sexta-feira, 22 de junho de 2012

OFICIALMENTE, TAM JÁ É CIA CHILENA

As companhias aéreas TAM e LAN concluíram uma operação de troca de ações nesta sexta-feira, última etapa para a formação de uma das 10 maiores empresas do setor no mundo e uma gigante latino-americana com faturamento anual de mais de US$ 13 bilhões. A operação foi concluída com uma adesão de 99,9% dos acionistas da TAM participantes da oferta, que aceitaram trocar suas ações por um recibo que equivale a 0,9 ação da LAN. Após a permuta, a TAM, cujas origens remontam a 1961 com a criação da Táxi Aéreo Marília, fecha seu capital no Brasil. Fonte: Folha.

O conselho de administração da Latam será presidido por Mauricio Rolim Amaro, membro da família fundadora da TAM. Enquanto isso, Enrique Cueto, da LAN, será presidente-executivo da companhia combinada, segundo comunicado.  Em 14 de dezembro de 2011, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou  a fusão entre a TAM e a chilena LAN, que criará a maior companhia aérea da América Latina.

Pelas linhas tortas, a nova TAM passa agora a ser oficialmente chilena, com operações com todas regalias de uma companhia brasileira. Explico, a família Cueto da LAN é detentora de 2/3 das ações da nova LATAM que é a dona da nova TAM.  Assim como é uma situação sui generis, a situação da companhia aérea AZUL que é brasileira, por ter o seu dono dupla nacionalidade, a brasileira e americana.  

Volto ao assunto, porque na ocasião da venda da Varig boa, após a recuperação judicial, exigiu-se que os novos donos da Varig boa fossem brasileiros natos, por conta da imposição legal de participação máxima de estrangeira nas companhias aéreas em operação no Brasil.  Lembrando apenas que os pensionistas da Fundação Rubens Berta, funcionários da Varig podre, não recebem sua complementação de aposentadoria até hoje, apesar da Varig boa, a companhia Gol ter cerca de 40% do mercado doméstico de aviação civil.

Sabe-se que a situação econômica financeira da única companhia aérea genuinamente nacional, não está em situação confortável, então, poderá em qualquer momento passar para mãos de estrangeiros por meio de "gambiarras".  Os caminhos para isto já foram abertos.  E assim, vendemos mais um pedaço do Brasil para estrangeiros. Pode, isso?

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof.da UFPR
Twitter: @sakamori10 

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