Vamos ao que nós interessa comentar hoje. O autor da matéria do principal veículo impresso do Paraná diz que "A oferta de dinheiro controla a inflação". Diz, ainda, "imprima-o sem aumentar a produtividade ou a oferta de bens e serviços e a moeda perde valor". E, critica o plano econômico do novo presidente americano por não seguir as regras primordiais da macroeconomia, sobretudo no tocante à injeção de US$ 1,9 trilhões anunciado pelo presidente Biden em programas sociais e de "infraestrutura". Chama atenção, o articulista Davi Hanson, que os Estados Unidos têm um débito de mais de US$ 28 trilhões, equivalente a 130% do PIB americano. E chama atenção, também, sobre o "déficit primário" de US$ 2,3 trilhões em 2021. Diz o articulista: Na loucura dos últimos 100 dias, o preço de todas as coisas, da madeira aos alimentos, passando pela gasolina, carros e casas, disparou. Ainda assim, muitas das taxas de juros permanecem abaixo dos 3%. Depois de 13 meses de quarentena, os norte-americanos estão gastando. Mas essa demanda repentina está provocando a escassez de alguns produtos. E finalmente, o articulista pergunta: Os velhos princípios são mesmo obsoletos? Devemos imprimir dinheiro e aumentar o débito do governo? É inteligente manter as taxas de juros próximas de zero, desestimulando o emprego, a produção e a inovação? Esse comportamento perigoso é garantia de inflação, acompanhada pela desastrosa estagflação, diz o articulista.
Esta dicotomia de "segurar a oferta de moeda para conter a inflação" ou "afrouxar a circulação da moeda como uma forma de fomentar o crescimento econômico", no Brasil, é uma decisão da equipe econômica e monetária do governo da União, em especial do ministro da Economia, Paulo Guedes e do presidente do Banco Central, Campos Neto. No Brasil, além do componente da estagnação da economia devido a Covid-19, há que considerar que o País ainda nem sequer conseguiu sair da pior depressão econômica iniciada em 2014. Além desse quadro tenebroso o governo vem apresentando "déficit primário" ou o "rombo fiscal" no Orçamento da União, desde então. Só para lembrar, o "rombo fiscal" é coberto com emissão de títulos da dívida do Tesouro Nacional, endividando cada vez mais. Brasil está como o cachorro querendo pegar o seu próprio rabo, num verdadeiro círculo "vicioso".
Em teoria macroeconômica, concordo, "em tese", com a ortodoxia da teoria macroeconômica, de gastar somente o que arrecada e não endividar. Por outro lado, considerando que o Brasil entrou em "depressão econômica" em 2014, portanto há 7 anos, considerando o número de população trabalhadora em situação de vulnerabilidade, cerca de 64 milhões de pessoas, seguir "rigorosamente", ao "pé da letra", os princípios básicos da macroeconomia, de não emitir moeda ou não endividar, pode atender aos "ideários" da macroeconomia, mas, com certeza não atende a necessidade do Brasil de entrar num "círculo virtuoso".
Recomendo a leitura do "Novo Pacto" como complemento desta matéria, onde aponto a saída para pior crise econômica do Brasil, dos últimos 100 anos. Brasil precisa sair do "círculo vicioso" e entrar no "círculo virtuoso".
Ossami Sakamori
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