Afirmação besta esta do ministro Mantega em Nova York, de que a culpa do índice de inflação do mês de março é sazonal e culpar a seca como vilão da inflação. Ele não devia estar falando sério. Prometeu aos seus ouvintes, segundo Estadão, de que inflação de 2014, terminaria dentro da meta de 4,5% ou no intervalo entre 2,5% e 6,5%.
O índice de março de 0,92% é o maior taxa desde março de 2003, primeiro ano do governo Lula, que foi de 1,23%. A diferença daquela taxa, a do ano de 2003 e a de hoje, é que o índice de março de 2014, só está neste patamar devido ao engessamento das tarifas administradas o que não teria, ainda, ocorrido em 2003.
Ainda, segundo IBGE, o aumento do grupo Alimentação e Bebidas registrou um aumento de 1,92% no mês de março deste ano. Segundo ainda IBGE, justifica o aumento expressivo do índice do mês de março. Interpreta o IBGE de que o aumento é sazonal, demonstrando que o culpado é a Alimentação e Bebidas. O ministro Mantega arremata dizendo que o culpado é a seca. Pronto, achou o vilão.
O ministro Mantega, nem tão pouco a presidente Dilma, faz compra no supermercado, imagino. Fiz uma pesquisa por minha conta própria, sobre variação do preço do Kg de coxa e sobrecoxa do frango, item principal no alimento da população pobre, nos últimos 12 meses. Pois a menor variação que vi pela pesquisa foi de 18%, considerado mesma fonte. Não sei, não! O frango no meu entender, não depende da seca. Depende?
E por aí, vai. Desafio alguém que apresente algum item do Alimentos e Bebidas que tenha subido nestes últimos 12 meses, em apenas 6,5% como o governo faz crer. O índice oficial de inflação do governo, IPCA do IBGE é fajuto! O índice leva em consideração, sobretudo, os preços administrados pelo governo como transporte coletivo, combustíveis, energia elétrica e outros.
No entanto, o governo não tem como segurar os reajustes dos preços administrados dentro da meta, sob pena de quebrar as empresas como Petrobras e Eletrobras. O setor elétrico, neste mês de abril, recebeu o reajuste médio de 14% sobre a tarifa de 2013, mais que o dobro do índice ofial de 6,5% teto da meta do governo.
O vilão do próximo mês vai ser a tarifa de energia elétrica, isto é inexorável. E, certamente, vai o ministro Mantega justificar perante os investidores internacionais de que a culpa é seca, novamente. O que dificulta o controle da inflação devido aos preços administrados é que o aumento destas traz efeito cascata, isto é, reflete em quase todos os setores da economia.
E assim, vamos sobrevivendo o ano de 2014, com o índice oficial da inflação dentro do teto da meta (sic) de 6,5%. Porém, vamos postergando a explosão inflacionária para a próxima gestão, independente de quem ganhe as eleições. Para conter a inflação represadas, medidas duras deverão ser tomada nos próximos 2 anos do governo. Será que o povo aguenta?
Após eleições deste ano, o povo deve estar preparado para tomar remédio amargo, sob pena de reviver a volta de inflação como aconteceu na saída do Plano Cruzado do governo José Sarney. Pior, o que gerou o confisco de poupança e depósito pelo presidente sucessor, o Fernando Collor de Mello. Espero que não tenhamos que assistir o mesmo filme.
Eu contrario, desafio, contraponho à opinião dos agentes do governo, seja de alto ou baixo escalão. Eu desafio também, os analistas e agentes econômicos de plantão no Palácio do Planalto de que o meu diagnóstico, embora tosco, tem maior acerto do que os profissionais de renome no meio empresarial. Isto é, apenas questão menor. Triste é ver que, afinal, quem paga a conta somos nós, o povo.
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
Um comentário:
O que está faltando neste país, é o contraditório, através de uma oposição organizada, apresentando índices do custo de vida utilizando os mesmos elementos do governo e desmascara-los todos os meses. Quanto aos índices de aceitação do governo da mesma forma, apresentar índices confiáveis, porque via de regra o povão costuma votar em quem está ganhando nas pesquisas forjadas por esse governo que vive da mentira e da enganação.
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