Amazônia é nossa! Perito Judicial Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi professor da Escola de Engenharia da UFPR. Macroeconomia e política.
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Marco Rubio deverá ser o novo Secretário de Estado
domingo, 10 de novembro de 2024
Brasil, país de faz de conta
O sucesso das eleições presidenciais conquistado pelo republicano, Donald John Trump, 78 anos, reflete não só ao povo americano, mas sobretudo aos países "satélites", como o Brasil. Os Estados Unidos ocupam posição de primeira economia do mundo, com PIB de US$ 23,36 trilhões, enquanto o PIB mundial é de US$ 105,4 trilhões. Dentro do contexto global, o PIB do Brasil para o mesmo período era de US$ 2,17 trilhões, correspondente a cerca de 9,2% do tamanho dos Estados Unidos.
Desde final da década de 1980, ditado pelo "Consenso de Washington", formulado pelos Estados Unidos, destinado aos países latino americanos para, em tese, conter o endividamento externo e da hiperinflação em curso, à época, por meio de disciplina fiscal, do reordenamento dos gastos públicos e da maior abertura econômica, o Brasil, infelizmente, sofre dos problemas "crônicos" de falta de planejamento nas contas públicas. Ao constatar o problema encontrado pelo Governo Lula, em 2023 e 2024, das contas públicas, tecnicamente denominado de "política fiscal", disfarçado com a denominação de "arcabouço fiscal" para designar o velho problema dos "gastos públicos", cronicamente "deficitários", fugindo totalmente das boas regras ditados pelo "Consenso de Washington". Ainda, assim, o Governo brasileiro quer ser o "exemplo" para o mundo.
O governo brasileiro age ao contrário do republicano Donald Trump que pretende, segundo as metas anunciadas, de "proteger" as indústrias americanas, diante do avanço dos produtos chineses no mercado americano, vai "baixar" a tarifa dos produtos fabricados nos Estados Unidos e "sobretaxar" os produtos importados, inclusive dos produtos procedentes da América Latina. Isto se denomina "política econômica" americana, infelizmente, inexistente no Brasil. Em outras palavras, o Presidente Trump vai praticar uma "política protecionista" para suas indústrias, com o objetivo de geração de empregos de alta tecnologia nos Estados Unidos.
Enquanto isto acontece ou vai acontecer na maior economia do mundo global, o Governo brasileiro se preocupa em "matar a fome" dos brasileiros e de defender a floresta Amazônia para os habitantes do planeta, como os principais e únicos objetivos, esquecendo-se de uma "política econômica" que criem empregos para a mão de obra qualificada, que procuram, ironicamente, oportunidades nos países do Primeiro Mundo, incluído nestes, os Estados Unidos.
O Brasil, como País, infelizmente, com sucessivos "governos de plantões", de todas matizes ideológicas, literalmente, comem "feijão com arroz" e arrotam "caviar". E, continuaremos sendo tratados como país do "terceiro mundo", exclusivamente, por nossa própria e total culpa.
Ossami Sakamori
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Os gastos públicos sem controle
O Presidente Lula está reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desde o início da semana, para tentar zerar o "déficit primário" das contas do Governo federal, mas as conversas não avançam por dificuldades técnicas em diminuir as despesas, que em grande parte, as despesas são constitucionais causado em boa parte devido ao "inchaço" da estrutura do Governo federal, na atual gestão, a do Governo Lula.
As contas fechadas em setembro, apresentou queda na receita líquida de 8,5%, descontada a inflação do período, somando R$ 162,7 bilhões e na outra ponta, as despesas somaram R$ 168 bilhões. No acumulado do ano, fechado em setembro, as receitas cresceram 6,4%, correspondendo a R$ 1,546 trilhão e as despesas em 6,5%, correspondendo a R$ 1,651 trilhão, apresentando um déficit primário, o dinheiro que falta para cobrir as despesas, em R$ 105 bilhões. É aqui é que mora o perigo! O anos de 2024 deve fechar, novamente com contas no vermelho.
No resultado primário não se computa o pagamento dos juros da dívida pública ou do Tesouro Nacional, nas rolagens de títulos. Quando se computa os juros da dívida pública, vincendos no período, denomina-se déficit nominal. O último superávit primário que o País presenciou foi no ano de 2022, ainda no Governo Bolsonaro, com superávit de R$ 54,9 bilhões. No primeiro ano do Governo Lula, apresentou déficit primário de R$ 230,5 bilhões, segundo o Tesouro Nacional.
Os ministros da área econômica e o Presidente Lula tentam ao menos "zerar" o déficit primário, mas, o inchaço do Governo federal com 38 ministérios, antes 25 do Governo anterior, o corte das despesas não são fáceis de se materializar. A saída para a situação seria "corte de gastos públicos" ou "aumento de arrecadação", via aumento da carga tributária. Na minha opinião, não vai acontecer nem uma situação e nem outra. O Brasil vai fechar o ano de 2024, com mais um "rombo fiscal" ou o famigerado "déficit primário", que faz com que o Banco Central tente segurar a "expansão monetária", via taxa básica de juros Selic, que já está em 11,25% ao ano. Com o resultado das contas públicas e com inflação acima do teto da meta, de 4,5%, é provável que haja mais um aumento da taxa Selic, em 0,5%, na próxima reunião do COPOM, previsto para ocorrer entre dia 10 e 11 de dezembro. A taxa de juros Selic passaria, se confirmar o meu prognóstico, para 11,75% no fechamento do ano de 2024.
A reunião convocado pelo Presidente Lula para corte de gastos públicos e ou aumento de carga tributária, vai sair como entrou, sem "corte de gastos públicos" e sem aumento de "carga tributária". O Governo Lula vai apresentar no final de 2024, mais um nefasto "déficit primário" no final do exercício.
Ossami Sakamori
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Relação Brasil x Estados Unidos
Ontem, dia 6, quarta-feira, houve o anúncio do resultado das eleições presidenciais americanas, onde se elegeu, virtualmente, o republicano Donald Trump, 78 anos, para o cargo de Presidente da República, com a confirmação da conquista da maioria dos delegados republicanos para o colégio eleitoral. Pelo lado do Brasil, apesar de Presidente Lula ter declarado sua preferência para a oponente democrata, Kamala Harris, atual vice-presidente da República e já ter mandado mensagem de felicitações, via rede social, ficou a amarga marca da sua preferência pela democrata durante o pleito eleitoral.
Ontem, mesmo, o Presidente Lula através da rede social, cumprimentou o novo Presidente americano, Donald Trump, que tomará posse, no meado do mês de janeiro do próximo ano. Não temos notícias de que o Presidente brasileiro tenha dado cumprimento através de telefonema, como fizeram, segundo a imprensa internacional, as principais lideranças do mundo. Afinal, o protocolo diplomático tem o seu rito que transcende às divergências políticas.
Os Estados Unidos são os principais parceiros comerciais do Brasil, nos dois sentidos, nas importações e exportações e sobretudo em financiamentos de projetos importantes ao Brasil pelo capital americano, via conglomerados financeiros multilaterais como as agências de Desenvolvimento, como BID e BIRD. Os investidores americanos seguem, via de regra, o direcionamento que se dá o Governo federal aos investidores americanos, para assegurar os retornos dos seus investimentos. Mesmo as reservas cambiais brasileiras, num montante expressivo, cerca de US$ 350 bilhões, são aplicados nos fundos geridos pelos organismos multilaterais como BID, BIRD, FMI, o que garante os eventuais investimentos americanos no País.
Exposto isto, o Brasil como um país que depende umbilicalmente dos Estados Unidos e de órgãos multilaterais controlados pelo país do tio Sam, não tem outra opção, senão "torcer" pelos sucessivos governos, seja ele os democratas ou os republicanos. O maior oponente, do mundo, a China, protocolarmente, já cumprimentou o Presidente americano, eleito, apesar das divergências políticas.
O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, depende de relações comerciais e financeiras com os americanos para o seu desenvolvimento, enquanto eles, os americanos tem opções para suprir as suas demandas internas. Os Estados Unidos respondem pelo PIB de US$ 27,36 trilhões enquanto o Brasil responde pelo PIB de US$ 2,17 trilhões, cerca de 8% do PIB americano. Infelizmente, o Brasil, apesar de ter sido descoberto na mesma época, pelos portugueses, e de ter sua dimensão continental e terras férteis, o País disputa a posição de 8ª economia do mundo, atrás da França, a 7ª economia do mundo, com o PIB de US$ 3,03 trilhões.
Infelizmente, o Brasil não tem "política econômica" delineada para direcionamento dos investimentos produtivos, a não ser para o setor de agronegócio que recebe financiamentos dos recursos do Tesouro Nacional, com juros subsidiados. O País é exportador de "mão de obra" qualificada para os países para União Europeia ou para o Japão, para prestarem serviços que não exigem formação em nível superior.
Desejo que o Presidente eleito, Donald Trump, tenha uma gestão profícua como mandatário número 1 da maior potência econômica do mundo e que dê preferência comerciais para com o Brasil, independente da diferença de matizes ideológicas entre os dois mandatários.
Ossami Sakamori
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Donald Trump: America first !
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Lula brinca com o fogo ...
Chamo atenção para os planos econômicos e financeiros de cada Governo, entenda como Governo federal, que antes de mais nada, deve obedecer o preceito consagrado ao longo do tempo, desde ano 2000, a de responsabilidade fiscal. Primeiro critério que cada Governo de plantão deve obedecer é o "equilíbrio" das contas públicas. O equilíbrio das contas públicas, no âmbito do Governo federal, é manter equilíbrio fiscal, incluído o pagamento de serviços da dívida pública. Tecnicamente, em tese, a Lei da Responsabilidade Fiscal prevê o "déficit nominal" zero, isto é as contas do Governo federal, incluído o pagamento de serviços da dívida pública deveriam ser pagos com o dinheiro que se arrecada.
Infelizmente, os sucessivos Governos não tem dada a devida importância às contas públicas, criando, sistematicamente, o "déficit primário", que é "insuficiência" de receitas para pagar ao menos as despesas correntes da União, incluído as transferências constitucionais para estados e municípios, além de transferência para os Fundos constitucionais, de responsabilidade do Governo federal.
Só para lembrar, que o Presidente Dilma perdeu o seu mandato por não cumprimento das regras previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Complementar 101 de 2000. A situação que levou à cassação de mandado da Presidente Dilma, foi que o Tesouro Nacional utilizou-se da "contabilidade criativa" ou "contabilidade maquiada", tal qual pretende o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com uma situação fictícia que se criou com o seu "arcabouço fiscal" que nada mais é do que uma "nova denominação" dada à "política fiscal", com intensão clara de tentar "fugir" das regras da Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000. A situação se assemelha à contabilidade criativa do ex-Presidente Dilma.
Na administração pública, as contas só fecham, quando as despesas estão dentro das receitas. Em não fechando, cria-se o "déficit primário" que não engloba o pagamento de juros da dívida pública. Para cobrir o "rombo fiscal" gasta-se o dinheiro que não tem, socorrendo aos investidores institucionais que aplicam em títulos do Tesouro Nacional.
O Brasil como país, vive de dinheiro dos agiotas nacionais e internacionais, que aplicam em títulos do Tesouro Nacional. O movimento da alta do dólar americano, o US$, nos últimos dias, é consequência da "revoada" dos investimentos estrangeiros especulativos para os países de origem. Os recursos de origem estrangeiros aplicados em títulos do Tesouro Nacional são, em sua maior parte, de grandes investidores individuais e dos fundos de pensões americanos. O Brasil como país emergente, precisa de investimentos estrangeiros tal qual os sertanejos dependem d´ água para a sua sobrevivência.
Se não mudar a situação das contas do Governo federal, de "zerar" o "déficit primário", é previsível que o dólar americano rompa a "barreira psicológica" de R$ 6, ainda nesta semana. Para enfrentar a possível situação de desconforto, o Presidente Lula chamou de volta o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em viagem internacional, para tentar "apagar" o incêndio no quintal do seu Governo.
A situação que está a ser criado, nos próximos dias, creio eu, é de extrema gravidade.
Ossami Sakamori
domingo, 3 de novembro de 2024
Somos todos palhaços !
Ao longo dos anos, tenho feito comentários sobre a "macroeconomia", que baliza a política econômica de cada país, seja ele do ocidente ou do oriente. O dinheiro não tem cor e nem ideologia. Ele, o dinheiro, se movimenta livremente, da mesma forma na "macroeconomia" como na "microeconomia". Para melhor entendimento, vou tentar explicar os termos usados pelo atual ministro de Planejamento e pelo ministro da Fazenda. Os termos que os empresários da "Faria Lima" usam são os mesmos que o Governo usa e é entendido pelo mercado financeiro global.
Na macroeconomia, globalmente, utiliza-se os mesmos termos para melhor compreensão entre os que tem interesse em analisar a situação de cada país. Os países como a Rússia ou a China, não apresentam claramente as suas políticas econômicas e nem tampouco as suas políticas monetárias. O Brasil do Presidente Lula optou em apresentar as suas políticas econômicas e fiscais com nomenclatura diferente dos demais países, além de apresentar os números "fora do padrões" aceitos globalmente, para tentar "enganar" a população e o mercado financeiro.
Diferente do padrão normal da macroeconomia, aceito pelo mercado financeiro internacional, o Governo Lula apresenta: "arcabouço fiscal", como um conjunto de medidas que representa nada mais que uma "política fiscal" e a "política econômica", inexiste no atual Governo. A "política fiscal" deveria tratar das contas do Governo federal, que engloba, além das despesas do Governo, as transferências constitucionais para entes federados e para os Fundos constitucionais. A falta de clareza na "política fiscal" travestido de "arcabouço fiscal", deixa a "interpretação" do termo ao sabor de quem está a analisar as contas do Governo federal, conforme as suas próprias conveniências. Enganar a população e ao próprio Presidente da República é a especialidade da equipe econômica.
O Banco Central do Brasil, como em qualquer parte do mundo, é uma entidade à parte e ser independente do Poder Executivo, assim como acontecem nos Estados Unidos, União Europeia e Japão, onde cada Banco Central tem seu próprios parâmetros para decidir sobre a taxa de juros das dívidas do Governo federal. O Banco Central, em tese, pratica a "política monetária", para garantir o "poder de compra" da moeda ou em outras palavras, tenta controlar a inflação com "aperto monetário" ou "afrouxamento monetário", conforme o resultado da "inflação", grande parte devido aos gastos públicos ou a "política fiscal" frouxa do Governo federal. A alta taxa Selic é apenas reflexo da política fiscal equivocada.
Nas contas públicas do Governo Lula, de 2023, apresentou "déficit primário", o dinheiro que falta para pagar as contas, após a arrecadação do Tesouro Nacional. Pelo andar das contas deste ano, prevê-se um novo "déficit primário" em 2024, motivo pelo qual os investidores estrangeiros diretos ou especulativos estão retirando os "dólares" investidos no País. Num país onde não há "política econômica" que dê segurança econômica, financeira e jurídica aos investimentos, eles, os investidores estrangeiros estão retirando os "dólares" para os países de origem ou para os países que deem segurança jurídica e monetária.
Para melhor entender, o "déficit primário" não engloba o pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional. O ideal é que o País, produzisse o "superávit primário" para modernização do parque industrial brasileiro. Pessoas capacitadas para modernização do parque industrial, o País tem de sobra. Além de que o Brasil, infelizmente, é "exportador" de mão de obra qualificada, de nível superior.
O Brasil, infelizmente, é um elo perdido no espaço e no tempo, por falta de visão dos políticos de plantões, de esquerda à direita. Os governantes de plantões veem o povo como um verdadeiro "palhaço" para satisfazer os seus egos pessoais.
Ossami Sakamori