Hoje, vou tomar um pouco do tempo de vocês para relatar o resumo do que ocorreu nos últimos dias, com referência à "política monetária" implementado pelo Banco Central e com reflexo na insipiente, sem sabor, da "política econômica" do Governo Lula.
Na quarta-feira passada, o COPOM - Comitê da Política Monetária do Banco Central ajustou a taxa Selic, que baliza os juros pagos pelo Governo federal, pelas dívidas do Tesouro Nacional. A taxa de juros, que vigora desde quinta-feira última foi definido em 10,75%, com aumento de 0,25% sobre a taxa Selic que vigorava até então. Para quem está chegando na área econômica e financeira, a taxa básica de juros, a Selic, baliza os novos empréstimos ou renovação de antigos das dívidas do Tesouro Nacional.
A taxa básica de juros Selic tem sido instrumento principal para o controle da inflação no País, assim como acontece em principais países do mundo ocidental. Coincidentemente, o FED - o Banco Central americano, no mesmo dia, reduziu a taxa básica de juros em 0,25%, no sentido inverso do Brasil. Ainda assim, nos Estados Unidos, a taxa básica de juros é uma das mais alta das últimas décadas. A diferença do Brasil e dos Estados Unidos é que aquele país detém cerca de 28% do PIB mundial e o Brasil ocupa a oitava posição no "ranking" do Produto Interno Bruto (PIB) global.
O Banco Central do Brasil baliza a taxa básica de juros Selic, baseado na inflação futura. Segundo estimativa do Banco Central, o IPCA, que mede inflação, deve terminar o ano de 2024, em 4,22%, acima da meta (objetivo) de 3%. O mesmo Banco Central prevê o crescimento do País para este ano em 2,23%, abaixo do desejado. Apesar da crítica do Presidente Lula, o Banco Central, com o atual ou com o novo presidente não deve fugir da "política monetária", que até este momento tem sido de competência.
Se o Presidente Lula agir com competência, na administração das contas públicas, a taxa de juros Selic deve terminar o ano com mais um aumento de 0,25% sobre atual taxa, terminando o ano de 2024, com Selic em 11%. No entanto, o mercado financeiro espera taxa Selic terminando o ano em 11,25%, o que acho um exagero, considerado os demais números da economia brasileira.
Os demais números, tanto da previsão de crescimento econômico e da previsão de número de desempregos no País, tem sido positivo. Para que a previsão positiva da economia confirme, é condição de que os ministros da área econômica, Simone Tebet do Planejamento e Fernando Haddad da Fazenda, se comportem dentro das metas pré-estabelecidas no Orçamento de 2024. É aqui é que mora o perigo, na minha opinião.
Os eventuais reflexo proveniente das secas e das queimadas, só serão sentidos nos resultados econômicos do ano que vem. Ficaremos atentos para o assunto, sobre secas, que serão objetos de comentários aqui, nos próximos meses.
Ossami Sakamori
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