sexta-feira, 11 de abril de 2014

Denúncia. Entenda o porque Abreu e Lima custa US$ 18 bilhões.

A Associação dos Engenheiros da Petrobras - AEPET, entregou justificação de voto contrário à ordem do dia da AGO da Companhia, em 2 de abril próximo passado.  Na matéria anterior tratamos sobre ao "Estrangulamento Financeiro da Petrobras". Nesta matéria vamos tratar sobre outro tema tão explosiva quanto ao primeiro tema. Na sequência, colocarei parte do texto do referido documento.


Contratos EPC em Unidades Industriais.

Diz o documento, entre outras coisas...

Hoje, vemos um retrocesso de mais de 40 anos, entregando a um cartel o poder sobre a construção de novas unidades industriais.  As empresas são agora denominados EPCistas (Engineering, Procurement and Construction), ficando responsáveis pelo projeto de detalhamento, compra de equipamentos, construção e montagem e, em alguns casos, até pelo projeto de engenharia básica.

diz ainda...

Como resultado temos: preços elevadíssimos, prazos fora de controle, qualidade e segurança inaceitáveis e pedidos de reajustes contratuais sob chantagem de paralização das obras.  Os preços e os prazos da RNEST e COMPPERJ explodiram.

citam como parte integrante do cartel...

As empresas EPCistas com contrato com a Petrobras não tem qualquer tradição e experiência na execução de obras industriais.  A grande maioria (Camargo Correia, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queirós Galvão, etc.) são construtoras de estradas, viadutos, prédios públicos, estando, junto com o sistema financeiro, entre os maiores financiadores de campanhas eleitorais.

A íntegra do documento poderá ser obtido na AEPET, na Av. Nilo Peçanha, 50 - Grupo 2409 - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20.044-906 ou consultando o site www.aepet.org.br ou pelos telefone: (021) 2277.3750.  Os que desejam documento completo devem se dirigir diretamente à AEPET.  

Resumindo. Pelo documento dá para tirar conclusão clara sobre o motivo que levaram e levam à explosão de preços nas construções das Refinarias do Nordeste (RNEST) e de Itaboraí (Comperj), sendo a primeira conhecida como Refinaria Abreu e Lima.

Falando nisso, a Refinaria Abreu e Lima, o TCU faz auditorias e já concluiu que houve superfaturamento em alguns contratos.  O custo inicial da obras saiu de US$ 2,5 bilhões para cerca de US$ 18 bilhões, sendo que a obra ainda tem 2 anos para frente para o término.  Portanto, o custo final não se sabe quanto vai ficar.  


Importante ressaltar a denúncia da AEPET sobre a forma de contratação, denominada como EPCista.  Volte ao texto em itálico, parte do documento da AEPET, que mostra claramente, o motivo desta explosão de preços.  É um verdadeiro crime de lesa pátria, com o comprometimento direto dos diretores da Petrobras e da orientação que vem do próprio Palácio do Planalto, tudo por conta do financiamento das campanhas eleitorais.  


Como tudo no Brasil, as denúncias apresentadas, mesmo por uma entidade de peso como AEPET, não são levados a sério.  Pelo contrário, as opiniões dos funcionários e dos mais qualificados corpos técnicos da Companhia são ignorados.  Ou melhor dizendo são colocados à margem do processo de discussão sobre o futuro da Petrobras.

Ossami Sakamori
@SakaSakamori


3 comentários:

Unknown disse...

Nobre Sakamori:

De há muito vemos a chamada prata da casa, (os funcionários) serem afastados das decisões das estatais de nosso país!
São lesivos segundo o entendimento dos Administradores, porque impõe-lhes regras, limites, e compromisso com a casa para o qual foram jogados de paraquedas!
Estão dissociados do amor a camisa, estão para se locupletarem, desmontarem e vivenciarem as mordomias resultantes, sem o risco de irem para a cadeia, pois que, na maioria das vezes, são afilhados dos mesmos canalhas que estão no Congressso construindo legislação para usufruto ou defesa dos seus interesses nefastos de lesa pátrias!
Estou levando sua matéria para setores que se interessam por essas informções, e, espero que, em breve, este país possa estar livre dessa tutela insidiosa e maléfica que nos governa!
Lembrando a todos, que esses males são resultantes de todos os chamados democratas em circulação nos diversos níveis de nossa Administração, com honrosas exceções!
Abraço-o com carinho e respeito!
MARKITO DE SOUZA

Cassiano Freitas disse...

Parabéns. É exatamente esse tipo de coisas que está acabando com o nosso país. São as financiadoras de campanhas eleitorais que ditam as regras e determinam quais delas iram regular determinadas obras. Isso é inadmissível. Não é possível que uma empresa com a magnitude da Petrobras tenha que se submeter a esse jogo de cartas marcadas. Não dá mais para continuar com esse modelo de estado. Se queremos um país decente, precisamos exigir respeito das nossas autoridades. Do contrário, Estamos perdidos. Para ler o nosso blog acesse: www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br

Unknown disse...

A Petrobrás está dividida, dentro da maior empresa do Brasil existe uma gangue, um grupo fechado, cheio das piores intenções. Querem falir e depois privatizar a Petrobrás. Recursos naturais, como petróleo e água são bens públicos que não devem ser privatizados. É o nosso futuro que está em jogo.