Ontem, dia 6, quarta-feira, houve o anúncio do resultado das eleições presidenciais americanas, onde se elegeu, virtualmente, o republicano Donald Trump, 78 anos, para o cargo de Presidente da República, com a confirmação da conquista da maioria dos delegados republicanos para o colégio eleitoral. Pelo lado do Brasil, apesar de Presidente Lula ter declarado sua preferência para a oponente democrata, Kamala Harris, atual vice-presidente da República e já ter mandado mensagem de felicitações, via rede social, ficou a amarga marca da sua preferência pela democrata durante o pleito eleitoral.
Ontem, mesmo, o Presidente Lula através da rede social, cumprimentou o novo Presidente americano, Donald Trump, que tomará posse, no meado do mês de janeiro do próximo ano. Não temos notícias de que o Presidente brasileiro tenha dado cumprimento através de telefonema, como fizeram, segundo a imprensa internacional, as principais lideranças do mundo. Afinal, o protocolo diplomático tem o seu rito que transcende às divergências políticas.
Os Estados Unidos são os principais parceiros comerciais do Brasil, nos dois sentidos, nas importações e exportações e sobretudo em financiamentos de projetos importantes ao Brasil pelo capital americano, via conglomerados financeiros multilaterais como as agências de Desenvolvimento, como BID e BIRD. Os investidores americanos seguem, via de regra, o direcionamento que se dá o Governo federal aos investidores americanos, para assegurar os retornos dos seus investimentos. Mesmo as reservas cambiais brasileiras, num montante expressivo, cerca de US$ 350 bilhões, são aplicados nos fundos geridos pelos organismos multilaterais como BID, BIRD, FMI, o que garante os eventuais investimentos americanos no País.
Exposto isto, o Brasil como um país que depende umbilicalmente dos Estados Unidos e de órgãos multilaterais controlados pelo país do tio Sam, não tem outra opção, senão "torcer" pelos sucessivos governos, seja ele os democratas ou os republicanos. O maior oponente, do mundo, a China, protocolarmente, já cumprimentou o Presidente americano, eleito, apesar das divergências políticas.
O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, depende de relações comerciais e financeiras com os americanos para o seu desenvolvimento, enquanto eles, os americanos tem opções para suprir as suas demandas internas. Os Estados Unidos respondem pelo PIB de US$ 27,36 trilhões enquanto o Brasil responde pelo PIB de US$ 2,17 trilhões, cerca de 8% do PIB americano. Infelizmente, o Brasil, apesar de ter sido descoberto na mesma época, pelos portugueses, e de ter sua dimensão continental e terras férteis, o País disputa a posição de 8ª economia do mundo, atrás da França, a 7ª economia do mundo, com o PIB de US$ 3,03 trilhões.
Infelizmente, o Brasil não tem "política econômica" delineada para direcionamento dos investimentos produtivos, a não ser para o setor de agronegócio que recebe financiamentos dos recursos do Tesouro Nacional, com juros subsidiados. O País é exportador de "mão de obra" qualificada para os países para União Europeia ou para o Japão, para prestarem serviços que não exigem formação em nível superior.
Desejo que o Presidente eleito, Donald Trump, tenha uma gestão profícua como mandatário número 1 da maior potência econômica do mundo e que dê preferência comerciais para com o Brasil, independente da diferença de matizes ideológicas entre os dois mandatários.
Ossami Sakamori
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