quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Classificação de risco da Moody's. Comemorar o que?

 

Na última terça-feira, dia 1º de outubro, a agência de classificação de risco, Moody´s, melhorou a nota de crédito do Brasil, de Ba2 para Ba1 e manteve perspectiva do País como "positiva".   Ainda, segundo a vice-presidente da agência, Samar Maziad, se houver um ajuste fiscal pelo lado dos gastos públicos obrigatórios, o País tem possibilidade de atingir o "grau de investimento", segundo o critério da Agência. 

           A nota de crédito da Moody's, uma agência privada que emite "notas de créditos", segundo o seu critério e classificação,  não deixa de ser uma boa notícia, colocando o Brasil, como país a um passo de atingir o chamado "grau de investimento", patamar em que o país se tornaria "seguro" ou "com baixos riscos de "calote" para empresas e pessoas que tem ou pretende fazer investimentos no País.   

          Para vocês entenderem melhor, as agências de riscos são empresas privadas que atendem as solicitações de seus clientes, instituições financeiras, organismos internacionais e de investidores privados avaliarem o "risco" de seus investimentos feitos no País, para as entidades públicas e privadas, incluído os investimento em títulos do Tesouro Nacional.   As mais conhecidas são a Fitch, a Moody's e Standard & Poor's, que, periodicamente, enviam técnicos  aos países avaliados para analisarem as condições da economia do país, incluído as contas do Governo federal.  


          A nova nota de classificação de riscos do País, sem dúvida, não deixa de ser uma conquista do Brasil, mas, conforme pode ver no gráfico acima, está longe de ser de um país "bom pagador".   O Brasil está mal saindo da classificação da categoria de "especulação", de baixa classificação para grau de investimentos médio, cuja nota está longe de ser de um país com uma boa credibilidade.  
              O grau de investimentos indicado pela agência de riscos, do lado positivo, uma grande parte é devido aos saldos da balança comercial, francamente favorável ao Brasil, devido sobretudo às exportações de produtos primários como minério de ferro e produtos agropecuários.   Além do País possuir reserva cambial robusta, US$ 355,03 bilhões em 31 de dezembro de 2023, que funciona como espécie de "saldo médio" para compensar a falta de  credibilidade junto aos investidores internacionais.

               
          A nota de classificação de riscos da Mood's reflete o "performance" do Brasil, sobrevivendo aos sucessivos governos, perdulários e ineficazes, que mal conseguem pagar as suas contas públicas, provocando sucessivos déficits primários ou o dinheiro que falta para pagar as suas próprias contas, sem mesmo considerar o pagamento de juros da dívida pública.  Desta forma, não vejo motivo para "comemorações" demonstradas pela equipe econômica do Governo Lula.
    Para consolidar ou ascender à classificação de riscos, o Brasil, como país, precisa fazer o "dever de casa", equilibrando os gastos públicos, com equilíbrio fiscal sem os perniciosos 
déficits primários, que não inclui pagamento de juros da dívida pública.  As comemorações por setores do Governo federal, guarda a semelhança com um time de futebol que comemora no final do campeonato em não cair para a segunda divisão.  
              Brasil perdeu o "brio" de tentar ocupar a posição de ser um país do Primeiro mundo, contentando em fazer parte do G20, grupo de países que não se enquadram no G7, as 7 maiores economias do mundo global.  
            
              Ossami Sakamori            

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