domingo, 30 de agosto de 2020

Paulo Guedes é um ministro fanfarrão!



É triste ver um país como o  nosso, que situa entre os 5 maiores do mundo em extensão territorial e população, ficar discutindo sobre o enquadramento do programa Renda Brasil ao Orçamento Fiscal para o próximo ano.   Primeiro é que o Orçamento Fiscal de 2021 deveria ser sido aprovado pelo Congresso Nacional no mês de julho.  Estamos a adentrar no mês de setembro e estamos a discutir sobre o "teto dos gastos públicos", que está regulado pela Emenda Constitucional 95 de 15 de dezembro de 2016.  E por estas e outras discussões extemporâneas que o Brasil é considerado um país do terceiro mundo.  Infelizmente, nós merecemos o título.

O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, é o primeiro a querer "furar" o teto dos gastos públicos, que deverá ou deveria ser corrigido o Orçamento Fiscal de 2016, aplicando o índice de inflação, IPCA, do período que antecede a 2021. O ministro da Economia teve a oportunidade de gastar o que precisasse em "auxílio emergencial" e diversas formas de subsídios às empresas de pequeno a grandes, por conta da pandemia "coronavírus", denominado de "Orçamento de Guerra", apartado do Orçamento Fiscal de 2020.  Paulo Guedes irá gastar cerca de R$ 1 trilhão somente no Orçamento de Guerra.

Pintou e bordou com o Orçamento de Guerra e exorbitou nas promessas para o ano de 2021, sem ao menos pensar.  Prometeu criar um programa denominado de Renda Brasil que irá substituir o programa Bolsa Família e criar um "colchão de atendimento" às famílias de baixa renda.  A intenção é boa, porém, não há recursos para viabilizar o programa.  Paulo Guedes prometeu ao presidente da República o tal milagre.  E tardiamente, descobriu que o novo programa Renda Brasil como imaginado pelo Paulo Guedes não cabe dentro do "teto dos gastos públicos".   Um ministro da Economia prometer o que não cabe no Orçamento Fiscal é coisa de amador e é imperdoável.

Numa matéria anterior, eu já disse que "o dinheiro não dá no pé como jabuticaba.  O dinheiro para pagar contas, inclusive o programa Renda Brasil, vem da arrecadação de impostos.  E tem ainda uma "trava" a obedecer, que é o "teto dos gastos públicos".  Não pode gastar mais do que os gastos de 2016 corrigido pela inflação.  Paulo Guedes, prometeu ao presidente da República o programa Renda Brasil, um programa de dar inveja ao Lula ou à Dilma.  O ministro da Economia prometeu mas não vai entregar, simplesmente porque existe a Emenda Constitucional 95, que impede de fazê-lo.  O ministro da Economia, demonstra que é um tremendo "fanfarrão", que diz defensor da economia liberal.

Paulo Guedes é um ministro fanfarrão!

Ossami Sakamori



quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Paulo Guedes está com um pé fora do governo


O presidente da República Jair Bolsonaro tomou gosto em sentir a popularidade na pele, que alguns dos presidentes já vivenciaram. Nos périplos que tem feito no nordeste, sempre, em companhia do ministro de Desenvolvimento Urbano, Rogério Marinho, em inaugurações de obras no reduto do PT, parece ter chegado a conclusão de que investimentos em obras na região pobre do País trás dividendo político importante para o projeto de reeleição em 2022.  Em algumas regiões, a popularidade do presidente Bolsonaro já supera a do ex-presidente Lula, segundo a grande imprensa.  

Ontem, no lançamento do programa Casa Verde Amarela que é uma repaginação do programa Minha Casa Minha Vida dos governos Lula e Dilma, deu destaque aos ministros Braga Netto da Casa Civil e o ministro Rogério Marinho do Desenvolvimento Urbano.  A ausência notada foi do ministro da Economia, Paulo Guedes.  A não presença do ministro da Economia foi de que estava coordenando a equipe econômica na finalização da proposta da reforma tributária.

O presidente da República quer esticar o "auxílio emergência" até o final deste ano.  Paulo Guedes sugere o novo valor em torno de R$ 250.  O presidente da República quer R$ 300 e já está a anunciar informalmente.  O fato é que o presidente da República quer dar prioridade nos investimentos públicos conforme programa "pró Brasil" da turma "desenvolvimentista" do Planalto.  Leia-se equipe "desenvolvimentista" os ministros Braga Netto, Tarcísio Freitas e Rogério Marinho, respectivamente, chefes da Casa Civil, Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano.   

O programa Renda Brasil do Paulo Guedes parece definhar diante do pouco recurso disponível no Orçamento Fiscal de 2021 para essa finalidade.  O Renda Brasil que estava previsto a atender os atuais beneficiários do "auxílio emergência", um programa de atendimento a mais de 65 milhões de trabalhadores informais não passarão de 25 milhões de atendidos, englobando os atuais beneficiários de todos programas assistenciais do governo federal.  A limitação do Orçamento Fiscal está previsto na Emenda Constitucional do "teto dos gastos" e isto inviabiliza os programas sugeridos pelo Paulo Guedes.    

Paulo Guedes está com um pé fora do governo.  Já se discute nos bastidores, quem será o novo ministro da Economia.  O nome mais cotado é o do atual presidente do Banco Central, Campos Neto.  

Ossami Sakamori 

sábado, 22 de agosto de 2020

O "big bang" do Paulo Guedes é uma piada de mal gosto!


O dinheiro não é como jabuticaba que dá no pé.  Nada como um dia atrás do outro.  O ministro da Economia, Paulo Guedes, descobre que não tem dinheiro para "bancar" o que prometeu ao presidente da República, um programa para dar continuidade ao Orçamento de Guerra, este último, um pacote de estímulo que ai do "auxílio emergencial" aos subsídios de diversas formas para as grandes e pequenas empresas.  Paulo Guedes não terá o "cheque em branco" de R$ 1 trilhão para gastar no ano que vem.

A equipe do Ministério da Economia prepara um "pacote econômico" que vai combinar medidas de "cortes de despesas", obras públicas, estímulo ao emprego e atração de investimentos privados e privatizações.  O pacote denominado pela equipe do Ministério da Economia como "big bang", em referência à teoria de criação do Universo, nada mais do que um ajuste no LDO de 2021, que vai seguir a Emenda Constitucional do teto dos gastos. Tudo dentro do quadradinho. O conjunto de medidas, não mais contemplará a reforma tributária radical anunciada como sendo solução para todos problemas orçamentárias.   

Como eu disse no preâmbulo desta matéria, o dinheiro não é como jabuticaba que dá no pé.  O total dos gastos de 2021 deverá obedecer o teto dos gastos públicos ou seja o dos Orçamento Fiscal de 2016, corrigido pela inflação do período.  Paulo Guedes, como ministro da Economia, sabia que os gastos públicos de 2021 deveriam e serão obedecidos o teto autorizado pela Emenda do teto dos gastos públicos.  E, agora, corre atrás para ver o que pode fazer para tentar minimizar o "gafe".  

Descobriu-se, por exemplo, que o programa Renda Brasil não poderá ser tão extenso como pretendia o ministro.  A ideia inicial era de que a Renda Brasil atendesse contingente de trabalhadores informais, cerca de 65 milhões de pessoas, que hoje recebem o "auxílio emergencial".  Não, não será mais.  O novo desenho do programa Renda Brasil vai atender tão somente os atuais beneficiários do Bolsa Família, cerca de 13 milhões de chefes de família e substituir os atuais programas ineficientes como abono salarial e seguro-defeso.  O novo programa, Renda Brasil, vai atender cerca de 22 milhões de pessoas ao invés de 65 milhões do programa "auxílio emergência".  Alguém vai ficar sem o Renda Brasil...

A ideia, agora, com o dinheiro não dá no pé, é continuar insistindo nos programas de privatizações, que continuam emperradas por questões jurídicas e políticas.  Os novos aliados, do "centrão", tem as suas bases políticas nas empresas públicas como Correios, Banco do Brasil e Eletrobras, o que dificulta a concretização do programa de privatizações prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.  Mesmo que esse dinheiro entrasse, não seria possível gastar em investimentos públicos, pois há limitação do teto dos gastos públicos.

Como o dinheiro não dá no pé, os programas prometidos pelo ministro Paulo Guedes ao presidente da República estarão cada vez mais pífios.  A economia em 2021 deverá recuperar o espaço perdido em 2020, mas estará longe de ser um "big bang" como promete a equipe econômica do Paulo Guedes.  Isto, pode desagradar o presidente da República que está em plena campanha eleitoral com vistas às eleições de 2022.

O "big bang" do Paulo Guedes é uma piada de mal gosto!

Ossami Sakamori



sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Paulo Guedes virou capacho do presidente da República.


Não se faz ministro da Economia como dantes, como muitos que deixaram seus nomes na investidura dos cargos ocuparam.  O próprio FHC, como ministro de Fazenda do governo Itamar Franco, que em fevereiro de 1994, implantou o Plano Real, cuja moeda está em vigor até hoje.  Embora não tendo sido ministro da Fazenda, mas responsável pelo Banco Central durante a gestão do Lula da Silva e finalmente ministro da Economia do governo Michel Temer, Henrique Meirelles implantou a Emenda Constitucional conhecido como do "teto dos gastos públicos".  Nas últimas décadas, o sucesso ou o fracasso de um governo tem sido creditado ou debitado aos ministros da Economia de cada governo.

Paulo Guedes foi fiador da linha ideológica da política econômica, do ainda candidato Jair Bolsonaro.  O ministro da Economia foi investido no cargo como fiador da política econômica liberal que ele prometeu implantar no País.  Os empresários, os investidores institucionais estrangeiros e nacionais, apostaram na sua política econômica liberal ensinado ao estilo do ensinamento do professor Milton Friedmann.  Até então, o eminente professor da economia teria criado mundo a fora, os "Chicago boys", em alusão aos alunos da economia formados no Chicago University, à época.  O ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan teria seguido o primeiro presidente americano que teria seguido os ensinamento do professor, implantando uma forte desregulamentação da economia americana.

O ministro Paulo Guedes, não lembra nem um pouco do assessor econômico do então candidato Jair Bolsonaro.  Ao contrário da economia liberal, o ministro da Economia, segue a trajetória oposta, ao defender uma série de subsídios ao setor produtivo e um programa de auxílio aos "sem empregos".  No momento, com a justificativa da pandemia "coronavírus", utiliza-se do "cheque em branco" do Orçamento de Guerra, para enveredar-se em política assistencialista que levou a popularidade do presidente da República, num nível que deixa de inveja o Lula e Dilma.  Os gastos previstos por conta da pandemia "coronavírus" está previsto em R$ 1 trilhão.  Claro, sacando à "descoberto", por conta da dívida pública que, perigosamente, se iguala ao PIB.  

O "populismo" é um vício, um defeito, que leva os governantes de qualquer nação a querer permanecer no poder, por eternidade.  Nem vou citar os nomes, porque os exemplos estão recheados no mundo de hoje e de ontem.  Tomara que o nosso presidente da República não tenha sido picado pela "mosca azul" e seu ministro da Economia seja mais um "puxa saco" a inflar o ego do primeiro mandatário da República. 

Paulo Guedes virou capacho do presidente da República.

Ossami Sakamori

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Renda Brasil vai custar de R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões


Eu já não tenho mais paciência em ficar assistindo a disputa de vaidades entre os ministros do governo federal.  O ministro Paulo Guedes, o Posto Ipiranga do presidente da República, acostumou-se em utilizar o "cheque em branco" do Orçamento de Guerra devido a pandemia "coronavírus", que vai consumir R$ 1 trilhão de reais acima do Orçamento Fiscal de 2020.  Como que de repente descobriu que as despesas ordinárias "deverão" ser cobertos com o Orçamento Fiscal ordinário.  Paulo Guedes aproveita da situação de saia curta para armar "barraca" com os ministros Braga Netto, Rogério Marinho e Tarcísio Freitas.  Coisa feia, engalfinharem-se debaixo do nariz do presidente da República.  Isto não se faz!

Ministro Paulo Guedes prometeu ao presidente da República, o programa Renda Brasil, que é uma extensão do "auxílio emergência", englobando o atual Bolsa Família.  O presidente da República sentiu a popularidade subir com o efeito da distribuição de renda para os trabalhadores informais.  E, Paulo Guedes, como que de repente, descobriu que havia mas de 60 milhões de "trabalhadores invisíveis".  É mentira do ministro da Economia.  O IBGE que é um órgão subordinado à sua pasta, no levantamento que faz mensalmente, traz os números detalhados de diversas categorias de trabalhadores, sem carteira de trabalho assinado, em situações críticas. 

Paulo Guedes sugeriu e o presidente da República gostou da mudança do nome, de Bolsa Família para Renda Brasil, pois a Bolsa Família lembraria o programa carro-chefe do governo Lula e Dilma.  Assim como o Lula unificou diversos programas do FHC e deu nova  denominação, o Bolsa Família, o ministro da Economia quer de qualquer jeito aquinhoar o presidente da República com o programa "Renda Brasil", o maior programa de suporte à população pobre do mundo.  Paulo Guedes quer "gabar-se" de um programa que num país do primeiro mundo é uma vergonha ter a necessidade de dar suporte a tantos trabalhadores.    

O programa Renda Brasil, se atender os atuais beneficiários do "auxílio emergência", com uma renda entre R$ 250 a R$ 300, custaria aos cofres públicos entre R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões.  Não há espaço fiscal para abrigar um programa no formato idealizado pelo Paulo Guedes.  E ainda, terá que contemplar os investimentos em obras públicas, demandados pelos ministros desenvolvimentistas, como o Tarcísio Gomes, Braga Netto e Rogério Marinho, apelidados pelo ministro da Economia de ministros "fura-tetos".  Toda essa discussão é feita em cima do "teto dos gastos públicos" que engessa o Orçamento Fiscal ao nível de 2016, corrigido apenas pelo IPCA. 

Há fórmula para suportar os investimentos em obras públicas, através de Emenda Constitucional específico, mas isso é tarefa para quem se ofereceu para tornar a economia brasileira liberal à maneira preconizada pela Universidade de Chicago, onde o ministro Paulo Guedes saiu-se doutor em economia.  Vamos ver, como o Paulo Guedes vai se sair desse "enrosco" que ele próprio está a criar.

Renda Brasil vai custar aos cofres públicos, de R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões

Ossami Sakamori

terça-feira, 18 de agosto de 2020

O mercado financeiro viverá momentos de incerteza


O engalfinhamento entre o ministro Paulo Guedes e a ala desenvolvimentista do Palácio do Planalto continua, apesar do ministro da Economia ter afirmado, ontem no início da noite, de que o presidente da República continua a depositar confiança na sua pessoa e que ele "fica" no governo.  Nas vezes anteriores, quando havia conflito na área econômica, quem afirmava a permanência do ministro Posto Ipiranga era o próprio presidente da República. Desta vez, não foi ele a anunciar a confiança no ministro da Economia.  Significa que o presidente da República não tem tanta convicção da permanência do Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia.

O pano de fundo do engalfinhamento entre o Paulo Guedes e os ministros desenvolvimentistas é o cumprimento do teto dos gastos públicos aprovado no governo Temer que impõe o limite de gastos públicos ao Orçamento Fiscal de 2016, corrigido pela variação do IPCA no período, até 2036, com previsão de revisão em 2026.  A Emenda do teto dos gastos é uma invenção do ex-ministro Henrique Meirelles para dar credibilidade ao mercado financeiro internacional, diante do brutal recessão econômica de véspera, em 2016.  No entanto, o limite de gastos é uma verdadeira "camisa de força" que limita o crescimento econômico do País. 

Atualmente, o ministro Paulo Guedes tem em suas mãos o Orçamento de Guerra, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional, para enfrentar a pandemia "coronavírus".  Os gastos previstos vão desde o "auxílio emergencial" de R$ 600 aos diversos subsídios às empresas de grande ao pequeno porte.   Incluiu também, a transferência de recursos para estados e municípios para cobrir eventuais perdas de arrecadação.  O Orçamento de Guerra é um instrumento para ministro da Economia criar despesas do governo federal, sem consultar o Congresso Nacional, fora do Orçamento Fiscal ordinário, um verdadeiro "cheque em branco" para ministro da Economia, criar despesas à sua própria avaliação.  

O Orçamento de Guerra vai criar um gasto extra LDO do 2020, em cerca de R$ 1 trilhão.  O Orçamento de Guerra é financiado com emissão de títulos da dívida pública emitido pelo Tesouro Nacional e colocados no mercado financeiro pagando taxa básica de juros Selic.   A briga está exatamente neste "entendimento" dos gastos do Orçamento de Guerra.  O ministro Paulo Guedes considera os "gastos em investimentos" como "não enquadráveis" no Orçamento de Guerra e os ministros desenvolvimentistas, à frente o ministro chefe da Casa Civil, Braga Netto e os ministros do Desenvolvimento Urbano e o da Infraestrutura, consideram que, diante do quadro de recessão devido a pandemia "coronavírus", os investimentos em obras "são enquadráveis" no Orçamento de Guerra.   Pois sabe-se que os investimentos criariam cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos a cada R$ 1 bilhão.   

Na minha opinião, a pandemia "coronavírus" não termina até que a população brasileira seja vacinada, o que ocorrerá, na melhor hipótese, no primeiro semestre do ano que vem.  É certeza de que o Paulo Guedes vai pedir extensão do Orçamento de Guerra para o próximo ano ou seja o "cheque em branco" ficar valendo para o ano de 2021.  Estimo que o ministro da Economia, qualquer que venha assumir, deverá sacar outros R$ 500 bilhões por conta do Orçamento de Guerra em 2021.  Talvez, nem precise lançar mão de um novo endividamento público, porque o Banco Central já anunciou que vai transferir R$ 400 bilhões para o Tesouro Nacional por conta dos lucros acumulados na Instituição. 

Enquanto se discute o "sexo dos anjos" entre os ministros desenvolvimentistas e o ministro Paulo Guedes, o mercado financeiro vive e viverá momentos de incerteza.  O que o mercado financeiro mais detesta é a "incerteza" na política econômica.  Pouco importa se o ministro da Economia é o Paulo Guedes ou João da Silva.  O mercado financeiro espera uma clara política econômica do governo federal seja ela do Paulo Guedes ou de um qualquer outro ministro da Economia. 

Enquanto isto, o mercado financeiro vai viver momentos de "especulação".  O índice Bovespa deverá operar em queda e o dólar deverá flutuar em níveis nunca dantes visto. O mercado financeiro vai viver momentos de "boatos".  Neste momento, o melhor que faz é colocar as barbas de molho. Muita cautela em investimentos especulativos, numa situação de incerteza como de hoje.

Ossami Sakamori      


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Presidente Bolsonaro em plena campanha eleitoral


O presidente Jair Bolsonaro está em plena campanha eleitoral para sua reeleição em 2022.  Hoje, ele vai para estado de Sergipe, inaugurar uma pequena usina termoelétrica.  Presidente da República quer consolidar a popularidade conquistada com o programa "Auxílio emergencial", que distribui R$ 600 para os trabalhadores informais.  O povo nordestino, nunca viu tanto dinheiro distribuído, em "boca do caixa" para os pobres desassistidos.   Nem mesmo, o ex-presidente Lula conseguiu o benefício da redistribuição de renda tanto quanto o atual presidente da República. 

O último levantamento divulgado pelo Datafolha, nessa sexta-feira, dia 14, aponta que sua aprovação é a maior desde o início do mandato, com 37% dos brasileiros considerando o seu governo ótimo ou bom.   A ampliação da popularidade do presidente Bolsonaro é significativa porque a região foi a única em que ele foi derrotado na eleição de 2018.  O presidente da República, na eleição que o elegeu, não foi o mais votado em nenhum dos nove estados da região nordeste. Além disso, o partido da oposição, PT, conquistou 4 governos estaduais em 2018: Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Bahia.  

Antes da viagem, hoje, segunda-feira, o presidente da República tem uma reunião marcada com o ministro da Economia, Paulo Guedes.  Oficialmente, a reunião é para definir o assunto, que virou polêmico, o "teto dos gastos".  Na minha opinião, o destino do ministro da Economia está em aceitar ou não à agenda econômica do presidente da República.  Depois de tanta polêmica, eu no lugar dele, pegaria o boné e se mandava.  Clima para permanência do Guedes no governo ficou insustentável.

Enquanto isso, o presidente Bolsonaro vai fazer a sua campanha de reeleição, no reduto petista.  

Ossami Sakamori








domingo, 16 de agosto de 2020

Campos Neto deverá ser o ministro da Economia.


A grande imprensa aposta o nome do Roberto Campos Neto para substituir Paulo Guedes no Ministério da Economia, após imbróglio que colocou o presidente da República e o ministro em polos opostos.  Conforme já comentei neste blog, o presidente da República teria ficado contrariado com a postura do Paulo Guedes, na defesa do "teto dos gastos" e o comentário infeliz de que isto poderia levá-lo ao impeachment.   De lá para cá, o atual ministro da Economia vem perdendo prestígio perante presidente da República.  Paulo Guedes não é mais o "Posto Ipiranga" do presidente da República. 

Campos Neto, por outro lado, responsável pela política monetária do governo, vem ganhando "ponto" com o presidente da República, sobretudo, pela postura equilibrada na condução da política monetária.  O último feito do Comitê da Política Monetária do BC em rebaixar a taxa básica de juros para 2%, menor taxa dentro do Plano Real, marcou demais a sua posição perante os ministros palacianos, todos generais do Exército e perante o próprio presidente da República.   

O que mais desagradou o presidente da República, sem dúvida, foi a maneira com que o ministro Paulo Guedes tratou o ministro Rogério Marinho e o ministro Braga Netto.  Para "calar a boca", o Paulo Guedes ofereceu uma verba adicional de uma "merreca" de R$ 5 bilhões para o Ministério do Desenvolvimento Urbano, sendo ele, o ministro da Economia detentor do "cheque em branco" do Orçamento da Guerra.  Apenas para lembrar, o ministro Paulo Guedes prevê gastar R$ 800 bilhões o que equivale a terminar o exercício fiscal com "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de R$ 1 trilhão, tudo por conta da pandemia "coronavírus".

Campos Neto, atual presidente do Banco Central é neto do Ministro de Planejamento do governo Castelo Branco, foi diretor do grupo Santander, antes de assumir o principal posto de executor da "política monetária" do Brasil.  Roberto Campos Neto ou Campos Neto como é conhecido, tem todas condições de assumir o Ministério da Economia e apoiar o presidente da República no seu projeto de reeleição de 2022. 

Campos Neto deverá ser o ministro da Economia.

Ossami Sakamori



sábado, 15 de agosto de 2020

Paulo Guedes vai deixar o governo!


O presidente da República, Jair Bolsonaro, descobriu que o seu estilo rude e tosco (sic meu), características que o marcou desde a campanha presidencial e o mantém no bom nível de popularidade.  As últimas pesquisas de opinião mostra a aceitação em nível superior à pesquisa anterior da Datafolha, 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, ante 32% da pesquisa anterior e o índice de rejeição caíram de 44% para 34%.   Dentro desse cenário positivo, o presidente da República irritou-se com a declaração do ministro Paulo Guedes sobre a possibilidade de impeachment caso ele, presidente da República, furasse o "teto dos gastos", numa alusão à interferência do presidente da República nos assuntos da área econômica, que ele se acha o "dono".  

O Paulo Guedes se acha o todo poderoso da República, mas não é.  O "Orçamento de Guerra", um verdadeiro "cheque em branco" utilizado pelo ministro da Economia, foi aprovado pelo Senado Federal no dia 20 de março e pela Câmara dos Deputados, na véspera, o reconhecimento de "estado de calamidade pública no Brasil" para enfrentamento da pandemia "coronavírus".  Desde então, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já lançou mão desse mecanismo gastando R$ 800 bilhões na conta dele e R$ 1 trilhão na minha conta, para atender os trabalhadores informais, empresas de pequeno ao grande porte e transferência de recursos do Tesouro para estados e municípios.  

Paulo Guedes, de repente, se viu na condição de "super ministro", quase como um "Primeiro Ministro", aproveitando-se do pouco conhecimento do presidente da República nos assuntos da "macroeconomia".  Com "cheque em branco", Paulo Guedes ousou em enfrentar o ministro chefe da Casa Civil em "restringir" os gastos em investimentos públicos.  O último ato do Paulo Guedes foi liberar uma "migalha" de R$ 5 bilhões para o Ministério de Desenvolvimento Urbano para concluir obras inacabadas.   Eu disse "migalha", porque ele já gastou ou vai gastar uma "bagatela" de R$ 800 bilhões na conta do Guedes ou R$ 1 trilhão na minha conta, somente neste ano.

Apenas para lembrar que no final de julho, apresentei ao ministro da Casa Civil, Walter Braga, um plano denominado de "Ação pró Brasil", com investimento de R$ 1 trilhão no triênio 2020/21/22, o que geraria grosso modo 40 milhões de novos empregos formais.   O plano "Ação pró Brasil" é uma versão arrojada do plano "pró Brasil" apresentado pelo ministro Braga Neto e boicotado pelo ministro Paulo Guedes.

Na queda de braços entre o presidente da República e o ministro da Economia, aposto que Paulo Guedes vai deixar o governo!

Ossami Sakamori



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Palácio do Planalto virou palco de disputa de vaidades


Vocês devem estar perdidos com os engalfinhamentos entre os ministros do governo Bolsonaro, sobretudo entre a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes e os ministros "desenvolvimentistas" do Palácio do Planalto. O motivo de desentendimento se refere aos gastos públicos. Para confundirem mais ainda o entendimento de vocês sobre o tema central, a grande imprensa noticia os gastos além do Orçamento Fiscal em 2020, anunciado pelo Ministério da Fazenda de R$ 800 bilhões.  Nunca dantes no País, o governo apresentou rombo gigantesco.  Tudo por conta da pandemia "coronavírus", o "rombo fiscal" vai se somar ao gigantesca dívida pública do governo federal que está a alcançar 100% do PIB no final de 2020.

Na prática, o ministro Paulo Guedes, com a argumentação da pandemia "coronavírus", baseada na situação de emergência, rompeu e continua rompendo os preceitos da Emenda Constitucional 95 de 13 de dezembro de 2016, do governo Michel Temer.  A Emenda limita por 20 anos, os gastos públicos, que em essência diz que só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).  Só para vocês entenderem, até então, o limite de gastos públicos eram regulado pela Lei 101 de 4 de maio de 2000, que impingia aos administrador público federal, o "equilíbrio entre receitas e despesas".    

Argumentando "estado de emergência nacional" por conta da pandemia "coronavírus", o governo federal instituiu o "Orçamento de Guerra" apartado do Orçamento Fiscal ordinário de 2020.  O tal orçamento é um verdadeiro "cheque em branco" para ministro da Economia, gastar "tudo que for necessário", para superar a depressão econômica advindo da pandemia "coronavírus".  Dentro deste contexto que foi criado o "auxílio emergencial", um programa de renda mínima de R$ 600 para, em princípio, para trabalhadores informais, sem carteira assinada.   Dentro deste mesmo Orçamento de Guerra foram concedidos diversas formas de subsídios para empresas pequenas, médias e grandes.  

Tudo que foi dito, uma despesa que beira R$ 1 trilhão, foi autorizada pela "canetada" do ministro Paulo Guedes.  Noutro lado, tem os ministros desenvolvimentistas como Rogério Marinho do Desenvolvimento Urbano e Tarcísio Freitas da Infraestrutura, chefiado pelo ministro Braga Netto da Casa Civil que quer os gastos em infraestruturas sejam incluídos no Orçamento de Guerra.   O ministro da Economia, dono do "cheque em branco", torce nariz para os pleitos dos ministros "desenvolvimentistas", alegando o "teto dos gastos públicos", esquecendo-se de que para executar os programas dele, não tem "teto" e nem "freio".  

É triste ver que, os "engalfinhamentos" continuem.  Agora, as brigas não são com outros poderes, mas há uma verdadeira "briga de foice" dentro da própria equipe do presidente da República.  Pelas falas do presidente da República, nota-se que ele "lavou as mãos" e vai deixar que os seus ministros se "engalfinhem" dentro do Palácio do Planalto.  E nessas briga de vaidades internas, quem perde e quem paga a conta é o contribuinte brasileiro.  

O Palácio do Planalto virou palco de disputa de vaidades.

Ossami Sakamori




quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Paulo Guedes será o próximo a "picar a mula".



Disse o presidente da República, Jair Bolsonaro, de que "a economia está reagindo" e nós aqui revolvemos então com essa reunião, se referindo a reunião com o Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, direcionar mais as nossas forças para o bem comum daquilo que todos nós defendemos", se referindo desta vez para a lei do "teto dos gastos" sancionado pelo presidente Michel Temer.  Isto tudo é bonito no discurso, mas inviável na prática, para vencer a depressão econômica acentuada com a pandemia "coronavírus".  Paulo Guedes, cedeu à pressão palaciana e deu o troco.

Na mesma reunião esteve presente o ministro da Economia Paulo Guedes, que criticou na véspera, os auxiliares do presidente da República de aconselharem o presidente da República de furar o teto dos gastos, como uma forma de fortalecer a posição da reeleição do presidente da República.  Paulo Guedes se referia aos ministros militares do Palácio do Planalto e o ministro de Desenvolvimento Regional e o ministro da Infraestrutura.  Disse o ministro da Economia, de que se fizer isso, "furar" o teto dos gastos públicos vai jogar o Bolsonaro na zona de impeachment, no meio do imbróglio que deu baixa na sua equipe do primeiro escalão.

Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, vão acelerar a votação da proposta que permite o governo "acionar" as medidas de contenção dos gastos previstos na lei conhecida como do "teto dos gastos" aprovado no governo Temer.  Em linhas gerais, a lei do "teto dos gastos" prevê que os Orçamentos Fiscais dos próximos 20 anos, contado desde 2016, não extrapolasse o Orçamento Fiscal de 2016, corrigido tão somente pela inflação do período.  A lei do teto das gastos públicos, sem as regras de destravamento da economia, seria uma espécie de "camisa de força" para um crescimento econômico robusto.  

 Assim fazendo, o ministro da Economia em queda de braço com os ministros "desenvolvimentistas" como Rogério Marinho e Tarcísio Freitas, sai vencedor nesta contenda.  No entanto, sepulta de vez o seu projeto e do presidente da República, um programa assistencial denominado Renda Brasil que, de princípio, seria a extensão do programa "auxílio emergência".  Paulo Guedes, tomando a atitude que tomou, presume-se que já está com as mãos no boné para "picar a mula" do governo, assim como já fizeram os auxiliares mais próximos.  Próximos capítulos vão confirmar o que estou a dizer, hoje.  

Paulo Guedes será o próximo a "picar a mula".

Ossami Sakamori









terça-feira, 11 de agosto de 2020

Visão equivocada do Guedes sobre a "nova CPMF"


É dada como certa o envio do projeto de lei que cria a "nova CPMF" para o crivo do Congresso Nacional.  O Ministério da Economia e o governo federal estão empenhados na criação da nova contribuição para financiar a desoneração da folha de pagamento e criar o programa Renda Brasil.   Toda estrutura do governo está empenhado na aprovação da "nova CPMF", a começar pelo General Ramos da Secretaria Geral ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.  O Palácio do Planalto vai jogar todas fichas para a aprovação da "nova CPMF" para viabilizar a reeleição do atual presidente da República.  

O ministro Paulo Guedes da Economia deve encaminhar o projeto de lei nos próximos 10 dias, segundo Palácio do Planalto.  O governo conta como favas contadas pela aprovação da "nova CPMF" porque ela vai financiar a extensão do programa "auxílio emergencial" para os próximos anos.   O objetivo é atender os trabalhadores informais, sem carteira de trabalho, que vivem de "bicos".   Um contingente da força de trabalho que, não se sabe exatamente quantas pessoas, mas que deve representar cerca de 40 milhões a 60 milhões.  Para se ter ideia o programa Bolsa Família atende atualmente cerca de 13 milhões de chefes de família, que será incorporado ao Renda Brasil.

Só o programa Renda Brasil vai onerar ao Orçamento Fiscal, todos anos, à partir do ano que vem, de R$ 150 bilhões a  R$ 250 bilhões, dependendo do número de beneficiários a ser contemplados.  Não se tem ideia ainda o valor a repor devido a desoneração de folha de pagamento que também será paga pela "nova CPMF". O ministério da Economia faz simulações com a incidência de 0,20% a 0,40% sobre todas transações eletrônicas, formais e informais. O principal defeito da "nova CPMF" é o efeito em cascata, isto é, a incidência em cada produto ou serviço acontecer em cada etapa ou em cada pagamento, leia-se boletos.

A minha visão é totalmente oposta ao do ministro Paulo Guedes.  Ao invés de programa puramente assistencialista como Renda Brasil, o mesmo dinheiro deveria ser aplicado em investimentos de infraestrutura, incluindo nesta, canalizações, estradas viciais, recuperações de escolas e postos de saúde, poços artesianos para sertanejos.  O próprio IPEA, órgão do governo federal, estima criação de 100 mil empregos para cada R$ 1 bilhão de investimentos em obras.  Se o valor estimado da arrecadação com a "nova CPMF" for canalizado para investimentos em obras públicas, criaria, de 15 milhões a 25 milhões de novas vagas de trabalho.

Com criação de tal número de empregos, certamente, o Brasil estará "bombando" como querem os formuladores da política econômica do País.

Ossami Sakamori


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A situação do "desemprego" no Brasil é dramática!




Brasileiros em geral, nos quais me incluo, não gostam de encarar a realidade, nem mesmo o ministro da Economia do País.  Preferem dizer que o Brasil "está bombando", apesar de números assustadores que a própria estatísticas do IBGE demonstre.  Em número concreto, entre o mês de maio e junho de 2020 houve "destruição" de 1,4 milhão de postos de trabalhos formais.  Isto é apenas a ponta do "iceberg" da verdadeira situação de desempregados no Brasil.  

Antes da pandemia, o País tinha 33,8 milhões de trabalhadores formais, com carteira assinada.  Desta forma, significa que o Brasil, no final de junho, estava com 32,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, dentre pouco mais de 100 milhões da força do trabalho. Espanta-me, um  ministro da Economia, o Paulo Guedes, dizer que o País possui cerca de 60 milhões de trabalhadores informais, como se fosse uma grande descoberta.  Não se pode culpar o IBGE por eventuais falhas na falha na coleta de dados.  Os dados estão sendo disponíveis desde 2015, o início da crise econômica que avassala o País.    


Vamos lembar que o IBGE é um órgão público federal sob o comando do Ministério da Economia, portanto, a equipe econômica e o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, deveriam estar acompanhando mês a mês, a evolução do desemprego no País.  O número de desempregado não está "invisível", pelo contrário está muito visível diante da estatística do governo federal.   

A classificação formal dos trabalhadores, de certa forma, ajuda mitigar o efeito do "desemprego".  É considerado "desempregado", apenas os trabalhadores que saem para procurar o emprego.  Os desempregados que nem sequer saem para procurar o trabalho são denominados de "desalentados". Os trabalhadores que estão recebendo o seguro desemprego, também não entram na estatística de desempregados.  Nem entram na estatística, o "nem-nem", nem estuda e nem trabalha, que sequer tem carteira de trabalho.  E por último, os trabalhadores informais, os "invisíveis" do ministro Paulo Guedes, são os que vivem de bicos ou são "ambulantes" que vivem de micro-comércio.  

Diante deste quadro, não será um programa de renda mínima, denominado de "Renda Brasil", é que vai tirar o Brasil do "atoleiro" que se meteu desde 2015.  Nem adianta, tão pouco, botar a culpa na "esquerda" e nem colocar toda culpa na pandemia "coronavírus".  O ministro da Economia deveria saber, desde 2018, a situação de "pandemia econômica" que o Brasil vive muito antes de assumir a posição de ministro da Economia em 2019.

A situação de "desemprego" no Brasil é dramática!

Ossami Sakamori



domingo, 9 de agosto de 2020

Sua parte da dívida pública é de R$ 34 mil


A pandemia "coronavírus" deve custar ao governo federal, incluído déficit decorrente da máquina pública prevista no Orçamento Fiscal de 2020, a marca recorde de R$ 1 trilhão, equivalente a mais de 12% do PIB.  Cada brasileiro, do adulto ao recém nascido, terá o endividamento acrescido em R$ 4,4 mil reais, somente neste ano.  O ministro da Economia, Paulo Guedes, põe a culpa do déficit primário insustentável tão somente na pandemia "coronavírus", o que é uma grande mentira.  

Segundo o novo secretário do Tesouro, Bruno Funchal, que assumiu o cargo no lugar do economista Mansueto Almeida, "é um custo bem alto" e afirma que "em última instância, é uma conta que será paga por todos nós e pelas gerações futuras", se referindo aos gastos públicos.  Todos nós, ele quis dizer, "todos contribuintes", apenas para lembrança.  Se a expectativa se confirmar, a dívida pública bruta do País deverá alcançar 100% do PIB ou cerca de R$ 7,5 trilhões em 2020.  Significa, também, que cada brasileiro vai ficar devendo no final deste ano, cerca de R$ 34 mil reais, sem ter tirado algum proveito em benefício de si próprio.

Ainda assim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer tornar permanente o "auxílio emergencial" denominado-o de "Renda Brasil", que deverá atender os atuais beneficiários do programa em vigor.  O projeto para o crivo do Congresso Nacional e o benefício da "Renda Brasil" deverá abranger os atuais 60 milhões de beneficiários do "auxílio emergencial".  Se o benefício do "Renda Brasil" for de R$ 300,00 como pensa o governo, o gasto anual do Renda Brasil deverá ser uma bagatela de R$ 234 bilhões, comparado com o custo da Bolsa Família.   O programa "Renda Brasil" deverá ser o carro chefe da campanha de reeleição do atual presidente da República, em 2022. 

É por estas e outras razões é que fica imprescindível a aprovação da "nova CPMF", um imposto injusto, em cascata. A carga tributária brasileira representa hoje, sem "nova CPMF", em cerca de 34% do PIB.  De tudo que o País produz, os gastos do governo representa cerca de 1/3 de tudo que o povo consome.  O problema não é o percentual da carga tributária, mas os benefícios capengas na hora de atender as necessidades da população. 

Paulo Guedes não é nem um pouco diferente de outros ministros da Economia já teve no Brasil.  Pelo contrário, Paulo Guedes é um "neoliberal" assumido, mesmice dos outros que ocuparam a cadeira do Ministro de Economia.  

Sua parte da dívida pública é de R$ 34 mil 

Ossami Sakamori

sábado, 8 de agosto de 2020

Brasil está refém da vaidade do Paulo Guedes.


O ministro Braga Netto da Casa Civil lançou no dia 22 de abril de 2020, o programa Pró-Brasil, como uma estratégia do governo de buscar o crescimento econômico após a crise provocada pela pandemia "coronavírus".  A proposta prevê, investimentos de R$ 27,4 bilhões para serem aplicados em 11.400 obras já iniciadas.  Em uma segunda etapa, investimentos de R$ 157 bilhões em projetos de infraestrutura a serem executados em forma de Parceria Público-Privada.  O programa ficou do tamanho que é, por não se o ministro da Economia o "pai" do Plano.  

A ideia seria uma cópia do "Plano Marshall", um plano norte-americano de reconstrução dos países aliados depois da Segunda Guerra Mundial.  A Europa é hoje, o que é, grande parte, devido à ajuda dos Estados Unidos.  Investimentos públicos em infraestrutura foi implementados pelo presidente Roosevelt para tirar os Estados Unidos da grande depressão econômica de 1929.  Portanto é uma fórmula clássica para tirar qualquer país de uma "depressão econômica", tal qual acomete o Brasil, desde 2015.  

O próprio IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, mantido pelo governo federal, sugere que as obras de mobilidade urbana, de canalização de rios, de casas populares, de saneamento, de estradas viciais, de reformas de prédios públicos, sejam feitos em regime diferenciados de contratações (RDC), para dar maior agilidade.   O IPEA estima que para cada R$ 1 bilhão investido, gere 100 mil empregos.  Portanto, o Braga Netto não está sozinho nessa luta interna pela disputa do seu "cercadinho".  

No mesmo sentido, encaminhei ao ministro Braga Netto, um plano "Ação pró-Brasil", uma cópia ampliada do  plano "pró Brasil", um plano com investimento em obras públicas, um verdadeiro plano "Marshal", de R$ 1 trilhão para triênio 2020, 2021 e 2022, que em tese, criaria 40 milhões de empregos. Para se ter ideia, hoje, são mais de 60 milhões de pessoas dependentes do programa "Auxílio emergência, um programa "saco sem fundo".  Quanto ao Orçamento Fiscal, basta ampliar o "Orçamento de Guerra", apartado do Orçamento Fiscal ordinário.  

O plano do ministro chefe da Casa Civil não decola, por falta de verbas que depende da liberação do Ministério da Economia.  O ministro Paulo Guedes é contra o "Plano Marshall" do Braga Netto.  O ministro Paulo Guedes prefere o programa "Renda Brasil", uma extensão do "auxílio emergência" que traz muita popularidade a ele e ao presidente da República e com gastos públicos semelhantes ao do "pró Brasil".

Brasil está refém da vaidade do ministro Paulo Guedes.

Ossami Sakamori


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Paulo Guedes está é louco da cabeça!


O ministro da Economia, Paulo Guedes, gosta de empolgar a sua platéia de apoio.  Ontem, dia 6, quinta-feira, disse no Aspen Security Forum, dirigindo a uma platéia de empresários americanos: “Entendemos a preocupação de vocês, porque vocês desmataram suas florestas. Vocês querem nos poupar de desmatar a floresta, como vocês desmataram as suas. Sabemos que vocês tiveram guerras civis, também tiveram escravidão, e só pedimos para que vocês sejam amáveis como somos amáveis. Vocês mataram seus índios, não miscigenaram”.  Isto é um desserviço que um ministro da Economia presta ao seu País.

A fala do Paulo Guedes, no mínimo, foi deselegante com os anfitriões, no momento impróprio, na hora que o Brasil mais precisa de investimentos estrangeiros e de exportações de de aço aos produtos agrícolas.  O País não tem poupança interna para fazer investimentos.  O Brasil precisa de investimentos estrangeiros como o sertanejo precisa de água para beber.  Paulo Guedes faz discurso para o seu público interno, o seu "chiqueirinho" para tentar "mitigar" o pior resultado fiscal dentro do Plano Real, um "déficit primário" de R$ 800 bilhões ou equivalente a 11% do PIB.  Paulo Guedes tenta segurar a popularidade do presidente da República com o chapéu alheio, o do contribuinte brasileiro.

Se depender do secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, que afirma seguir o Orçamento Fiscal "dentro do teto de gastos", como base do Orçamento Fiscal de 2021. Afirma o secretário do Tesouro: "Toda crise tem início, meio e fim, e precisamos sair dessa crise com capacidade de pagar essa conta e voltarmos à nossa trajetória de consolidação fiscal".  O País vem tentando sair da depressão econômica, com teoria macroeconômica ortodoxa desde 2015, mas não está dando resultado.  A economia brasileira continua estagnada ou literalmente "no chão".

O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer desonerar a folha de pagamento e instituir como permanente, o Renda Brasil, um programa assistencial que ruboriza o próprio mentor do programa, o  ex-senador Eduardo Suplicy, PT/SP.  Paulo Guedes toma atitude dúbia, de um lado fala em seguir o "teto dos gastos", mas por outro lado fala em liberar o programa Renda Brasil com gastos previstos de R$ 250 bilhões anuais.  

Paulo Guedes está é louco da cabeça!

Ossami Sakamori

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Taxa Selic de 2% traz otimismo aos investidores



Banco Central anunciou, ontem, que o COPOM - Comitê de Política Monetária estabeleceu a taxa de juros básicos Selic em 2% ao ano.  A nova taxa básica de juros é a menor da série histórica desde janeiro de 1998.  Em tempos normais, a nova taxa Selic seria motivo de comemorações.  No entanto, a nova taxa básica de juros Selic faz parte do conjunto de medidas do Ministério da Economia e do Banco Central, respectivamente, sob comando do ministro Paulo Guedes e do presidente Campos Neto, para tirar a economia do brutal recessão econômica que o País mergulhou devido a pandemia "coronavírus".  

Os países do primeiro mundo, já tomaram a mesma medida, no início da pandemia "coronavírus", já no mês de maio/junho.  Antes tarde do que nunca.  A medida do Banco Central é correta, digamos e no tempo certo  O Banco Central temia a volta da inflação devido a escassez de produtos, o que ocorreu apenas em situações pontuais, como produto de feiras livres.   Antes, o Banco Central tinha sinalizado na reunião anterior de que a taxa de juros Selic tinha chegado no "piso mínimo".  Foi uma surpresa, mas no sentido positivo e no caminho correto mais esta redução.

A política monetária conduzida pelo presidente do Banco Central tem sido o sustentáculo na tentativa de vencer a recessão econômica.  Soma-se à política monetária do Campos Neto, as medidas do Ministério da Economia, como "auxílio emergencial" e diversas formas de subsídios e financiamentos baratos para empresas em geral, de grandes a pequenas.  As medidas macroeconômicas implementadas pelo Paulo Guedes e Campos Neto vai evitar a queda do PIB devido a "coronavírus", antes previsto por mim em 15% para algo como 5% em 2020. 

O País tem chance de sair-se da pandemia "coronavírus", por ironia, devido aos gastos dos governos, federal, estadual e municipal, mais o Distrito Federal que representa cerca de 36% do PIB de 2019.  Os gastos em serviços essenciais como saneamento, energia elétrica, telecomunicações e transporte público tem contribuído para manter as atividades econômicas  no nível mínimo necessário para o País não parar.  Somado aos gastos sem serviços públicos, a atividade agrícola continua contribuindo no PIB em cerca de 22% do PIB, tem contribuído significativamente para segurar o País na brutal "depressão econômica" que estamos a viver. 

O efeito da taxa básica de juros Selic de 2% ao ano, com certeza, mais do que em fatos reais, anima os investidores institucionais diretos ou mesmo para os investidores de risco em mercado de capitais.  O tento, desta vez, é para o Campos Neto, presidente do Banco Central, responsável pela política monetária do governo.

Taxa Selic de 2% traz otimismo aos investidores

Ossami Sakamori

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Beirute em chamas


PorRONALD SANTOS BARATA

A explosão, hoje, no porto da capital do Líbano, Beirute, ocorreu em meio à grave crise econômica, social e sanitária, que o país vive, desde o fim da guerra civil em 1990, e em meio a extrema pobreza.   É situação bastante complicada e, tentando ajudar para o entendimento, apresento um “apanhado” de um texto sobre o país, no trabalho que estou concluindo, denominado “Os Meandros do Poder Mundial”. Fiz vários cortes e alterações e, por isso, não é completo.

            O Líbano, é um dos vários países que ocupam o território que foi habitado pelos fenícios, cerca de três mil anos a.C., considerado o berço da Humanidade, chamado, conforme a Bíblia, de Terra de Canaã. Tem apenas 10.400 km². Ex-possessão do Império Turco-Otomano. A população, cerca de 4,5 milhões, é bastante heterogênea, formada por muçulmanos (sunitas, xiitas e alauitas), drusos, cristãos (maronitas, ortodoxos gregos, protestantes e armênios), além de pequenos grupos de judeus, hindus, budistas e baha’is, e abriga centenas de milhares de refugiados palestinos. Essa diversidade provoca muitos choques na sociedade.

            O sistema político procura contemplar os maiores grupos religiosos, devido ao acordo realizado em 1991. A Constituição determina que a presidência da República seja ocupada por um cristão maronita, o primeiro-ministro tem que ser um muçulmano sunita e a presidência do parlamento é entregue a muçulmano xiita. O Parlamento divide as 128 cadeiras, entre muçulmanos xiitas e sunitas com o mesmo número, mais os drusos, cristãos maronitas, cristãos greco-ortodoxos, cristãos greco-católicos, cristãos armênio-ortodoxos, muçulmanos alauitas, protestantes, coptas (cristãos), católicos romanos e judeus. É uma complicada divisão. Sofre influência das disputas entre poderosas famílias, e a ingerência de países da região, dos Estados Unidos e da França.

Em 1923, a Liga das Nações referendou o domínio da França sobre Líbano e Síria. Em 1943, o Líbano conquistou a independência e, em 1945, participou da criação da Liga Árabe, juntamente com Egito, Síria, Iraque, Transjordânia, Arábia Saudita e Iêmen. A Síria considera que o território libanês lhe pertence, devido a ter sido separado do Império Otomano.

            Após a partilha da Palestina, em 1947, e criado o Estado de Israel, em 1948, cerca de 350 mil refugiados palestinos estabeleceram-se no sul do Líbano, aliando-se aos árabes muçulmanos. Os diversos embates entre os árabes muçulmanos contra os cristãos maronitas, levaram o presidente Chamoun, maronita, a pedir ajuda a Eisenhower, presidente dos EUA, que enviou marines. 

            Os conflitos entre palestinos e cristãos voltaram a se acirrar a partir de 1970, devido à criação de acampamentos palestinos no sul do país, inclusive uma base da OLP-Organizaçaão para a Libertação da Palestina. Os falangistas cristãos não aceitavam a presença de palestinos em território libanês e apoiavam Israel. Os muçulmanos, contrários a Israel, apoiavam os palestinos e tentaram assumir o governo. Eclode, em abril/1975, a guerra civil, morrendo dezenas de milhares, dos dois lados. Os falangistas cristãos efetuaram diversos ataques aos campos de refugiados palestinos, com apoio da Síria.

A organização palestina AL FATAH, criada,em 1958, poe nacionalistas, liberais e socialistas, liderados por Yasser Arafat. Objetiva implantar na palestina um estado laico e democrático.

Em 1976, a Síria, com apoio da Liga Árabe, ocupa o país. Mas as violências contra os acampamentos de refugiados continuam. A OLP ataca o campo de Damour, ocupado por cristãos. Em represália, milícias cristãs e o Partido Falangista, apoiadas por tropas sírias e conselheiros israelenses, invadem o campo de refugiados palestinos denominado Tell-al Zaatar, em Beirute, matando de 2 a 3 mil pessoas.  Encerrados os conflitos, a ocupação síria permaneceu.

Em 1978, alegando que o Líbano estava permitindo o uso de seu território por grupos terroristas, inclusive tendo cometido um atentado a bomba num ônibus em Tel Aviv, tropas israelenses atacaram acampamentos de refugiados palestinos. A ONU envia um exército de pacificação.

Após o assassinado do presidente eleito Bashir Gamayer (líder dos falangistas cristãos de direita), Israel desencadeia a “Operação Paz na Galileia” e, novamente, invade o Líbano, em 1982. O Primeiro-Ministro israelense, Menahem Begin, e o Ministro da Defesa, Ariel Sharon, atribuíam à OLP ações que a Organização afirmava não ter praticado, mas os israelenses pretendiam aniquilá-la. A Organização chegou a manifestar a disposição de negociar.

Para essa invasão do sul do Líbano, houve um acordo com o representante norte-americano Philip Habib, de que a capital, Beirute, não seria invadida e os americanos protegeriam a população civil. O acordo foi violado e as tropas israelenses agiram com extrema brutalidade, provocando muitas mortes de civis palestinos e libaneses. Invadiram Beirute e ocuparam a área industrial. Culminou com as atrocidades praticadas contra refugiados nos acampamentos de Sabra e Shatila, que foram cercados pelas tropas de Israel que mandaram, numa noite de setembro, os falangistas cristãos invadirem os acampamentos, ajudados pelo exército do sul do Líbano. A ordem era matar toda a população dos acampamentos, independente de sexo e idade. As mulheres, antes de serem assassinadas, eram estupradas. Os homens velhos eram assassinados na hora, enquanto os mais novos foram transportados para lugar desconhecido. Crianças, no colo das mães, eram mortas.

Calcula-se em 2 mil o número de mortos no massacre que se estendeu por 2 dias. O fato abalou a própria população israelense, que fez manifestação, em Tel-Aviv, reunindo 400 mil pessoas, protestando e exigindo punição para os responsáveis, que nunca aconteceu. São impressionantes os relatos dos médicos e enfermeiros retirados do hospital em que trabalhavam, salvos por militares americanos quando estavam sendo transportados para algum lugar. Sendo uma ocupação militar, Israel teria que cumprir a Convenção de Genebra-IV, que determina ao ocupante a proteção das populações civis. Tropas dos EUA apoiaram as forças de Israel.

Líderes de várias religiões criaram o HEZBOLLAH, organização político-militar, para expulsar os israelenses. Tem apoio do Irã e da Síria. Teve apoio, também, da Rússia e do Iraque.

Em 1985, libaneses explodem um carro bomba, próximo a um quartel norte-americano, matando 241 fuzileiros navais.

Em outubro/1990, acaba a guerra civil. Novo governo foi formado e o Exército reconstruído. Assina com a Síria, o Tratado de Irmandade, Cooperação e Coordenação em que o Líbano declara aceitar as tropas da Síria, legitimadas pela Liga Árabe, que protegeria o Líbano de ataques externos. Em 1992, realizam-se eleições legislativas e Rafiki Hariri, muçulmano, foi eleito primeiro-ministro. Em 1998, o Parlamento elege presidente o comandante do Exército, Emile Lahoud, sucedendo a Elias Hrawi.

Em maio/2000, sob pressão da opinião pública israelense, as tropas israelenses retiram-se do sul do Líbano; o território é devolvido. Entretanto, os libaneses reclamam a devolução dos territórios anexados por Israel em 1967. Embora condenados pela ONU, continuaram os combates entre o Hezbollah e israelenses.

Em janeiro/2004, Hezbollah e Israel, mediados pela Alemanha, concretizam um acordo em que 400 palestinos e militantes de outras nacionalidades são trocados pelos restos mortais de três soldados israelenses e um empresário vivo.

O Conselho de Segurança da ONU pediu, em setembro/2004, a retirada dos invasores sírios. O primeiro-ministro libanês foi assassinado em fevereiro/2005, havendo forte reação popular, desaguando na ”Revolução dos Cedros”. Em abril/2005, as tropas sírias se retiram do país.

    Em 2006, o Hezbollah atacou soldados de Israel e sequestrou dois espiões. Começa a Sexta Guerra Árabe-Israelense que causou a morte de 1.200 pessoas no Líbano e 157 em Israel, durante 34 dias de lutas. A ONU mantém tropas tentando encerrar os choques armados entre sunitas e alauitas, e cessar as escaramuças na parte libanesa, novamente ocupada por Israel.

O ataque à histórica cidade Qana, fronteiriça com Israel, onde teria se realizado o primeiro milagre de Jesus Cristo transformando água em vinho, começou com um bombardeio a uma base da ONU. Israel alega ter sido um acidente, mas sabe-se que o ataque foi planejado, inclusive com alerta à população civil para se retirar.

Não houve acordo declarando o fim das hostilidades, não há um tratado de paz, e os dois países permanecem, tecnicamente, em guerra. Disputam uma área marítima rica em petróleo e gás, no Mediterrâneo. Há também outro foco de conflito, devido à construção, por Israel, de uma muralha de sete metros de altura, na fronteira com o Líbano. Israel alega que a construção é dentro do território israelense.

Portanto, é um conflito que vem de muitos anos, passando por 2006, durando até hoje.

Continuam os conflitos entre os diversos grupos políticos ou religiosos. O cargo de presidente ficou vago durante seis meses, até que, devido a um acordo entre a oposição, liderada pelo Hezbollah, e o governo, foi eleito o general Michel Suleiman, que governou de 2008 até 2014.

O país já sofreu vários atentados terroristas perpetrados pelo Estado Islâmico.

A guerra na Síria provoca reflexos no Líbano, que tem grupos apoiadores e contrários, e abriga cerca de 1.5 milhão de refugiados sírios. Crianças de seis anos de idade têm que trabalhar.

Em novembro/2016, após mais de dois anos de vácuo institucional e 45 tentativas de acordos fracassadas, o Parlamento elegeu presidente do país o ex comandante do Exército Michel Aoun, para um mandato de seis anos. O Hezbollah apoiou. Saad Hariri, sunita, foi designado primeiro-ministro. Os xiitas têm aliança com o Irã, enquanto os sunitas têm o apoio da Arábia Saudita.

O primeiro-ministro Hariri, enquanto visitava a Arábia Saudita, anunciou sua renúncia ao cargo no Líabano. As autoridades libanesas afirmam que Hariri era prisioneiro e refém de chantagens que a Arábia Saudita fez com seus familiares, que eram forçados a permanecerem em Riad.

Há cerca de 400 mil libaneses trabalhando na AS, que mandam para seus familiares no Líbano cerca de 7 a 8 bilhões de dólares por ano. Há também, o temor de que a AS faça contra o Líbano o mesmo que fez contra o Qatar, isto é, bloqueio econômico e comercial, o que faria cessar as remessas.

O governo saudita exige que o Líbano imponha restrições ao Hezbollah para que saia da coalizão governamental, deixe de lutar no Iêmen, onde apoia os xiitas houthis e pare de apoiar, na Síria, o presidente Bashar Assad.

O presidente da França, Emmanuel Macron, intercede para tentar estabelecer a paz.

Governos de vários países apoiam a exigência do Líbano pela volta do Primeiro-Ministro. Embaralhando a política no país, Saad Hariri voltou ao Líbano em 11/2017 e anunciou que suspendeu a sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro.

O país, dividido em dois campos políticos, enfrenta muitos conflitos.

A demarcação de fronteiras marítimas com Israel e o muro israelense entre os dois países, é grande fonte de atrito.

            Nas eleições realizadas em maio/2018, o Hezbollah e seus aliados foram os grandes vencedores, conquistando mais da metade das cadeiras no Parlamento. Juntamente com o Movimento Atual liderado pelo presidente Michel Aoun e outros Movimentos, obtiveram 67 cadeiras, do total de 128.  O partido Movimento Futuro, liderado pelo primeiro-ministro Saad al-Hariri e apoiado pelos EUA, caiu de 33 cadeiras para 21. Os cristãos das Forças Libanesas, adversários do Hezbollah, passaram de 8 para 15 membros.

Em outubro/2019, surgiram fortes manifestações populares, depois que o governo anunciou novos impostos e a implantação de medidas de austeridade. 25% da população vive abaixo da linha da pobreza e o país enfrenta graves dificuldades econômicas. O movimento espalhou-se por outras cidades. O Hezbollah alerta para a possibilidade de uma guerra civil e pede cautela a seus militantes e que não participem do movimento, que está sendo aproveitado pelos EUA e Israel.

A situação de penúria do país, agravada pela pandemia de coronavírus e a inflação acima de 52% ao mês, levou ao não pagamento, pela primeira vez, de um título da dívida pública e provocou uma onda de suicídios na população, que além da miséria enfrenta várias violências.

Aguardemos esclarecimentos sobre a explosão.

Em 4 de agosto de 2020

RONALD SANTOS BARATA

barataronald@gmail.com