Segundo informações contidas no tradicional e conceituado jornal Folha de São Paulo, "as incertezas em relação aos juros nos Estado Unidos e ao cumprimento das metas fiscais e de inflação no Brasil refletiram nos leilões de títulos públicos realizados pelo Tesouro Nacional nessa terça, dia 15. Ainda a Folha, "foram registradas as maiores taxas do ano para os três papeis indexados à inflação ofertados ao mercado".
O Tesouro Nacional conseguiu colocar integramente os lotes com vencimentos de 2029 a 2035, os títulos "indexados" à taxa básica de juros Selic. A má noticia é que houve inversão da curva de juros, com as taxas ficando mais altas nos títulos de curto prazo, o que é uma situação atípica, uma vez que, tradicionalmente, as de vencimento a longo prazo teriam os juros mais altos.
De concreto é que o leilão teve juros reais, já descontada a inflação, ficou em 6,69% ao ano para vencimento em 2029 e 6,539% para as NTN (Notas do Tesouro Nacional) com vencimento em 2060. Quando se fala em juros reais, já está descontado a inflação previsto para o período considerado. Também, deve considerar que a taxa básica de juros Selic, hoje, está em 10,75% ao ano.
Para conhecimento de vocês, a taxa básica de juros do Tesouro americano, hoje, está entre 4,75% a 5%, cujo número já está embutida a inflação dos Estados Unidos, estimado hoje em 2,9% ao ano. Considerando que nos Estados Unidos não tem a famigerada enganação dos governos do Brasil, que é a correção monetária. Ainda assim, a taxa básica de juros do FED - Federal Reserve, que serve de referência aos ativos americanos, é que sido a referência mundial, assim como a moeda americana o dólar, "US$", que é utilizado para transações comerciais e financeiras.
Historicamente, os sucessivos governos no Brasil, gastam mais do que arrecada, provocando o "déficit primário" que é o dinheiro que falta para pagar as contas do Governo federal, sem ainda considerar, o pagamento de juros da dívida pública. Apenas, para conhecimento de vocês, quando engloba o pagamento de juros como despesas do Governo, um eventual déficit se denomina "déficit nominal". Há muito tempo que o Governo brasileiro não consegue gerar o "superávit primário", que, em tese, o dinheiro de sobra que seria usado para amortização da dívida pública.
Infelizmente, o "anormal" virou "normal" nas contas públicas do País. O Brasil vive, de "pagar juros, tal qual cidadão que "corre atrás" para tentar pagar o saldo devedor dos cartões de crédito. O Governo não consegue gerar "superávit primário", para pagar ao menos os juros da dívida publica. A taxa Selic demonstra a "credibilidade" ou "falta de credibilidade" do Governo Lula.
Ossami Sakamori
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