domingo, 24 de setembro de 2017

Rocinha pede socorro!


A favela da Rocinha está cercada pelas Forças Armadas brasileiras, há dois dias. O objetivo, segundo a Secretaria de Segurança Pública é evitar a "invasão" da "facção rival" no maior "enclave" do País. A grande imprensa noticia como principais figuras do "tráfico de drogas" da Rocinha, o Rogério 157, foragido e o Nem, preso na cadeia de Segurança Máxima em Rondônia. Ainda, segundo a grande imprensa, os tiros foram intensos na madrugada de hoje.

O fato é que a Segurança Pública do Rio de Janeiro não manda na Rocinha. O máximo que faz é interferir para "tentar evitar" o confronto entre "facções rivais" dentro deste "enclave". O fato concreto é que a Rocinha, como demais favelas do Rio de Janeiro, é comandada por uma ou mais "facções" do tráfico de drogas e armas. E o povo da Rocinha convive com esta situação há anos, sem que a autoridade tome "posse" do território para prover os serviços públicos essenciais. 

Segundo último censo do IBGE, a favela da Rocinha tem 69 mil habitantes. Se município fosse, a Rocinha seria superada apenas por cerca de 550 municípios dentre 5.570 existentes no País. Pois, este e demais "enclaves" estão fora do controle da administração pública. A favela da Rocinha é, de longa data, comandada pelo "tráfico de drogas". O "tráfico de drogas" aproveitam deste "vácuo do poder" para exercer o "poder efetivo" sobre a população.

O governador do Estado do Rio de Janeiro pediu ajuda às Forças Armadas para "proteção" da favela da Rocinha. A população do Rio de Janeiro "esperava" que as Forças Armadas adentrasse na Rocinha e fosse "matando" os traficantes como se mata moscas. Não é bem assim que funciona as leis brasileiras. A lei vale também para o pior traficante, infelizmente. Há que ter "mandados judiciais" para efetuarem as prisões. Além de tudo, os soldados das Forças Armadas não foram treinados a efetuar prisão, mas foram treinados para matar os inimigos da pátria. 

Já em 11 de julho deste ano, escrevi matéria com o título: Negros e pobres só são lembrados depois de mortos, onde retrato a ausência do Estado nas comunidades pobres e as consequências pertinentes. A ausência do Estado, abrangendo União, estados e municípios, é a causa principal do que está ocorrendo nas favelas do Rio de Janeiro, em especial na favela da Rocinha. Não adiante chorar depois de leite derramado! Há que aprender lição em cada episódio triste para não repetir as ocorrências tristes, indefinidamente.

PS: Há um boato de que uma autoridade eclesiástica teria sido sequestrada pelo comando de tráfico de drogas da Rocinha. Queira Deus que seja apenas mais um boato que circula nas redes sociais! 

Rocinha pede socorro!

Ossami Sakamori
@SakaSakamori


6 comentários:

Artilheiro disse...

Sem a necessária INTERVENÇÃO FEDERAL no Estado,nada de prático,e definitivo será feito.Alem do Governador,todos os atuais Gestores´,como os do passado mostraram ter !outras prioridades';Não as da Cidadania.

Hermes Magnus disse...

O Brasil precisa rever de forma urgente as regalias dadas aos presidiários de alta patente.

Anônimo disse...

Nossos políticos, em sua esmagadora maioria, formam cartéis para dar ares de institucionalização de suas roubalheiras, em detrimento do país (não sabem, sequer, cantar o Hino Nacional). Cambuta de filhos da pada...

Daniel Camilo disse...

Uma grande parte dos militares que estão na rocinha é da tropa que atuou no Haiti e está treinada e acostumada a trabalhar em conflito urbano, sem precisar matar como em uma guerra. Agora, Pezão tem que se virar com suas policias. Sérgio Cabral fez a lambança com a segurança no Rio, Pezão não lambuzou mas também não limpou e quando a coisa fica feia, chama as Forças Armadas? Em países sérios esse "nem" já estaria isolado completamente ou já estaria tocando harpa no céu(do capeta). Mas como ele está no Brasil dos corruptos, o Nem tem advogados caríssimos; tem celular à vontade e até dá entrevista, pode?

Anônimo disse...

Em geografia política, um enclave é um território com distinções políticas, sociais e/ou culturais cujas fronteiras geográficas ficam inteiramente dentro dos limites de um outro território.[1] Pode ser simultaneamente um exclave [nota 1] caso seja um território legal ou politicamente ligado a outro território do qual não é fisicamente contíguo.[5] Por sua vez, um exclave pode também ser ou não um enclave.

Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Enclave

Seu Saka o Rio e Brasília viraram "exclave"?
Toda a tragédia é culpa do Lula de Bragança e Bourbon?
Vossa Senhoria pretende fechar o blog por conta de meus comentários idiotas?
Sempre lembrando que perguntar não ofende?

joao trindade disse...

Essa foto é novo cartão postal da ex-Cidade Maravilhos, em substituição à do Cristo Redentor.
É assim que o Brasil é visto pelo mundo : terra de niguém, com dezenas de partidos políticos legislando em causa própria (pessoal) e abandonando os eleitores à própria sorte.
São quadrilhas que se alternam no poder e o país acabou.