O mercado financeiro global acordou de mal humor, operando no vermelho (em baixa) de leste a oeste do planeta. Há uma crescente desconfiança sobre o desempenho da economia global, na ausência de uma atuação forte da economia chinesa, que foi o carro chefe do crescimento econômico global por longo tempo. A ausência dos Estados Unidos, envoltos com eleições presidenciais, não se espera posição atuante, neste momento.
O Brasil está inserido no mercado global, atuando como um dos grandes fornecedores de commodities ao lado dos Estados Unidos, Austrália e Rússia. O maior comprador de commodities do Brasil, é, de longe, a China. A China é o maior comprador de produtos agropecuários do Brasil, além do minério de ferro e em contrapartida, o país do extremo oriente é exportadora de produtos acabados como veículos para o País, além de aporte de capital em diversos segmentos da economia brasileira.
Ainda, assim, a economia americana representa a primeira posição na economia global, com PIB de 18,6 trilhões, ocupando a segunda posição, a China com US$ 11,2 trilhões em terceira e quarta posição, o Japão e Alemanha com US$ 4,9 trilhões e US$ 3,4 trilhões, respectivamente. Dentro do contexto global, o Brasil ocupa a 9ª posição na economia do mundo, com PIB de US$ 2,17 trilhões. Dentro do contexto global, o Brasil é extremamente dependente das maiores economias do mundo, em demanda de commodities e de investimentos estrangeiros nas suas subsidiárias e de participações nas empresas transnacionais instaladas no País.
No mercado internacional de capitais, está havendo "acomodações" de fluxo de capitais, sobretudo em função da menor demanda dos produtos primários pela China. Quando os chineses "espirram" ou "tossem", a consequência é que vira "furacão" no Brasil, tal é a dependência comercial para com os chineses. Num momento de instabilidade financeira global, os capitais transnacionais investidos no Brasil, sob forma de investimentos produtivos ou em forma de investimentos especulativos, fazem as suas "revoadas" de volta para o país mais seguro do mundo, os Estados Unidos.
A essa altura da inversão de fluxo de capitais, o mercado financeiro nacional, volta a contar com as migalhas deixados pelo capital estrangeiro. Não adianta, a esta altura, mostrar que o Brasil apresenta crescimento econômico entre 3% a 4% ao ano, com economia extremamente dependente dos investimentos estatais. A essa altura, o Banco Central tenta administrar a disparada do dólar, com intervenção no câmbio, vendendo a moeda americana, no mercado "spot", à vista ou forma de "swap cambial".
Isto é o resumo de hoje, podendo a qualquer momento, o "quadro" da economia global, a especulativa, mudar de posição, de comprador para vendedor ou vice-versa, deixando o mercado à mercê do bom humor do mercado. Para piorar a situação, o Brasil não consegue fechar as suas contas, sem contar com "emissão" do real para cobrir os rombos decorrentes do Governo federal, muito menos pagar os juros da dívida pública federal, o que é motivo de preocupação para os especuladores estrangeiros.
Para ser feliz, o País necessita de equipe econômica competente para administrar as novas demandas econômicas e financeiras do mundo global. Se os nossos administradores públicos não enxergam nem os seus próprios umbigos, é pedir demais para administrar competentemente, as nossas finanças públicas, no meio de vendaval que assola o mundo.
Ossami Sakamori
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