a pior depressão econômica, só dantes visto em 1929.  Em termos reais, não em valores absolutos, o Brasil no período de 2014 a 2019 regrediu, grosso modo, em relação ao mundo desenvolvido em cerca de 15%.  Infelizmente, o Brasil foi pego pela pandemia "coronavírus", no meio da tão esperada retomada de crescimento econômico.  Segundo os analistas econômicos, apesar da retomada do crescimento econômico no mês de agosto, o Brasil vai "encolher" em 6% no seu PIB.

O que salvou nesse período grave da pandemia "coronavírus" é o setor agropecuário, mineração e por incrível que pareça, os gastos do setor público, que representa não menos que 1/3 do PIB brasileiro.  O pior indicador é o número de beneficiários, que Paulo Guedes considera como "invisível", cerca de 60 milhões.   Invisível, só para um míope do Guedes.  Os dados do Caged do IBGE já mostravam "escancaradamente" que o número de desempregos e subempregados ultrapassavam de longe os 50 milhões da força de trabalho do País, contrastando com 33,4 milhões de trabalhadores formais, com carteira assinada.  

O ministro da Economia, neste ano de pandemia, contou e conta ainda com o Orçamento de Guerra, um orçamento apartado do Orçamento Fiscal de 2020.  O Orçamento de Guerra é um verdadeiro "cheque em branco", extra teto dos gastos públicos.  A não ser que o Congresso Nacional resolva estender o Orçamento de Guerra para o próximo ano, o ministro da Economia não mais terá o "cheque em branco", que este ano vai cobrir gastos de R$ 1 trilhão.  O próximo ano, o de 2021, será um ano duro para o governo e para os empresários.  Não tem nenhuma medida, a não ser  uma "reforma tributária", com a recriação da "CPMF", para garantir algum tipo de investimentos. 

O tão propalado "privatizações" das empresas estatais, vai fazer pouca diferença para o Orçamento Fiscal.  Os recursos da venda das estatais, não poderão ser utilizados em investimentos públicos, limitado que está pelo "teto dos gastos públicos.  O dinheiro da venda das estatais vai direto para o caixa do Tesouro Nacional para amortizar parte da sua dívida pública.  Os recursos da privatização vão ser um pingo d'água no oceano da dívida publica, impagável.

Brasil tem futuro, sim.  No entanto, vamos com o pé no chão, porque o futuro que nos espera é de muita luta, dos empresários, de pequenos a grandes.  

O "v" do Guedes é uma verdadeira "ficção".

Ossami Sakamori


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