domingo, 12 de janeiro de 2020

Brasil, ame-o ou deixe-o !


Hoje, vou escrever sobre a situação do Brasil no contexto da economia mundial, em linguagem e números que os articulistas econômicos, os considerados "bons", apresentam em "meias palavras".  Quando se fala em macroeconomia, os articulistas econômicos, via de regra, comentam os temas, isoladamente, sem indicar para que lado vai.  No entanto, no conjunto, o País ainda vive momento de extremo cuidado.   O Brasil é como um doente que estava na UTI - Unidade de Terapia Intensiva, desde 2015, que foi para CTI -Centro de Terapia Intensiva no final de 2019.  Depois de longo período de "depressão econômica", a pior dos últimos 100 anos, o País parece caminhar para o crescimento econômico sustentável ao longo do tempo. 

Os números ainda são alarmantes.  Enquanto o PIB de 2019, que só deve fechar em meado deste ano, deve terminar ao redor de US$ 1,750 trilhão, enquanto que o País já marcou o PIB ao redor de US$ 2 trilhões no passado recente.  Para piorar a situação, o endividamento público  líquido saltou para US$ 1,036 trilhão ou R$ 4,25 bilhões, ou ainda equivalente a cerca de 60% de tudo que o Brasil produz em um ano.  No entanto, há uma pequena luz no final do túnel.  O Banco Central estabeleceu a taxa básica de juros Selic em 4,5% ao ano, a menor taxa histórica dos últimos 20 anos. 

Na política econômica, o ministro Paulo Guedes, tenta conter os gastos públicos, com reformas estruturantes na estrutura do governo federal.  Com a reforma previdenciária e venda de parte das estatais, como a reserva de petróleo do pré-sal, diminuiu o "déficit primário" para algo como R$ 80 bilhões, e, 2019, enquanto a previsão inicial era de R$ 139 bilhões.  Para o ano de 2020, espera-se a reforma tributária como principal bandeira do governo federal.  Com a privatização de algumas empresas estatais e aumento de arrecadação em função do crescimento econômico esperado de 3% a 3,5%, o Brasil, enfim deverá eliminar o nefasto "déficit primário" em 2020.  Isto não significa que o País vai eliminar o "déficit nominal", aquele que engloba o pagamento de juros da dívida pública. 

Na política monetária, com inflação controlada ao nível de 4% ao ano e com dólar flutuando entre R$ 4 a R$ 4,50, o Brasil deverá melhorar sua nota na classificação de riscos, melhorando a perspectiva de novos investimentos produtivos.  Os investimentos especulativos estão deixando o País, diminuindo a Reserva cambial, de US$ 375 bilhões em 9/1/2019 para US$ 356 bilhões em 9/1/2020.  Os números nada preocupa o Banco Central.  O "saldo médio" do Brasil ainda está muito alto, até em função da melhora do cenário da economia, com perspectiva positiva de crescimento econômico para os próximos anos.  

Enfim, podemos concluir que o Brasil voltou a ocupar o cenário internacional como um dos "players" importantes, apesar de ser vendedor de produtos primários e comprador de produtos acabados, igual como tempos da colônia portuguesa.   Uma mudança de postura do governo, dos empresários e do povo brasileiro, se fazem necessários para o Brasil voltar a ser uma grande Nação. 

Brasil será, novamente, orgulho de todos brasileiros, além de ser tão somente, os "bons" em futebol e carnaval.  Brasil tem tudo para ser exportador de produtos industrializados e ser também, "centro de excelência", comparável aos países do primeiro mundo.  Para que isto possa acontecer, o povo brasileiro deve abandonar o síndrome do "cachorro mago".

Brasil, ame-o ou deixe-o!

Ossami Sakamori


Um comentário:

carlosjsb_b disse...

Sakamori, parabéns pela excelente matéria. O Brasil no momento tem mostrado que tem tudo para voltar a se colocar na posição que merece a nível mundial em termos econômico, como foi muito bem coloca em seu texto e como brasileiro, espero que o governo, os empresários e todos nós possamos contribuir de forma efetiva para que essa perspectiva se concretize.