Dois após os dias do cão, da semana passada, o mercado financeiro e os agentes econômicos estão reavaliando a postura para o ano de 2013. O mercado percebeu que a presidente Dilma, quer priorizar o combate à inflação, como pode confirmar nas notícias da Folha. Uma coisa é intenção e outra coisa é se efetivamente vai conseguir domá-la. Comento na sequência, o que pode acontecer no day after ao aumento da taxa Selic em 0,5% pelo COPOM no último dia 30.
Pesquisas reservadas entregues ao Palácio do Planalto mostraram que a
maior ameaça aos planos de reeleição da presidente Dilma Rousseff vem do
risco de descontrole da inflação, informação que reforçou a decisão da
petista de priorizar o combate à alta de preços neste ano. Fonte: Folha.
Comentário.
Até quarta feira, dia 30, o mercado financeiro e agentes econômicos esperavam o aumento da taxa Selic em 0,25% num movimento continuado de alta até o final do ano, terminando a taxa Selic em 8,25% no final do ano. A taxa Selic já está em 8%. O mercado entendeu que o Banco Central vai apertar a liquidez. Somado à notícia ruim, o IBGE divulgou o crescimento de 0,6% do PIB para o primeiro trimestre deste ano, o que deu a entender ao mercado que o País vai crescer menos de 2,5% em 2013. Vejam as principais preocupações, na sequência.
1. Selic. O Banco Central sinalizou que vai mexer na taxa Selic sem cerimônia. Se não houver mudança na tendência altista da inflação nos próximos 45 dias, o COPOM vai agir, novamente, com aumento de Selic acima de 0,25% que era a projeção do mercado financeiro. Embora, equivocadamente, o BC utiliza a taxa Selic para enxugar a liquidez do mercado, por isso, novas surpresas poderão vir.
2. Dólar. Na última sexta-feira, o Banco Central fez intervenção no câmbio, para tentar segurar a cotação no patamar de R$ 2,15. O dólar fechou em R$ 2,14. No entanto, a intervenção do Banco Central era para fazer o Petax, que baliza dólar na contabilidade, não haver alta expressiva num só dia. Na minha visão é que o Banco Central vai tentar segurar o dólar no teto de R$ 2,20. Teto psicológico, com aumento de 10% em relação às últimas cotações before 30/5.
3. Inflação. O índice inflacionário ainda segue numa curva ascendente, sobretudo no mês de junho, que vai incorporar o aumento de tarifa de ônibus nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. Tradicionalmente, a inflação num patamar alto como de agora, 6,5%, cria uma certa resistência, em função da retroalimentação do índice anterior. No meu entender, a medida do COPOM em elevar Selic para 8% é insuficiente para debelar a inflação. Tem um fator adicional que é a alta do dólar, para botar lenha na fogueira. A Dilma vai ter que rebolar muito para tentar segurar a inflação no patamar de 6,5% no fechamento do ano de 2013. Vai fazer de tudo para isto, porque a reeleição dela depende da inflação como Dilma já percebeu.
4. Consumo. Dilma deu ouvido ao Tombini e vai frear o consumo, mantendo apenas atuais estímulos. As peças publicitárias do governo estimulando o consumo vai sair do ar. O Crédito Fácil e Crédito Barato, duramente criticado, por este blog, enfim, vai ser acatado pela equipe econômica da Dilma. Antes tarde do que nunca. Campanhas publicitárias das montadoras estimulando o consumo com planos especiais serão constantes até o final do ano. As campanhas publicitárias sobre ofertas de imóveis, também, terão os apelos inimagináveis. É esperar para fazer boas compras.
5. Bovespa. Os investidores e especuladores do mercado financeiro, já tiveram percepções negativas sobre a economia brasileira, neste ano, antes mesmo do dia do cão, 30/5. Já vinha patinando há bom tempo. O índice Bovespa continuará de lado. É melhor esquecer sobre o mercado de ações, por algum tempo. Para investidores tradicionais, o tempo é de compras. Comprar na baixa!
6. Emprego. Segurem-se no emprego atual. O mar não está para o peixe para as empresas, em consequência para os empregados, também. As novas contratações serão postergadas pelas empresas, num cenário deste.
7. Viagens ao exterior. Aproveitem agora. O real está super apreciado em relação ao dólar e euro. É provável que a ilha da prosperidade, aparente, do Brasil acabou. Vamos ter saudades do dólar barato. Quem está com viagem marcada, que antecipem a compra da moeda estrangeira. Carreguem o cartão de débito em dólares ou euros, se ainda não fez. Não espere dólar baixar. Não vai baixar mais.
8. Dívidas. Não façam novas dívidas numa situação desta. O dia de amanhã é uma incógnita. Melhor diminuir o passivo e aumentar as reservas em títulos pós-fixados.
Em tese, as medidas tomadas pela presidente Dilma está na direção correta, embora tenha tomado atitude tardiamente. As diferenças entre a política econômica (sic) da Dilma e o meu pensamento na sua concepção continuam como dantes.
Basicamente, 2 pontos são extremamente divergentes, entre tantos. Eu não usaria câmbio como âncora para conter a inflação, usaria como âncora para o desenvolvimento do País como fazem os chineses. Eu não usaria Selic para enxugar a liquidez do mercado, pelo contrário, utilizaria Selic para o estímulo ao desenvolvimento. Como pode ver, são políticas opostas. No entanto, no curto prazo, a Dilma fez o que tinha que fazer, embora utilizando-se de instrumentos inadequados.
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
Bom dia Sakamori e amigos :
ResponderExcluirMaravilhosa a didatica e orientadora aula que esta figura impar nos traz neste Domingo!
Muito obrigado mais uma vez, nobre Mestre!
Reveste-se de maior importancia para mim por ser seu fiel seguidor nos pensamentos macroeconomicos, e pelas criticas patrioticas e construtivas pelo bem de nosso pais e da nossa gente!
Estou comecando o domingo melhor e mais otimista por esta materia, pois, percebo que seus alertas como ja o informei aqui em Brasilia, ja se fazem perceber e serem seriamente avaliados por aqueles que possuem essa responsabilidade !
Como voce tenho sido acido nas minhas criticas, aos meus interlocutores no Executivo, fundamentadas que o sao em suas aulas diarias de civismo e de informacao aos que se fartam com essa benesse que nos oferta!
Nossos pendores politicos estao ajustados pelo desejo inconteste de vermos este Pais na sua punjancia, ocupar seu lugar devido no topo da Comunidade das Nacoes!
Possuimos condicoes para tanto !
No tocante a discordancia aqui comentada de sua visao com a da equipe economica sobejamente aqui criticada por nos, e que comeca a ouvir o chamamento de um expert independente, com mais algumas explicacoes a serem dadas, tenho certeza, haverao de convergir para a formula !
No que se refere aos conselhos para resguardo de nossas economias, seguirei fielmente os mesmos, pois estava pensando em comprar uma MERCEDEZ e um apartamento no Rio em IPANEMA, (rsrsrsr) , nao o farei mais ! Obrigado por ajudar-me a otimizar meu ordenado! Nao farei besteira!
Para finalizar essa loa se elogios e agradecimentos sinceros, cumprimento-o mais uma vez por sua persistencia na defesa do melhor para esta Nacao, e tambem, aos amigos que efetuam a interface dessas sugestoes ao Governo! Como sempre, respeitosamente e agradecidamente, deixo-lhe meu mais saudoso abraco e os votos de um felicissimo domingo e inicio de semana para voce e esse pessoal querido e fiel que lhe rodeia e o segue!
Fiquem com DEUS!
MARKITO DE SOUZA
Amigo Markito,
ExcluirFico envaidecido em receber suas elogiosas menções. Apenas, cumpro a minha parte na missão de fazer o Brasil um país pujante e desenvolvido, econômico e socialmente. Um Brasil que tenham infraestrutura à altura do tamanho geográfico e seu povo com "analfabetismo funcional" erradicado. Quero ver, este País, ainda em vida, desenvolvido politicamente, sem quimeras e ladroagens, parlamentares representando verdadeiramente os seus eleitores e o Executivo desempenhando sua função de "síndico" do País.
Saímos da condição de quintal dos EEUU, mas nós tornamos quintal de meia dúzia de pessoas que se dizem "donos" do Brasil. Querem, estas pessoas, transformar o País, numa republiqueta tal qual Argentina, Venezuela ou Cuba. Torço para que não nos igualemos ao Burundi, África.
As recentes medidas tomadas pela Dilma, pontuais, estão longe de seguir uma formulação da política econômica digno de um Páis do primeiro mundo. Talvez, o "caos" seja melhor, para estas pessoas que me referi. No "caos" toda ladroagem é "camuflada" facilmente. Você sabe exatamente a que me refiro.
Espero que muitos Markitos e Haroldos se somem na formulação da política econômica e social consistente que valha para as próximas décadas. Algumas vozes, já se levantam, para a nossa satisfação.
Abraço grande para você, esposa e filhos!
Afirmo que estou vendo e lendo seus artigos publicados no Blog, são ótimos e geniais, assim que possível posso comentar viu! Obrigado por me mandar tweets.
ResponderExcluirGrato.
Cicero R. Silva.