Banco Central do Brasil
O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes, o mercado financeiro e uma parte do empresariado brasileiro estão decepcionados com o pífio resultado do crescimento econômico do primeiro trimestre deste ano. A previsão do Boletim Focus do Banco Central aponta um crescimento menor que 2% em 2019, ao contrário da expectativa inicial de 3,5%. O pior de tudo é que nem mesmo previsão de crescimento de 2% não deve confirmar. Há que mudar urgente o paradigma da política econômica e política monetária para o Brasil sair do buraco.
O fato é que certas inverdades se tornaram "paradigmas" para os formuladores da política econômica e executores da política monetária do País. Um dos principais entraves para o crescimento econômico é a Emenda do teto dos gastos públicos , um remendo inventado pelo então ministro da Fazenda Henrique Meirelles, para ganhar confiança dos investidores especulativos internacionais. A Emenda do teto dos gastos é tão ruim para o País que, à época, o próprio ministro Meirelles aventava a hipótese de revisão no décimo ano, uma vez que a Emenda estará em até 2036.
O ministro da Economia Paulo Guedes, privadamente, gestor de investidores institucionais, deu seguidas declaração de que a Emenda do teto dos gastos é o teto que desabaria se a Reforma da Previdência não fosse aprovado pelo Congresso Nacional, que não desse ganho de R$ 1 trilhão em 10 anos. Ao respaldar a Emenda do teto dos gastos, Paulo Guedes, colocou uma pedra no seu próprio sapato. A Emenda do teto dos gastos foi a solução para resolver situação de "pedaladas fiscais" do governo Dilma.
A Emenda do teto dos gastos públicos, oficializou o "déficit primário", a cobertura de despesas correntes do governo através de emissão de títulos da dívida pública, desde que os gastos da União, incluído a da previdência social, fossem obedecidos como teto aquele do Orçamento Fiscal de 2016, corrigido pelo IPCA. Que um dia estourar a bomba, eu já previa em sucessivas matérias deste mesmo blog sobre a Emenda do teto dos gastos públicos .
Para o Brasil crescer sustentavelmente ao longo dos próximos anos, não adianta insistir nos "mesmices" como quer o ministro Paulo Guedes. Brasil regrediu em relação à média dos países desenvolvidos, cerca de 15% desde 2015. Felizmente, há solução para situação de calamidade social que o País vive. A solução está na mudança na política econômica e monetária adotada por Meirelles e sustentado pelo Guedes, que privilegiam sobretudo o investimento especulativo em detrimento ao investimento produtivo. Infelizmente, esta tese alternativa não vinga nos meios acadêmicos ortodoxos e tão pouco nos organismos de fomento como FMI.
Há necessidade que de que eu desenhe?
Ossami Sakamori
Em querendo, poderá deixar seu comentário no espaço próprio.
Um grande entrave, no momento, ao nosso crescimento, é a mentalidade ortodoxa dos nossos políticos.
ResponderExcluirPerdemos muito tempo discutindo o sexo dos anjos, demora-se demasiadamente para decidir-se o que aprovar e desgasta muito o governo, que acaba recebendo a culpa como se fosse inábil em suas ações.