domingo, 1 de dezembro de 2019

A carne de boi vai continuar caro !


O preço de carne teve alta expressiva na última semana, comparado com a média dos meses anteriores.  Não só a carne, mas o frango, o ovo e o pão vão sofrer altas nos próximos dias.  Há que se perguntar se esta alta é bom para o povo brasileiro ou não.  E qual será o reflexo da alta da carne na inflação.  O Banco Central é em parte responsável por isso.  Tudo isso é reflexo da "desvalorização" do real perante o dólar.  A moeda americana fechou cotado a R$ 4,24 na última sexta-feira, 29 e o preço da carne de boi não vai baixar. 

Na matéria anterior, eu disse que o dólar poderá flutuar até R$ 4,50, reportando à minha matéria de agosto de 2018.  O fato é que o resultado da balança comercial do País, exportação menos importação, deu pífio US$ 1,2 bilhão, o pior resultado dos últimos 5 anos.  O Brasil é deficitário em conta corrente com o exterior, decorrência dos serviços como royalties, seguros, fretes, turismo e sobretudo os juros da dívida pública contraído em moeda americana.  Para manter equilíbrio na conta corrente, o País deve gerar superávit robusto, não uma "merreca".  

Para leigo entender, o País gasta mais do que recebe, em dólar, na transação com o exterior.   O primeiro diagnóstico da situação é que o real estava apreciado ou o dólar estava depreciado.   Existe várias formas de aferir o valor da moeda local, fazendo comparação do preço de até com "MacDonald" em cada país, por exemplo.  Economista de renome como o Paulo Nogueira Batista já alertava que o real estava "apreciado" em cerca de 30%, à época em que o dólar estava cotado a R$ 3,50, o que daria dólar a R$ 5 atualizado para hoje.  O fato é que o dólar a R$ 4,50 não é nenhuma anomalia, mas sim apenas uma correção do rumo.

O dólar a R$ 4,50 traz alguns transtornos, como a alta do preço do carne, do pão, do frango, do ovo e de produtos importados como vinhos italianos ou portugueses.  Por outro lado, os produtos brasileiros, tanto faz produtos primários como agropecuários, turismo, minérios ou industrializados como calçados e máquinas e equipamentos que se tornam competitivo no mercado internacional com o dólar alto.  Foi assim que a China cresceu no patamar mínimo de 6% ao ano nas últimas duas décadas.  O Banco Central sob a batuta do Campos Neto parece ter despertado sobre isto.  Antes tarde que nunca! 

A carne de boi vai continuar caro !

Ossami Sakamori 


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