O que está acontecendo no mercado de petróleo é apenas prenúncio do que está por vir na economia mundial, sobretudo devido ao efeito da "coronavírus". Ontem, o barril de petróleo para entrega em abril, esteve operando no terreno negativo. O petróleo do tipo Brent, negociado no mercado de Londres, operou abaixo do preço base de US$ 20. Os "comprados" perderam a aposta. Ao invés de ter lucro com o valor do "ágio", tiveram que pagar o "deságio". O pânico se instalou, ontem, porque o petróleo de maior valor, o do tipo Brent, que há poucos meses esteve operando acima de US$ 35, "de repente" desabou para o patamar de US$ 20 cada barril.
O consumo diário médio mundial de petróleo, em tempo normal, gira em torno de 100 milhões de barris/dia. Os produtores do petróleo, membros do OPEP, já tinha feito corte de 10 milhões de barris/dia para tentar "retomar" o preço de petróleo nos níveis praticado anteriormente, US$ 35/barril. Embora, o problema de ontem tenha ocorrido com o petróleo do tipo mais pesado, o WTI (West Texas Intermediate), negociado no mercado de Nova York, mesma regra vale para o petróleo do tipo leve, o Brent, negociado no mercado de Londres.
Como o mundo, ainda, depende da energia gerada pelo petróleo, ganha sobremaneira importância o mercado de petróleo. Desta forma, o preço de petróleo acaba servindo de referência para previsão do PIB mundial. O preço de petróleo, embora não esteja associado diretamente ao crescimento de cada país, ainda assim serve de referência para fazer avaliação do efeito "coronavírus" no PIB mundial. Se a curva resultante do "coronavírus" continuar na trajetória "imaginado", a economia global deverá provocar uma "perda" no PIB em cerca de 10%. O Brasil que já sofria a pior depressão dos últimos 100 anos, "no mínimo", vai acompanhar a "depressão" mundial.
No "front" interno, a Petrobras já cortou a produção do petróleo em 200 mil barris/dia. A Petrobras possui reserva de cerca de 15 bilhões de barris no Campo Tupi e tem associação com os chineses no Campo Libra, uma reserva estimada em 10 bilhões de barris. Assim, a reserva estimada do Brasil é de 25 bilhões de barris. A Petrobras, ainda, tem a desvantagem de produzir petróleo do tipo pesado, que, pasmem, não serve para ser processado nas refinarias instaladas no País. Assim, o Brasil importa petróleo leve, na sua totalidade, para serem processados nas suas refinarias.
É guardado a "sete chaves", mas o custo de produção do petróleo "off shore" da Petrobras está estimado em US$ 20 cada barril. Na atual situação, o lucro bruto da Petrobras na produção do petróleo é "zero". A tal grande reserva, comemorada, de petróleo no Brasil, é pouco acima de 25 bilhões de barris e está longe de "ombrear" com as maiores reservas do mundo, a da Arabia Saudita e da Venezuela, cada um com mais de 300 bilhões de barris.
O baixo preço do petróleo é prenúncio de "grande depressão global" devido a "coronavírus". Apertem os cintos que o pior está por vir.
Ossami Sakamori
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