Há mais de doze anos contemplando e comentando sobre a política econômica dos sucessivos Governos federais, quando vejo o Senado Federal aprovando o nome do presidente do Banco Central, dá um certo alívio em ver o nome do Gabriel Galipolo (pronuncia-se galípolo) aprovado pelo Senado Federal, sobretudo aos que militam na área econômica e aos investidores nacionais e internacionais. Ele assume a presidência do Banco Central no dia 1º de janeiro do próximo ano, em substituição ao Campos Neto, atual presidente.
Para quem não é da área, o Banco Central é o "guardião" da moeda do País, no caso o "real", através da "política monetária", que em essência cuida do "poder de compra" da moeda ou manter a inflação próximo da própria meta do Banco Central. Isto é assim em toda parte do mundo desenvolvido onde predomina o "livre mercado", com menor influência do Estado, na economia. A moeda referência do mundo global tem sido o "dólar americano", US$, dentro deste conceito global. As regras para manter o poder de compra da moeda é igual em toda parte do mundo. A principal referência é a "paridade" com o "dólar americano".
O presidente indicado pelo Presidente Lula e aprovado pelo Senado Federal, vai ser responsável pela "política monetária" do Governo federal, para manter o poder de compra da moeda brasileira, sobretudo com a "valorização" ou "desvalorização" dela em relação às moedas do mundo global, como o dólar americano, o euro do Mercado Comum europeu e do yuan, a moeda da China. O Brasil será competitivo ou não, no mercado econômico global, conforme o valor relativo da moeda brasileira em relação às moedas estrangeiras.
O indicado, que assumirá o comando no início do próximo ano, já foi braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não chega a ser "boa referência", cujo resultado do primeiro ano foi o "rombo fiscal" ou o "déficit primário", gigantesco, próximo de R$ 250 bilhões. A dúvida que resta, pelo menos para mim, é se ele na posição de "guardião" da moeda brasileira, conseguirá desempenhar a função do Banco Central, com independência em manter a "poder de compra" do "real" ou manter a inflação dentro ou próximo da meta de inflação, da atual política monetária do Banco Central. A atual meta de inflação do BC é de 3%, podendo variar 0,5% para cima ou para baixo.
O currículo do Gabriel Galípolo, formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós graduado em "política econômica" é considerado bom. Na vida pública, atuou na Secretaria de Transporte Metropolitanos do Estado de São Paulo, no governo José Serra, PSDB. No setor privado, Galípolo esteve no Banco Fator, entre 2017 e 2021. Espero que o nomeado à Presidência do Banco Central, responsável pela política monetária, do atual Presidente da República, tenha independência suficiente para comandar o Banco Central, dando prioridade ao poder de compra da moeda "real" ou a "inflação" sob controle, próximo da meta de 3%.
Desejo sucesso ao economista Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central do Brasil, à partir de janeiro do próximo ano, para o bem estar de todos brasileiros !
PS: Não confundir "política econômica" que é função do Governo federal com a "política monetária" que é função do Banco Central. Isto é assim em todo o mundo, de direita à esquerda.
Ossami Sakamori
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