quarta-feira, 31 de maio de 2023

Lula & Nicolas Maduro

 

Dia de ontem, no Palácio Itamaraty, assistimos sessão de abertura da reunião da Unasul - União dos Países Sul-Americanos, convocada pelo Presidente Lula, com 11 presidentes da república que compõe o continente sul-americano.   A reunião contou com a presença do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, à convite do Presidente Lula, que chegou na véspera e recebido com toda honra e pompa, com guarda presidencial postada no acesso do Palácio do Planalto, tratamento dada aos visitantes de outros países importantes.  Dentre os visitantes sul-americanos, o presidente Venezuelano foi o único que recebeu tal honra, concedida pelo Presidente Lula.  

          A polêmica foi criada com o discurso de abertura da reunião de cúpula, onde o Presidente Lula fez defesa do presidente Nicolás Maduro e da ditadura que reina na Venezuela, de conhecimento do mundo global e também dos países sul-americanos.   Presidente Lula, ao justificar o convite feito ao presidente venezuelano, disse que está havendo guerra de "narrativa" sobre o regime de governo naquele país, contrariando a imprensa internacional.             O presidente uruguaio, na sua fala, na mesma abertura, discordou veementemente a  "narrativa" do Presidente Lula, de que a Venezuela é um país "democrático".   O presidente do Chile, acompanhou o colega uruguaio, contestando a "narrativa" citado pelo Presidente brasileiro, ostensivamente, mesmo na condição de convidado à reunião, discordando efusivamente do nosso Presidente.   O Presidente Lula, se referiu à "narrativa" sobre o regime venezuelano, como a "narrativa" sobre a sua prisão nos cárceres da PF em Curitiba.   Para Presidente Lula é tudo "narrativa".  

          De caso concreto, o Presidente Lula renegociou o empréstimo feito à Venezuela para construção de uma usina siderúrgica e linha de metrô em Caracas, cujos empréstimos estavam inadimplentes com o Governo federal, já que o BNDES foi pago com o dinheiro do Tesouro Nacional.   O referido empréstimo no valor de US$ 1,5 bilhões ou cerca de R$ 7,5 bilhões, será refinanciado pelo Tesouro Nacional, do dinheiro do contribuinte.   

         Presidente Lula, prometeu ao Nicolas Maduro, que fará esforço para colocar a Venezuela como membro do BRICS, bloco econômico composto pelo Brasil, Rússia, Índia, Chia e África do Sul.   Na mesma reunião da Unasul, o Presidente Lula prometeu ao presidente argentino, fazer gestão sobre um financiamento do Banco BRICS para a Argentina com o aval do Governo brasileiro.  Lembrando que a presidência do Banco BRICS está ocupada pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, desde último março. 

         O Presidente Lula propôs, na reunião, não só Zona de livre comércio entre os países sul-americanos, mas sobretudo uma "moeda única", como fez os países da Europa, citado por ele, na sua argumentação, com a criação da moeda "euro".   Na minha opinião, com os governos "sem noções", é inviável a criação de moeda comum como o "euro" na União Europeia.   Curiosamente, anotação à parte, a moeda nacional do Equador é o "dólar americano".  

           Na minha opinião, a reunião da cúpula dos países da América do Sul, serviu tão somente para "massagear" o ego do nosso Presidente Lula.  

            PS:  Na cobertura do evento, a jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo, foi agredida pela segurança presidencial, chegando rasgar a roupa que vestia.    

             Ossami Sakamori  

terça-feira, 30 de maio de 2023

Lula e Maduro juntos, novamente!

 

Não tem muito o que comentar sobre à visita do Nicolás Maduro, presidente da Venezuela ao Brasil, à convite do Presidente Lula.   Ele veio participar da reunião de cúpula da Unasul, uma entidade criado pelo Lula no bojo do Foro de São Paulo, em 2008.  O Brasil esteve fora da Unasul no Governo Bolsonaro. 
          Vamos lembrar que o Brasil, no governo do Lula e da Dilma financiou obras na Venezuela, como Usina Siderúrgica Nacional e construção da linha 2 do metrô de Los Teques, tocados pelas empreiteiras brasileiras, com financiamento do BNDES, em valores da época, ao total de US$ 1,7 bilhão.
         Do total de dívida da Venezuela, cerca de US$ 800 milhões, US$ 682 milhões com pagamentos em atraso e US$ 123 milhões ainda a vencer.  As dívidas atrasadas foram liquidados perante o BNDES pelo Governo brasileiro, via Tesouro Nacional, ou seja, com o dinheiro da população brasileira. 
         O presidente Nicolas Maduro, já ganhou de presente do Presidente Lula, de imediato, o refinanciamento do total da dívida pelo Tesouro Nacional, em prazos e parcelas ainda não revelados.  O Presidente Lula, segundo a grande imprensa, prometeu ainda colocar a Venezuela no bloco dos países do BRICS, compostos pela China, Índia, Brasil, Rússia e África do Sul e também, fazer gestão para obter financiamento junto ao Banco BRICS, presidida pela Dilma Rousseff.   Enfim, está tudo em casa!  
        A reunião da Unasul, com presença da Venezuela, acontece após a frustação de reunião que aconteceria com o presidente da Ucrânia, Zelensky, durante a reunião do G7 em Hiroshima.   Na semana que passou, o Presidente Lula recebeu convite do presidente russo, Wladimir Putin, para fazer visita àquele país, no que recusou o convite, alegando não disponibilidade de agenda e prometendo encaixar uma visita no mês de agosto.   Lembrando ainda que a Rússia é, no momento, o maior fornecedor de fertilizantes do Brasil.  
          A visita do Nicolas Maduro ocorre, também, após recente fuga em massa dos venezuelanos, mais de 2 milhões, à Colômbia e a "operação acolhida" dos refugiados venezuelanos, pelo Exército brasileiro em Roraima. 
         O Presidente Lula, anda sempre, na contra mão de uma política externa ao nível do primeiro mundo, por negligência ou ignorância. 

           Ossami Sakamori 
                 

domingo, 28 de maio de 2023

Novamente, o pré-sal do Amapá

 

A briga insana entre o Governo federal e a Petrobras, me faz voltar ao assunto do embate entre a Companhia e o IBAMA. Informações fornecidas pela Petrobras à grande imprensa, dão conta de que a Companhia deu entrada no pedido de reconsideração ao IBAMA sobre a negativa de pesquisa e exploração de petróleo do pré-sal da costa equatorial do Brasil, especialmente, na costa do estado de Amapá, a cerca de 170 km da costa e 540 km da foz do rio Amazonas. O assunto ganhou destaque porque o IBAMA é um órgão do Ministério do Meio Ambiente, cujo titular é a Marina Silva, que quer fazer prevalecer os seus pontos de vistas para marcar sua posição como "ambientalista raiz", do seu currículo.   Isto dá notoriedade no mundo global.

          Segundo a Petrobras, o processo de licenciamento ambiental do bloco designado de FZA-M-59, foi iniciado em 2014, inicialmente pela BP Energy do Brasil, uma multinacional, de quem a Petrobras comprou o direito de exploração do petróleo no bloco.  Ainda, segundo a Companhia,  está previsto investimentos de US$ 2,9 bilhões nesta região, nos próximos 5 anos, com perfuração de 16 poços.  O bloco de Amapá faz parte do bloco da margem equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, com reserva estimada em 30 bilhões de barris do tipo pesado, TWI.  A reserva, após extraído, ao preço de hoje, ao entorno de US$ 70 cada barril, daria espantoso volume financeiro de US$ 2,1 trilhões, em valor bruto.   

        O Brasil já explora o petróleo do pré-sal na costa leste do País, que vai de Florianópolis a Natal, abrangendo cidades e biomas importantes como Angra dos Reis e cidades como do Rio de Janeiro, cujas praias são conhecidos internacionalmente.   Essa discussão sobre eventuais acidentes e danos ambientais, já foram discutidos à exaustão e hoje, estes estados e municípios  recebem polpudos royalties do petróleo do pré-sal, os mesmos que o IBAMA, quer colocar obstáculos na sua exploração, com argumentos de ue numa eventualidade de derramamento de petróleo irá atingir os manguezais daquela região, "se" houver acidentes nas plataformas marítimas e o sistema de defesa não funcionar.   

    Para leitores se acalmarem, a exploração de petróleo pré-sal, ao longo dos mares ou oceanos, acumula expertise ao longo dos anos, tornando a exploração nessa área suficientemente seguros para evitar acidentes como daquele que ocorreu no Golfo do México, em 2010, com explosão da plataforma da petrolífera BP, onde mais de 134 milhões de barris de petróleo bruto foram derramados.   Até pela experiência negativa, hoje, o sistema de exploração é muito mais seguro.

        Na minha opinião, o Brasil não pode prescindir de US$ 2,1 trilhões proveniente da exploração do petróleo do pré-sal da costa equatorial e muito menos interromper a exploração do petróleo do pré-sal da costa leste.  Hoje em dia, os equipamentos de exploração de petróleo ao longo dos mares do mundo, ganhou segurança adicional, pós acidente no Golfo do México.  O pior que poderia acontecer seria um acidente no pré-sal da costa leste e jogar o petróleo bruto na praia do Ipanema, por exemplo.  Acalmem-se, os cariocas!  Hoje em dia, as construções de plataformas da Petrobras contam com o experiência dos técnicos noruegueses, os pioneiros no pré-sal, para que o sistema de perfuração de petróleo seja muito seguro.   

        O que me espanta é o fato de que, nem o Governo Lula e nem a ministra do Meio Ambiente, não estão colocando na mesa de negociação desse imbróglio entre Petrobras e Ibama, uma parcela de contribuição, dentro dos US$ 2,1 trilhões de receita prevista, recursos para preservação dos biomas Amazônia, cerrado e pantanal, dentro do novo conceito do ESG floresta, para melhorar a vida da população que vivem sob floresta ou vivem em total abandono nos biomas cerrados e pantanal. A Amazônia não consiste apenas de florestas, mas sobretudo de população que vive esquecida à própria sorte, sob florestas ou perdidos na imensidão do cerrado ou do pantanal.   São mais de 70 milhões de brasileiros que estão "esquecidos" nos biomas considerados pelos sucessivos governos, militares ou civis, de plantões.  

     Está mais do que na hora, do Governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, darem atenção aos brasileiros que moram "sob floresta" e deixar de dar mais atenção ao  "caranguejo" do que da vida humana que dependem dos US$ bilhões que movimenta o setor de petróleo no País.

      Ossami Sakamori            

sábado, 27 de maio de 2023

COP 30 no Brasil


O Brasil sediará a COP-30.  A notícia foi anunciada pelo Presidente Lula e pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, nessa sexta-feira, dia 26.  A cidade de Belém, no Pará, vai sediar a 30ª conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas. 

        As Nações Unidas aprovaram, no último dia 18, a realização da COP-30, na cidade de Belém do Pará em novembro de 2025.  A COP que significa Conferência de Partes ou Conference of the Parties, é uma reunião com os representantes de todos países membros, para anualmente, as situação das mudanças climáticas no planeta.

        Ela é a maior e mais importante conferência anual relacionada a mudança climática.  A origem da COP, está ligada à ECO-92, organizada há 30 anos pela ONU na cidade de Rio de Janeiro, onde 197 países assinaram um tratado para estabilizar as concentrações de  de gases de efeito estufa na atmosfera.

       Os temas versados são: Fundo de perdas e danos; Meta de temperatura global; Economia de baixo carbono; Tecnologia climática; Mitigação; Ações Globais; Acordo de Paris e Floresta e desmatamento.

      Participam das seções anuais da Conferência, de duas semanas,  os delegados governamentais dos países signatários, entre os quais o Brasil, que tem votos, além de integrantes de ONGs que participam como observadores nas seções oficiais e promovem seções informais.  

        As COPs ganharam relevâncias com as metas voluntárias de redução de gases pelas empresas e corporações que produzem efeito estufa e consequentemente, as mudanças climáticas sentidas nas últimas décadas.  Dentro deste "novo olhar", tornou-se como agenda obrigatória entre corporações a agenda ESG - Enviorement, Social, Governance, sobretudo no aspecto que diz respeito à preservação do meio ambiente constituído de florestas, cerrados, savanas e pantanais.  

          A agenda ESG floresta, diferente da agenda work ESG, esta última cujo objetivo é o trato do meio ambiente do trabalho, está na jurisdição do Ministério do Meio Ambiente, deixando espaço para participação das ONGs - Organizações Não Governamentais, ocupando espaço deixado pelo Ministério do Meio Ambiente, que se preocupa mais com as agendas restritas, no nível de legislação e fiscalização do cumprimento das normas legais, do que com as pessoas que vivem sob florestas.  

         Cuidar do meio ambiente no sentido mais amplo da ESG, a de redução da emissão de carbono na atmosfera, respeitando as pessoas que moram sob floresta ou sobre cerrado e pantanal, certamente, será a agenda das ONGs nesta e nas próximas décadas.   

          Ossami Sakamori 

             

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Carro popular do Governo Lula


Ontem, quinta-feira, dia 25, o vice-presidente cumulativo ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou um conjunto de medidas para o setor industrial, em especial, para o segmento do setor automotivo.  O foco das medidas é redução dos impostos e contribuições federais, que pode baixar ao consumidor entre 1,5% a 10,79% o preço de carros no País.

       Indo, direto no ponto, com a redução dos impostos anunciados, um Renault Kwid Zen vai passar a custar R$ 68.990,00.  Seguem na lista, Fiat Mobi Like 1.0 ao preço de 68.990,00 e Citroen C3 Live 1.0 pelo preço de 72.990,00, Renault Stepway Zen 1.0 por 79.990,00, na lista, o Peugeot 208 vai sair por R$ 79.990,00 e um Fiat Agro 1.0 não sai por menos de R$ 79.790,00.

        Segundo os profissionais de venda do setor, um financiamento de um carro popular, a prestação mensal fica entre R$ 2.000,00 a R$ 2.500,00.  Acrescentando ao valor, o IPVA, seguro, combustíveis e manutenção, para o proprietário de um carro dito "popular", as despesas com o veículo, englobando todos valores, ascendem a 3 salários mínimos. 

         O governo do Presidente Lula, quer atender a população de baixa renda, com os mesmos benesses da classe média, mas, os benefícios da medida de redução de tributos às montadoras, não alcançam o seu objetivo final, como no passado, teria alcançado.  

        Enquanto isto, o Presidente Lula nos seus périplos internacionais gasta em diária de hotéis de luxo despesa superior ao valor  de um carro popular, por dia. 

        Ossami Sakamori         

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Arthur Lira, o Primeiro Ministro do Governo Lula

 

A Câmara dos Deputados, comandado pelo seu presidente, deputado Arthur Lira, PP/AL, aprovou, ontem, dia 23/5, terça-feira, o "marco fiscal" do Governo Lula, por uma ampla margem de 372 votos, dentre 513 deputados federais, as "novas regras" dos gastos públicos, que vem substituir a Lei Complementar nº 101, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi instituída em 4/5/2000, no que tange aos gastos do Governo federal.   No entanto, no meu entender, o Congresso Nacional deverá revogar a Emenda 95, que disciplina o limite de gastos públicos, para que as leis infra constitucionais entrem em vigor.  A Emenda 95 sobrepõe à nova Lei aprovado pela Câmara dos Deputados.  

         A  nova regra fiscal ou o marco fiscal que nada mais é do que a "política fiscal" do Governo federal, foi aprovado em forma de "substitutivo" para atender as inúmeras emendas apresentadas pelos parlamentares, cujo relator da matéria ficou com o deputado Cláudio Cajado, PP/BA, aliado de primeira horado presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, PP/AL.  

         Em linhas gerais, a nova "política fiscal", a do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aprovado com emendas dos parlamentares, a meta é terminar o ano de 2023, com o "déficit primário" de 0,5% do PIB - Produto Interno Bruto, zerá-lo em 2024 e passar ao superávit primário de 0,5% do PIB em 2025 e de 1% em 2026.   De acordo com a nova "política fiscal", do Governo Lula, exclui o salário mínimo, fora dos novos limites.  Inclui, no entanto, dentro das novas regras dos gastos públicos,  as despesas como a da Bolsa Família, do FUNDEB e do piso da enfermagem.  

          Entraram no novo teto de gastos públicos, o FCDF - Fundo Constitucional do Distrito Federal e o aumento de capital  de capital, não financeiro, das estatais, que estão excluído do novo teto.  O aumento de capital não financeiro significa, o aumento de capital com capitalização das reservas ao Capital social.  No caso de chamada de novos recursos das empresas como Petrobras, Banco do Brasil, BNDES e outros tantas, o Governo federal não poderá entrar com o aporte com o "dinheiro novo" em eventuais aumento de capitais.  

          A nova Lei que entrará em vigor, tão logo seja aprovado pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente Lula, prevê que o não cumprimento das metas fiscais previstos na nova Lei de Responsabilidade Fiscal, o Presidente da República "não responde" mais pelo crime de responsabilidade, mas, responde, tão somente pelas medidas administrativas, não especificadas. 

           Assim sendo, os "rombos fiscais" previsto pelo Governo Lula e apresentado em matérias deste blog, ficam oficializados.   Uma vez sancionado a nova política fiscal, com os "rombos fiscais" ou os "déficits primários", dentro dos limites da nova Lei, doravante, farão parte do cotidiano dos reles cidadãos.  Desta forma, está cada vez mais longe do País pagar ao menos os juros da dívida pública, com o sonhado "superávit primário".   

          A constatação é cristalina, o Brasil vive de dinheiro de agiotas internacionais.   O mercado financeiro agradece!

           Ossami Sakamori

terça-feira, 23 de maio de 2023

O petróleo é nosso?

 

Criou-se grande polêmica entorno da negativa do pedido de licenciamento ambiental do IBAMA para a Petrobras explorar a Margem Meridional do pré-sal, um espaço ao longo do mar que vai do Estado do Amapá ao Estado do Rio Grande do Norte, para "preservar", segundo IBAMA, os manguezais existente ao longo da margem,  a terceira maior do mundo, atrás apenas da Indonésia e da Austrália, segundo ricas informações do ambientalista João Lara Mesquita.

        A reserva estimada de petróleo da região considerada é de 12 bilhões de barris, do tipo pesado, que leva a denominação  de TWI, equivalente ao preço de hoje, cerca de US$ 840 bilhões, com royalties, estimados em US$ 200 bilhões, para estados e municípios costeiras.  Para se ter ideia, a reserva estimada de petróleo no pré-sal, atual, da costa leste do País, é de 43 bilhões de barris, do mesmo tipo daquela reserva em demanda. 

       Duas considerações a fazer: a primeira é de que a reserva do pré-sal da costa oriental do Brasil, que vai do Rio Grande do Sul a Rio Grande do Norte, passando pelas cidades de Florianópolis a Natal, englobando as cidades e biomas importantes como de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Santos, Vitória, Salvador, Maceió, Recife João Pessoa e Natal.   Se mantiver a mesma coerência, o mesmo IBAMA deveria "lacrar" todas plataformas continentais da costa leste do País, em atividades.  

         A Petrobras e suas subsidiárias tem expertise suficientemente testada para habilitar-se à exploração do petróleo na costa meridional do País.  Além de tudo, o combustível fóssil tem horizonte próximo a ser substituído por outros tipos de gerações de energia.  Fez certo a Noruega, que explorou o petróleo do seu pré-sal e tem hoje o seu Fundo soberano com cerca de US$ 1 trilhão em ativos financeiros, que mantém a qualidade da vida do seu povo, além de contribuir com o volume expressivo ao Fundo Amazônia para preservação do nosso bioma.  

         Está na hora de Brasil financiar a preservação do seu próprio bioma, como Amazônia, Cerrado e Pantanal, com as reservas financeiras provenientes da exploração do petróleo do vasto pré-sal ao longo da costa,  como fizeram os noruegueses.

        Enquanto a Amazônia padece, de recursos financeiros e  o nosso presidente da República fazendo périplo pelo mundo, com "pires na mão", mendigando recursos, o próprio Governo e as iniciativas privadas, se preocupa, apenas, em gastar muita saliva e pouco suor.  

      PS: A vida do ser humano da costa leste do País, vale menos que a vida dos caranguejos da costa meridional do Brasil.

         Ossami Sakamori 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Brasil está inerte no seu "berço esplêndico"

 

Estamos, dentro de poucos dias, fechar o mês de maio, o quinto mês da administração do Presidente Lula e estamos prestes a aprovar o "arcabouço fiscal" ou o "marco fiscal", como querem denominar a equipe econômica do Governo Lula, composta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, PT/SP e Simone Tebet, MDB/MS, ministra do Planejamento.  

       O tal "arcabouço fiscal" ou "marco fiscal" é uma denominação "inventada" pelo ministro da Fazenda, para designar o velho problema dos gastos públicos do Governo federal, incluídos os da Previdência Social.   O objetivo é, com a nova denominação dada aos gastos públicos, do Governo federal, "camuflar" o "déficit primário", que nada mais é do que o "rombo fiscal", o dinheiro que Governo federal consegue emitindo títulos da dívida pública, pagando os juros de "agiota", a taxa Selic de 13,75% ao ano.

      Em entrevista para a grande imprensa, o ministro da Fazenda, anunciou, que o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de 2023, vai terminar em R$ 150 bilhões, com maior "cara de pau". Vamos lembrar que em macroeconomia, o "rombo fiscal" ou o "déficit primário" é um forte componente para a volta da inflação, por isso, "um nome feio".  A teoria macroeconômica é de simples compreensão, até mesmo para leigos.  Quando o Governo federal não consegue pagar as suas próprias contas, é a comprovação inequívoca da incompetência do Governo federal, de plantões.   Esta situação vem desde a crise econômica e financeira de 2014/2015, com breve interrupção em 2022, que apresentou o "superávit fiscal" de pouco mais de R$ 51 bilhões.

      No entanto, a população e os investidores institucionais esperam novo governo, o do Presidente Lula, não só equilíbrio nas contas públicas, que não está havendo, uma "política econômica" que contemple todas atividades econômicas, sobretudo as do setor produtivo, donde vem o recolhimento de tributos.   O Brasil padece de uma estrutura tributária da época da colônia portuguesa, com inúmeros tributos, contribuições e tarifas, num verdadeiro "cipoal" de encargos, que acabam em "inúmeras" leis no âmbito da legislação tributária, em que as empresas acabam recorrendo para postergar ou liberar de tais pagamentos.    Grande volume de "precatórios" é decorrente da discussão de tributos, em tese, "pagos a mais" pelas grandes corporações.   

        É urgente e é importante discutir e estabelecer uma nova política econômica, sob pena de grandes corporações estrangeiras deixarem o País, aos países menos hostis aos investimentos produtivos como acontece nos países do primeiro mundo, onde a política econômica e a política fiscal são mais transparentes. 

        Sem uma "política econômica", bem delineada à favor do setor produtivo, o Brasil vai se notabilizando como mero fornecedor de commodities, sem o valor agregado aos seus produtos.  

        É necessário e urgente discutir a "política econômica", seja liberal ou intervencionista, para que o setor produtivo voltem a investir no País, sabedor dos riscos inerentes aos investimentos.  Enquanto isso, o Governo federal, só tem interesse em discutir a política fiscal ou política dos gastos públicos, o Brasil vai continua inerte no seu "berço esplêndido". 

          Ossami Sakamori

domingo, 21 de maio de 2023

Brasil no contexto do G7


As notícias sobre a Conferência mundial dos países democráticos, a reunião dos grupo de países mais ricos do mundo, considerados democráticos, a Summit G7 Hiroshima, estão aqui em primeira mão. Extraí os pontos principais apontados no comunicado conjunto, no final deste domingo em Hiroshima, diretamente da TV NHK do Japão. 

     A reunião principal, com os dirigentes de 7 maiores economias do mundo democrático, aconteceu sem decisões importantes, senão a reafirmação da democracia do mundo ocidental.  Como é de conhecimento de todos, a China e a Rússia, apesar de serem grandes potências do mundo, não fazem parte do G7, que não é uma entidade formal como a ONU ou BRICS.  

          Na reunião de fechamento do G7, esteve presente, também, o presidente da Ucrânia, o Volodymyr Zelensky, que participou do comunicado conjunto com os 7 chefes de Estado dos países mais ricos do mundo. Na oportunidade, o presidente ucraniano recebeu apoio incondicional dos países que faziam parte da mesa de trabalho, recebendo, inclusive a notícia do presidente americano, sobre a disponibilização do avião de combate F-16, a "máquina mortífera", para defender parte "oeste" da Ucrânia, onde se situa a capital Kiev.  

          Quanto a presença do Presidente Lula do Brasil no G7, fez parte da estratégia política, interna e externa, a gentileza do anfitrião, o primeiro ministro japonês, que organizou uma reunião à parte do G7, com presença de 7 países mais ricos acrescido de mais 8 países, para acomodar Austrália, Índia, Brasil, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia, Comores (representando a União Africana) e as Ilhas Cook (representando o Fórum das Ilhas do Pacífico), de interesse do governo japonês.

          Especificamente ao Brasil, o premiê japonês, prometeu uma ajuda financeira de cerca de US$ 200 milhões para serem aplicados no sistema de saúde brasileiro e a promessa de dispensa de visto de entrada de brasileiros na classe de turista.  Hoje, vivem no Japão, como trabalhador braçal, cerca de 200 mil brasileiros, maioria descendentes de japoneses, maioria com dupla cidadania.  

        A relação Brasil/Japão esteve bem mais intenso, com inúmeras empresas japonesas instalados no Brasil.  O País, com complexidade de leis sobre tributos e excessos de encargos trabalhistas, já não tem atraído corporações estrangeiras, sobretudo as japonesas.  A última que deixou o País, foi a montadora Toyota, que foi procurar país menos hostil.  

       O Brasil, na minha opinião, está perdendo o bonde da história, para nossa tristeza, e se contenta com as migalhas oferecidas pelos países do primeiro mundo, até para cuidar e defender as nossas próprias biodiversidades, uma das mais ricas do  mundo, porém, são as menos cuidadas.

          Ossami Sakamori        

sábado, 20 de maio de 2023

Espero a taxa Selic de 12,25% ou menos

 

A discussão sobre os serviços da dívida pública federal tornou-se, após a crítica ostensiva do Presidente da República sobre a atual taxa básica de juros Selic, conversa de botequim, aos níveis mais baixos, que já vi na história recente.  Antes, as críticas eram feitas pelas entidades de classes como FIESP e CNI, os maiores prejudicados com a migração de recursos disponíveis para o setor especulativo, sobretudo ao mercado financeiro global, de dá volta ao redor do mundo em segundos, buscando maior rentabilidade para os seus capitais especulativos.   

       É triste ver este quadro de "disputa" de poder sobre o capital financeiro, por motivo político do que pelo motivo estrutural, em que os recursos poderiam estar alavancando o desenvolvimento do País.   Presidente Lula erra ao fazer críticas sem base macroeconômico e o presidente Campos Neto erra ao insistir em sua tese, apenas sob ponto de vista técnico. Cada um deveria estar, apenas, cuidando do seu "quadrado", o Executivo do desenvolvimento do País, contendo os gastos públicos dentro das próprias receitas, de impostos e tarifas, e o Banco Central cuidando do poder de compra do "real", mantendo a inflação sobre o controle.  

         Como foi dito na matéria anterior, o Governo federal, sobretudo desde a crise econômica e financeira de 2014/2015, da gestão da Presidente Dilma, PT/MG, a pior dos últimos 100 anos, o Brasil não acertou mais o "pé" da política econômica do Governo federal, andado insistentemente em descompasso com a política monetária do Banco Central.   

          Em tese, a política monetária do Banco Central deve andar com independência do Governo federal, para que não haja "hiperinflação" vivido no período antes do Plano Real ou uma inflação incontrolável, acima de 100%, como dos nossos vizinhos, argentinos.  

     Em tese, o COPOM do Banco Central estabelece a taxa básica de juros Selic, baseado na meta de inflação, para o ano de 2023, em 3,25% e para 2024, em 3,00%.  A taxa básica de juros Selic em 13,75% e a inflação acumulada em 12 meses, terminada em abril, que cedeu para 4,18%, ligeiramente superior à meta de inflação de 3,25%, o Banco Central deveria flexibilizar ou baixar a taxa básica de juros Selic, já na próxima reunião do COPOM, que ocorrerá no próximo mês. 

         Essa "briga", via imprensa, entre o Banco Central e o Executivo, sobre a taxa básica de juros Selic, de competência exclusiva do Banco Central, cai no ouvido da população causando enorme "desconfiança" e aos investidores nos setores produtivos.   Por outro lado, o mercado financeiro especulativo estrangeiro vem "voando" para aplicar em títulos do Governo federal, com ganho extraordinário, causando a desvalorização do dólar americano.   A consequência nefasta é que o setor produtivo brasileiro, deixam de aplicar em suas atividades próprias, preferindo aplicar em títulos do Tesouro Nacional com rentabilidade segura, sem correr riscos inerentes às suas atividades produtivas.  

        Espero que a na próxima reunião do COPOM, previsto para dias 20/21 do próximo mês, exatamente após um ano da reunião que estabeleceu taxa Selic em 13,75%, pelo mesmo COPOM, rebaixe a taxa Selic ao menos em 1,5%, não querendo eu ser "mais realista que o próprio rei". 

         Ossami Sakamori 

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Brasil. Onde erramos?

 

 Manter o povo na ignorância é a fórmula encontrada pelos governantes dos países do terceiro mundo como o Brasil.   Não sou eu a afirmar que o País é do terceiro mundo.  Os fatos que ocorrem no Brasil, em termo de Orçamento público é estarrecedor e por si só, atestam que somo um país tal qual.   Refiro-me ao Orçamento do Governo federal, incluindo as despesas com a Previdência Social.  A Câmara dos Deputados votou, ontem, a tramitação do novo "arcabouço fiscal" do Governo Lula, já com emendas dos parlamentares à "política fiscal", que se refere às despesas do Governo federal, para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados na próxima semana.   Arcabouço fiscal ou marco fiscal é linguagem de um ministro da Fazenda ignorante ou estelionatário, que se refere à "política fiscal".  E, ponto final. 

      Aprovado na Câmara dos Deputados, o "arcabouço fiscal", que já mudou de nome para "marco fiscal", que é uma denominação que está sendo dado pelo Governo Lula, com se as novas designações à "política fiscal", conhecido no mundo inteiro como "fiscal policy" ou "política fiscal", que estabelece o limite de gastos do governo central, tanto nos Estados Unidos, no Japão ou na Turquia produzisse algum efeito prático.   O problema em si, o da aprovação do Orçamento fiscal, que deveria ser aprovado no exercício anterior, isto é, no ano de 2022, deveria ser uma rotina, mas, está sendo um "cavalo de batalha" entre o Governo Lula e o Congresso Nacional, cuja maioria é da oposição.   O Governo Lula tem minoria no Congresso Nacional, o que dificulta sobremaneira a aprovação de qualquer projeto do Governo federal.  

           O rombo fiscal de 2023, a ser aprovado pelo Congresso Nacional,  depois de muita discussão e conduzido magistralmente pelo relator do novo "marco fiscal", deputado Cláudio Cajado, PP/BA e com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira, PP/AL, com ajuste fiscal de R$ 223 bilhões sobre o Orçamento fiscal de 2023.   O valor não contempla o acréscimo do valor de  R$ 145 bilhões, já aprovado e acrescido no apagar de luzes do Governo Bolsonaro, a pedido do Governo de Transição do Governo Lula ao Orçamento fiscal de 2023.   Portanto, o Orçamento fiscal do Governo Lula, prevê gastos de extraordinários de R$ 268 bilhões em 2023, com relação ao LDO de 2023, aprovado em junho de 2022.

           Grosso modo, o "arcabouço fiscal" ou o "marco fiscal" que significa a mesma coisa que a "política fiscal" vai causar "rombo potencial" ou um "déficit primário" de R$ 223 bilhões, que é o dinheiro que falta para cobrir as despesas do Governo federal.   Para o leigo entender, quando falta dinheiro para pagar as contas, o Governo federal busca este dinheiro no mercado financeiro, emitindo novos títulos da dívida pública, pagando a taxa Selic, hoje, em 13,75% ao ano.   Entende-se como "déficit primário", o "rombo fiscal" do Governo federal, que não inclui o pagamento de juros da dívida pública, muito menos o pagamento do principal da dívida.   Desta forma, a dívida do Governo federal, em valor bruto, cresce exponencialmente, cada vez mais próximo do PIB - Produto Interno Bruto do País, que é toda riqueza produzida no País em um ano.  

       O Governo federal, representado pelo Presidente Lula,  neste momento, comporta-se como que de um país do Oriente Médio, sendo que o Brasil é um país ainda em desenvolvimento, carente de recursos para encontrar patamar de desenvolvimento igual aos dos países do Primeiro Mundo.   Enquanto o País não se conscientizar de que somos ainda um país periférico, orbitando ao redor dos países do G-7, o Brasil andará, sempre, em descompasso com o Primeiro Mundo, beijando os pés desses.  Enquanto isso, o Presidente Lula, foi convidado à reunião apartada do G-7, entre os quais a Índia, Malásia e Singapura.  Digamos que o Brasil, na atual situação, comparece à reunião do G-7 para colher as migalhas que sobram para os países periféricos, como os países do G20.  

       Há mais de meio século, ouço os nossos Presidentes da República dizerem que o Brasil é um País do futuro.  Já completei 50 anos de formado em engenharia pela UFPR e vejo sucessivos Presidentes da República dizerem a mesma ladainha, de que somos o País do futuro...

           É um desperdício ver um país com potencial como o do Brasil, estar passando por situações vexatórias como as nossas!  

           Ossami Sakamori             

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Os combustíveis devem baixar !

 

No mercado internacional, o preço do petróleo, tipo Brent, a mais leve, está sendo contado ao nível entre US$ 70 a US$ 75, mesmo faixa de preço praticada antes da crise financeira devido ao bloqueio da compensação bancária à Rússia, em represália ao conflito com a Ucrânia, acontecido em 26 de fevereiro do ano passado, 2022.   

          Vamos lembrar que o preço do petróleo, na pior fase da crise de energia na União Europeia e Reino Unido, chegou a ser negociado a US$ 130 cada barril do tipo Brent.  O nosso petróleo extraído da bacia do pré-sal, não é o do tipo leve, mas do tipo TWA, o mais pesado, que tem cotação, ligeiramente mais barato do que do tipo Brent.    A Petrobras é obrigado a fazer o "passeio" do petróleo, vendendo o nosso petróleo pesado e importando o petróleo leve dos árabes, porque as nossas refinarias não processam o petróleo pesado.   A Petrobras vende o petróleo do tipo TWA e compra o petróleo do tipo Brent, num verdadeiro passeio de petróleo.

         De toda forma, "noves fora", o preço do petróleo no mercado internacional reflete "negativamente" para a Petrobras, mas reflete "positivamente" na economia como um todo, porque o componente custo de transporte reflete nos produtos que a população consome.   Esperamos que a Petrobras pratiquem o preço de combustíveis, diesel e gasolina, aos níveis praticados no mercado internacional, contribuindo com a queda da inflação.

          Neste momento, a inflação no mundo global está acompanhando a inflação dos Estados Unidos em nível de 5% ao ano e na União Europeia e Reino Unido nos mesmos níveis.   Enquanto isto, no Brasil, a inflação anual, fechado no mês de março registrou 4,65%, ainda superior a meta estabelecido pelo Banco Central em 3%.  Espero que a queda de inflação nos países do primeiro mundo, reflita no mercado doméstico brasileiro.

         Na minha opinião, independente da briga pela imprensa entre o Presidente Lula e o Campos Neto do Banco Central, a taxa Selic, deveria gradualmente, ajustar aos níveis da inflação presente, que se aproxima celeremente da meta de inflação do Banco Central, de 3,25% ao ano.   Como fator contra, há uma incerteza na economia do Brasil devido ao "déficit primário", o dinheiro que falta para pagar as contas do Governo federal, incluído as da Previdência Social, exceto serviços de dívida pública, projetado no "arcabouço fiscal" da dupla Fernando Haddad e Simone Tebet, aos níveis de R$ 300 bilhões, se não contar com os recursos extraordinários das reoneração dos benefícios fiscais concedidos pelos governos anteriores.   Mesmo contando com os recursos extras de cobranças judiciais, o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" previsto no arcabouço fiscal será algo como R$ 150 bilhões para fechar as contas do Governo federal.   Não adianta trocar o nome de política fiscal para arcabouço fiscal, o resultado do "rombo fiscal" é o mesmo!

          Resta saber se a baixa do petróleo no mercado internacional, aos níveis de antes da guerra Ucrânia x Rússia, será praticada pela Petrobras, agora, sob administração do Governo Lula ou vai encontrar um motivo qualquer para não fazê-la. 

          Ossami Sakamori

sábado, 13 de maio de 2023

A importância das contas públicas

 

O que está acontecendo nos Estados Unidos poderá servir de exemplo para o Governo brasileiro, em relação ao endividamento do Governo federal.  O anúncio do CBO, um órgão do governo dos Estados Unidos, politicamente independente, que faz análises fiscais e econômicas  ao Congresso americano, havia avaliado que o problema de Orçamento público federal poderia acontecer entre julho e setembro deste ano, se não houver a aprovação do aumento de limite do endividamento do Tesouro Nacional.  O próprio Tesouro americano anunciou a data limite de 1º de junho como data limite para uma possível "default" ou inadimplência da maior economia do mundo, que, hoje, responde por cerca de 1/4 do PIB do mundo. 

        A Secretária do Tesouro, Janet Yellen, cargo equivalente ao ministro de Fazenda no Brasil, anunciou que o Tesouro americano só tem dinheiro para pagar as contas do Governo federal até o final de junho.  Os Estados Unidos padecem do mesmo problema do Brasil, o endividamento público.  A dívida da maior economia do mundo, em 19 de janeiro, alcançou a cifra de US$ 152 trilhões, valor a partir do qual o país não pode contrair novos empréstimos para financiar os seus gastos públicos.

       O Brasil se encontra numa situação semelhante, a dívida do Tesouro Nacional se aproxima celeremente em direção ao PIB, que fechou o ano de 2022, em US$ 1,92 trilhões, segundo Austin Rating.  O endividamento público do Brasil, no final de 2022 somava R$ 7,22 trilhões, correspondente ao 73,5% do PIB - Produto Interno Bruto.  

        Lá nos Estados Unidos, como cá no Brasil, o limite do endividamento público poderia gerar dificuldades no mercado creditícios e interrupção nas atividades econômicas e aumento rápido de juros da dívida pública ou taxa básica de juros Selic, equivalente, no Brasil.  

        Certamente, o Banco Central do Brasil, está atento ao fato que está ocorrendo nos Estados Unidos, pagando taxa Selic de 13,75% ao ano, desde junho de 2022, evitando que o Tesouro Nacional entrasse numa situação de colapso, sem recursos para pagar as contas públicas, que ocupa, cada vez mais, a sua parcela no PIB - Produto Interno Bruto.  

       E, concluo dizendo que, não é na "gritaria" e na "baixaria", como acontece no Brasil, que a política econômica e política fiscal do Governo federal, que diz respeito ao bem estar da atual e das futuras gerações de brasileiros, se resolve.   É importante, cada qual, o Banco Central e a Fazenda Nacional, respeitem a sua independência. 

        Ossami Sakamori              

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Quem é o Galípolo ?

Cansa-me ter necessidade de voltar ao assunto da política monetária do País, especificamente à taxa básica de juros Selic estabelecida pelo Banco Central do Brasil.  A grande confusão começa com o uso de um termo novo na economia no Brasil, que é o tão falado "arcabouço fiscal", que é nada mais é do que a "política fiscal" travestido de "política econômica" do Governo federal.    

           Em qualquer país de economia aberta, como os Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e o Japão, o Governo central estabelece a "política econômica" e os Bancos Centrais estabelecem a "política monetária".   A "política econômica", nos países minimamente democráticos, é regida pelos governos, que sofrem o crivo das eleições a cada período, seja ele, 4 ou 5 anos.   Os membros do Banco Central são indicados pelo Executivo e passa pelo crivo do Congresso Nacional, pois, trata-se de escolha de "guardião" da moeda, no nosso caso, o do real.   A vigilância sobre o "poder de compra" da moeda, no nosso caso, o "real", é feito pelo Banco Central do Brasil, cuja independência foi assegurada no Governo Bolsonaro, pelo Congresso Nacional.  

          Para se ter ideia, o FED, o Banco Central americano, está sendo colocado em "cheque", com a possível aprovação do limite de endividamento pelo Congresso Nacional, diante de uma "persistente" inflação ao redor de 5% ao ano.  Para vocês entenderem melhor a causa principal da inflação, em qualquer parte do mundo, nos Estados Unidos, na Turquia ou no Brasil, é a quantidade de dinheiro dispendido com os "gastos públicos", acima do que arrecada.    

            Surpreendi-me com a declaração do recém indicado membro do COPOM, o atual Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, o "número dois" do Ministério, economista e ex-banqueiro, Gabriel Galípolo, "se propondo" a ser o "intermediário" entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda.   Vamos lembrar que a regra número 1 do Banco Central, é justamente o contrario, é a de ter sua independência para estabelecer a "política monetária" independente da "política econômica" do Governo federal.   

            A "política econômica" de qualquer país é de encargo do Executivo, no caso brasileiro, fica ao encargo do Presidente Lula, com a sua diretriz desenhada pelo Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento.   Para dizer, claramente, o Governo Lula, não apresentou, até este momento, a sua política econômica, que envolve não só os gastos do Governo federal, enumerados no novo "arcabouço fiscal", mas sobretudo sobre o assunto que trata da legislação que estimule o crescimento econômico do setor privado, sem causar expansão da moeda em circulação, causando a volta de inflação.   A este conjunto de medidas, que não está embutido no "arcabouço fiscal", que nada mais é do que detalhamento dos gastos públicos que denominamos de "política fiscal", não contempla a "política econômica" abrangente aos todos setores da economia do País.  

          A regra número um da política econômica é estabelecimento de um conjunto de regras que discipline e alivie os tributos e contribuições, essenciais para o direcionamento de uma economia sustentável ao longo do tempo.   Faz algum tempo que o País, só administra os gastos públicos que excedem às contribuições, que causam enormes "déficits primários", aumentando o endividamento público, via Tesouro Nacional.  Desde crise econômica/financeira de 2014/2015, que o Brasil não consegue "sequer" pagar os juros da dívida pública.  

          Essa relação "incestuosa" proposta pelo novo indicado ao Banco Central, Gabriel Galípolo, em nada contribui com a "política econômica", inexistente até o momento, do Governo Lula, ao contrário, só cria expectativa falsa para a população. 

            Em tempo.  O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não foi convidado para participar da reunião de cúpula de G-7, que ocorre no Japão, como faz parecer ao povo brasileiro.   O ministro Fernando Haddad, vai participar de uma reunião paralela ao do G-7, entre os ministros da Fazenda do G-20.  O Brasil, infelizmente, apesar da sua potencialidade continua no andar de baixo, junto com os demais  "pedintes" do terceiro mundo.   

            Ossami Sakamori  

terça-feira, 9 de maio de 2023

Governo Lula é um governo perdulário !

 

O governo do Presidente Lula, nestes primeiros 4 meses, tem demonstrado ser um governo perdulário, sem nenhum compromisso com a realidade brasileira, que todos nós sabemos, envolto em sucessivas crises econômicas, pelo menos, desde 2014/2015, a pior dos últimos 100 anos, no segundo período da gestão Dilma Rousseff, também, do mesmo partido do Presidente Lula.  

          A imprensa internacional noticiou com veemência a "ostentação" da comitiva do Presidente Lula, tal qual acontecido na visita a Portugal, com comitiva transportados em dois aviões do tipo Airbus presidencial, com os seus apoiadores. Sem contar com as despesas de hospedagens em hotéis de 5 estrelas para toda comitiva, pagos com o dinheiro do contribuinte.  É o olhar do primeiro mundo para com o terceiro mundo.  

        Esta história de gastos em viagens, lembrei-me do comentário feito pela imprensa internacional sobre a viagem da Primeira ministra alemã, a Ângela Merkel que fazia o seu marido, até para dar exemplo para a população, viajar em avião de carreira nos seus compromissos oficiais internacionais, pago com o dinheiro dele próprio, o do marido da Primeira ministra alemã.  Poderíamos dizer que é uma economia "porca", mas o exemplo vem de cima, sobretudo com os cuidados com o trato do dinheiro do contribuinte.  

        Se os gastos públicos em pequeno universo que é o da Presidência da República, se já são perdulárias e irresponsáveis, não poderia esperar, da mesma autoridade, que o Orçamento Público do Governo federal, fosse contido dentro das receitas previstas pela União federal com sem números de tributos e tarifas.  O Presidente Lula pretende gastar mais que arrecada!  

        A equipe econômica do Governo Lula, composta pela ministra do Planejamento, professora Simone Tebet e do ministro da Fazenda, advogado Fernando Haddad, apresentam ao Congresso Nacional, o "arcabouço fiscal" ou "política fiscal" com rombo previsto em aproximadamente R$ 150 bilhões, já considerado a volta das onerações dos benefícios e incentivos concedidos às corporações que, diga-se de passagem, geram ou geravam milhares de empregos, num círculo virtuoso. 

         O tão festejado "arcabouço fiscal" que nada mais é do que nós, os pobres mortais, a "política fiscal", apresentada pela equipe econômica, nada mais é do que o rombo fiscal ou o "dinheiro que falta" para pagar as despesas discricionárias do Governo federal, incluído as da Previdência Social.  

       Diante da conjuntura desfavorável, a do déficit primário ou o "rombo fiscal" gigantesco, decorrente da pesada estrutura do Governo federal com seus 37 ministérios, o Banco Central mantém a taxa básica de juros Selic em 13,65% para demonstrar sua contrariedade com os gastos públicos com o "déficit primário", que perdura desde a última crise econômica/financeira.   Somente no exercício passado, o de 2022, o País gerou um pequeno "superávit primário" de R$ 52 bilhões, com grande sacrifício para a população.

        Brasil não é casa da "mãe joana", onde todo mundo mete mão nos cofres do Tesouro Nacional, ao contrário de um país do primeiro mundo, como foi exemplificado no inicio deste comentário.   Ainda, haverei de ver, com meus 78 anos de janela da vida, um Brasil e seus governantes, que sejam o orgulho de todos nós, brasileiros. 

         Ossami Sakamori

          

segunda-feira, 8 de maio de 2023

O Brasil continua sendo a "jabuticaba" do mundo!


Volto ao assunto que é muito indigesto para leigo, como eu, em macroeconomia, para o Governo federal, para o sistema bancário e para as corporações, que é sobre a taxa básica de juros Selic do Banco Central do Brasil.   O Banco Central, na última quarta-feira, dia 3, estabeleceu, pelo menos para os próximos 45 dias, a taxa Selic em 13,75% ao ano.  Isto significa que o investidor ou especulador vai ganhar "juros reais" ao redor de R$ 8.000,00 por ano para cada R$ 100.000,00 aplicado em títulos do Tesouro Nacional, considerado projeção de inflação no atual patamar, de 5% ao ano.

         A justificativa do Banco Central de manter a taxa de juros Selic nos atuais níveis, será o "rombo fiscal", cada vez mais crescente.   Rombo fiscal, comumente usado, é o mesmo que o "déficit primário", que nada mais é do que o dinheiro que falta para cobrir os gastos, exceto pagamento de juros da dívida pública e muito menos amortização dela.   Quando inclui pagamento de serviços da dívida, denomina-se "déficit nominal".  

         O governo do Presidente Lula, enviou ao Congresso Nacional para ser aprovado um novo "arcabouço fiscal", com o rombo fiscal adicional ao redor de R$ 210 bilhões, para o Orçamento fiscal, já acrescido pelo Governo de Transição num total de  R$ 3,225 trilhões, além da despesa de R$ 2,010 trilhões, destinada ao pagamento de juros e encargos da dívida pública federal. 

         O Governo Lula é perdulário, com despesas referente à estrutura de 37 ministérios, 11 a mais do que ao do Governo Bolsonaro.  O Governo federal quer "cobrir" a lambança de gastos públicos, com o enigmático nome de "arcabouço fiscal", que nada mais é do que a "política fiscal", termo utilizado pelo mercado financeiro global.   Governo Lula, aumenta o "rombo fiscal" com o seu "arcabouço fiscal".

         Dito isto, vou comentar sobre a taxa básica de juros Selic de 13,75% ao ano, muito acima da inflação, ao redor de 5% ao ano, no momento presente.  Embora, a lambança na "política fiscal" do Governo Lula, justifique o "castigo" imposto pelo Banco Central ao Governo Lula, com sua política de juros da dívida pública, a taxa básica de juros Selic, muito acima da inflação, traz, também, distorções significativos na economia do País.  Os comentaristas das instituições financeiras não dizem claramente os efeitos nocivos de uma taxa de juros muito acima da inflação, pelo medo da fiscalização do Banco Central.

          A primeira consequência da taxa Selic alta é a alta significativa na taxa de juros cobrados pelas instituições financeiras sobre empréstimos concedidos ao setor produtivo, inviáveis para manter lucrativo suas atividades econômicas.   A segunda consequência, a de alta taxa Selic, é a enxurrada de entrada de dólares no mercado financeiro, objetivando ganhos extraordinários com os títulos do Tesouro Nacional.   Mais entrada de dólares, faz o real valorizar, privilegiando os produtos importados aos produzidos pela indústria local. 

           Na minha opinião, na próxima reunião do COPOM, a ser realizado no próximo mês, seria ideal que houvesse ajuste para baixo, a taxa básica de juros Selic, terminando o ano com taxa Selic, entre 8% a 10%, se não houver grandes mudanças na taxa de inflação corrente e no cenário internacional.   Na minha opinião, é tarefa primeira do Banco Central, executar a política monetária, para manter o poder de compra do "real" perante outras moedas do mundo global.    A taxa Selic está muito alta!   O Brasil continua sendo a "jabuticaba" (só dá no País) do mundo!

           Ossami Sakamori          

            

           

domingo, 7 de maio de 2023

Presidente Lula, a Amazônia não está à venda!


A atitude preferida do Presidente Lula, nas suas viagens ao exterior, é fazer críticas aos assuntos sensíveis de outros países, como prisão de um jornalista, o Jullian Assange,  fundador do Wikileaks, que vasou informações confidenciais das Forças Armadas dos Estados Unidos e quer ser o "mediador" do conflito entre Ucrânia e Rússia.    

        O Presidente Lula, embora, "des-condenado" pela Justiça brasileira, devido ao "erro" de jurisdição do processo que o condenou, não deveria se meter em assuntos internos de outros países, a não ser que faça parte do próprio conflito.   Presidente Lula, quer de toda maneira ser o "mediador" do conflito entre Rússia e Ucrânia.  Resta saber se os protagonistas do conflito achem que ele é "o cara", para servir como mediador.   O mundo já não é com dantes, um analfabeto funcional ser o mediador de conflitos entre países de nível cultural do primeiro mundo.

         O Presidente Lula, nos seus périplos pelo mundo, estende os "pires na mão", para angariar recursos para preservação da Amazônia.  Refiro-me aos recursos ao Fundo Amazônia, cuja administração está sob encargos do BNDES, para serem aplicados nos projetos de preservação da floresta Amazônica.   O Fundo poderá angariar recursos da ordem de R$ 5 bilhões no médio prazo e, certamente, o dispêndio destes recursos deverão ser "prestado conta" aos países doadores.  Nenhum país dá dinheiro de "graça" para Governos estrangeiros sem nenhuma contrapartida.   Só para ter ideia da dificuldade de destinação de recursos em outros países, os US$ 500 milhões prometidos pelo presidente Biden dos Estados Unidos, estão pendentes de aprovação do Congresso Nacional daquele país.   

         O Governo Lula destina para o orçamento de 2023, cerca de R$ 3 bilhões para o Ministério do Meio Ambiente para combate ao desmatamento e queimadas.   Para um Orçamento federal que passa dos R$ 3 trilhões, o gasto do Governo federal para preservação da floresta, cerrado e pantanal do Brasil, além dos gastos de suas autarquias como IBAMA e ICMBIO será de R$ 3,5 bilhões ou equivalente a US$ 700 milhões, pouco acima dos recursos prometidos pelo governo dos Estados Unidos, ainda sob o crivo do Congresso Nacional.

         É triste ver, o Presidente Lula entregando a Amazônia para  gestão dos países do primeiro mundo.  A Amazônia e os biomas cerrado e pantanal, representa cerca de 50% do território brasileiro e 1/3 de população, colocada à sua própria sorte.   A responsabilidade de preservação dos biomas citados é do próprio Governo federal, através de legislação específicas, seguindo o novo conceito do ESG floresta.   A  Amazônia não está à venda, Presidente Lula!   Claro, em linguagem figurativa... 

            Ossami Sakamori   

         

quinta-feira, 4 de maio de 2023

O motivo que levou o BC manter Selic em 13,75%

 

Ontem, sem nenhuma surpresa, o Banco Central do Brasil manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75%, apesar da inflação declinante.  Nos Estados Unidos, coincidentemente, ontem, fez um pequeno ajuste na taxa básica de juros, ao intervalo entre 5% a 5,25% conforme o prazo de resgate.  

         Em todas economias capitalistas, como a do Brasil, com menor ou maior intervenção do Governo, a taxa básica de juros estabelecida pelos bancos centrais tem função de regular a "quantidade de dinheiro" em circulação, alterando o custo do crédito bancário para baixo ou para cima.  Assim sendo, a taxa básica de juros Selic, é o principal mecanismo, além de outros, que o Banco Central dispõe, para domar a inflação.  

       No Brasil, na ausência de uma política econômica  consistente, tendo apenas um "esboço" de uma "política fiscal", que é a parte da "política econômica" que se refere aos gastos do Governo federal, exceto pagamento de juros da dívida pública ou parte do principal é o principal entrave para baixa de juros dos títulos do governo, a taxa Selic.   

           O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, em conjunto, apresentaram a proposta de Orçamento Fiscal de 2023, para ser aprovado pelo Congresso Nacional, com o pomposo e enigmático nome de "arcabouço fiscal", que nada mais é do que uma "política fiscal", termo usado universalmente para se referir as despesas do Governo federal, exceto pagamento de juros da dívida pública.   

           Seja qual for a denominação que se queira dar à política fiscal do Governo federal, oficialmente, o déficit primário previsto no Orçamento Fiscal é de R$ 230 bilhões, já considerado as despesas inseridas pelo Governo de transição.   Ao déficit primário previsto, soma-se as despesas decorrentes da nova estrutura do Governo federal, que de 26 passou para 37 ministérios.  O "arcabouço fiscal" que nada mais é do que a "política fiscal", o "déficit primário" depende da aprovação pelo Congresso Nacional e também das medidas de reonerações sobre as desonerações concedidas às corporações pelos governos passados. 

          Dentro deste contexto de tremenda "confusão" de números sobre o "déficit primário" ou o "rombo fiscal", o Banco Central, ontem, manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75%, muito alto considerado o comportamento do IPCA, a inflação oficial.  O "spread" do Selic sobre a inflação presente é a mais alta do período do Plano Real.   Vamos debitar o alto "spread" à ausência de uma "política econômica" consistente do atual governo.    O mercado financeiro está sentindo a ausência de uma política liberal do "posto Ipiranga", da economia liberal da Universidade de Chicago.   A completa ausência de uma política econômica e com um esboço mal elaborado de uma política fiscal da dupla Fernando Haddad e Simone Tebet fez com que o Banco Central do Campos Neto, jogasse na "retranca", apesar de inflação brasileira se situar aos níveis do primeiro mundo.  

           Ossami Sakamori   


quarta-feira, 3 de maio de 2023

O equívoco do Banco Central do Brasil

 

Hoje é quarta-feira, dia 3 de maio, dia em que o COPOM - Conselho de Política Monetária do Banco Central vai se reunir para definir a taxa básica de juros Selic, que vai vigorar até a próxima reunião, que ocorrerá no dia 20/21 de junho.   A expectativa do mercado financeiro é de manutenção da atual taxa básica de juros Selic que está em 13,75% ao ano ou uma queda simbólica de 0,5%.

          Todos que acompanham os meus comentários neste blog sabe da minha opinião à respeito da taxa básica de juros Selic, que, no nível de 13,75% ao ano, que está excessivamente alta, comparado com a meta de inflação do próprio Banco Central, que é de 5,8% em 2023 e projeção de crescimento do PIB de 1,2%, atualizado para 2023.  Em  2022, a economia do País cresceu 2,9%, apesar da taxa básica de juros Selic ter terminado o ano nos atuais 13,75% ao ano. 

           Nos Estados Unidos, o FED - Federal Reserve, o Banco Central, na reunião de hoje, tem a tendência de aumentar em 0,5% ao ano à taxa básica de juros médios, dos atuais intervalo de 4,75% a 5% ao ano, conforme o prazo de resgaste.   A inflação americana anda por volta de 5% ao ano, índice medido em abril, com referência ao mês de março.   O PIB americano cresceu 2,1% em 2022, enquanto o PIB do Brasil cresceu 2,9% para o mesmo ano.   O Banco Central do mundo global, acompanha a política monetária do FED, até porque a moeda de transação internacional é feito em "dólar americano" desde 1944.  

         Enquanto, no Brasil, a inflação acumulada dos últimos 12 meses, referência mês de março, é de 4,65% e a expectativa do Banco Central Brasil é de  5,8% em 2023 e 3,6% em 2024.  Como vocês sabem, a política monetária é do Banco Central e a política econômica é do Ministério da Fazenda/Planejamento.   Em resumo, o Banco Central cuida da estabilidade da moeda, o real, e a Fazenda/Planejamento cuida da política econômica, que a equipe econômica do Presidente Lula deu a ela, "política econômica", de "arcabouço fiscal". Para quem não tem familiaridade com os termos da macroeconomia, o controle da moeda ou da inflação, se denomina "política monetária". 

          A política da taxa básica de juros Selic, que no Brasil, considera tão somente a inflação passada e projeção da inflação futura, o balizamento da taxa básica de juros nos Estados Unidos, segue como principal componente a inflação passada, mas, sobretudo o índice de desemprego do país.  

          Feito as considerações iniciais, o Banco Central deveria ter como horizonte a atual fase do setor industrial e comercial que está levando as grandes corporações entrarem em situação de falta de liquidez, levando muitas destas à situação de insolvência.  Vide, situação da Americanas e Itaipava que solicitaram recuperação judicial e as montadoras Toyota e Ford deixarem o País por não encontrarem ambiente de investimentos produtivos.  

         Na minha opinião, o Banco Central deveria cortar os juros Selic dos atuais 13,75% pelo menos em 1,5% na reunião do COPOM de hoje e durante o ano cortar mais 3%, terminando o ano com 9,25% ao ano, sem causar nenhum transtorno, apesar do Governo Lula, perdulário e gastador.   A alta taxa básica de juros é freio para crescimento econômico do País, se  calibrado, equivocadamente, como está sendo feito hoje.   Gastar o parco dinheiro é segredo de um bom Governo, em qualquer parte do globo.  

            Ossami Sakamori

terça-feira, 2 de maio de 2023

Brasil e Unasul


O Presidente Lula vai se encontrar, hoje, com o presidente Alberto Fernandez da Argentina, num jantar programado no Palácio da Alvorada.  O prato do dia, certamente, será a revitalização da Unasul, o tratado assinado em 23/5/2008, em Brasília.  

          A Unasul tem sede na cidade de Quito, Equador e o parlamento em Cochabamba, Bolívia.  Está previsto, também, constituição do Banco do Sul em Caracas, Venezuela.  Oficialmente, o tratado que criou a Unasul, entrou em vigor em 11 de março de 2011, com Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.  Sendo eleito o Secretário Geral, o atual presidente argentino, Alberto Fernandes. 

          A revitalização da Unasul é importante, na medida em que Presidente Lula quer se tornar líder da América do Sul, já que se considera a liderança no País, inconteste.  Para a consolidação do projeto de liderança na América do Sul, o Presidente Lula conta com o apoio do Alberto Fernandes, que vai deixar a presidência da Argentina, ainda este ano.   Dentro deste projeto, o Presidente Lula quer implantar no País, a moeda alternativa ao dólar americano, a moeda chinesa, o "yuan".  

           A outra face da política externa brasileira é que o Brasil se volta contra EEUU e União Europeia no conflito entre Ucrânia e Rússia, tentando "se impor" como "mediador" do conflito entre os dois países.  Com a negativa de fornecimento de armas para a OTAN, em socorro à Ucrânia, o Brasil se posiciona a favor da Rússia, junto com o Xi Jinping.  

          O pano de fundo, é que Brasil do Presidente Lula sai da neutralidade ideológica e se posiciona à favor do pensamento socialista do Alberto Fernandes e Nicolas Maduro.  Espero que a adesão aos velhos amigos do Presidente Lula, não leve o Brasil aos vexames econômicos da Argentina e Venezuela.   Não tem almoço grátis!

            Ossami Sakamori